26/06/2005

Eu Cantarei de Amor tão Docemente

Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns têrmos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprêzo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
ontentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa,
Aqui falta saber, engenho e arte.

Luís Vaz de Camões

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda.
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Florbela Espanca

Funcionários em condições de pedir reforma poderão progredir de escalão em 2005

Ainda as velhas maneiras Guterristas ! O SOcrates era o seu discipulo preferido !

"O Governo assegurou ontem às organizações sindicais da função pública que o congelamento de carreiras não se irá aplicar aos trabalhadores em condições de se reformarem até ao final deste ano (ou seja, com pelo menos 60 anos de idade e 36 anos de serviço). Aos funcionários públicos nestas condições será permitido progredir de categoria ainda este ano, e o novo escalão tido em conta no cálculo da pensão, "independentemente da data em que requeira a reforma", segundo o Ministério das Finanças. ...."

Se tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca

13/06/2005

RENÉ BERTHOLO morreu.

René Bértholo nasceu em 1935 em Alhandra, Portugal.
Fez o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio (1947-51) e frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1951-1957).
Em 1953 participou na VII Exposição Geral de Artes Plásticas, convidado por Júlio Pomar, e no ano seguinte foi incluído por José-Augusto França no I Salão de Arte Abstracta.
Ainda na ESBAL fundou e dirigiu com outros colegas a revista «Ver» (1953-1955) e foi um dos animadores da galeria Pórtico com Lourdes Castro, José Escada, Costa Pinheiro e Teresa de Sousa (1955-57). Aí e noutras exposições da época se afirmou uma nova geração de artistas que maioritariamente optaria pelo exílio, mas o impacto público das suas exposições ficou então assinalado pela reportagem de capa do «Século Ilustrado» (6 Abril 1957) intitulada «Os jovens pintores sem bênção».
Estadia e exposição em Munique, em 1957, com Lourdes Castro, Costa Pinheiro e Gonçalo Duarte. Instala-se em Paris em 1958 e começa a publicar a revista "KWY", com Lourdes Castro. Juntam-se à revista, a partir de 1960, Jan Voss e Christo, e também José Escada, Costa Pinheiro, João Vieira e Gonçalo Duarte. Publicaram-se 12 números até 1963. O grupo KWY expõe em 1960-62, em Sarrebrucken, Lisboa, Paris e Bolonha.
Bolseiro da Fundação Gulbenkian em 1959-60.
Em 1961 realiza os primeiros desenhos e monotipias de acumulação e espalhamento de imagens, associando figuras reconhecíveis e "abstractas", que constituem uma contribuição original no contexto da "nova figuração" que então se afirmava. Uma dessas monotipias integrou no ano 2000 a exposição retrospectiva "Making Choices" (núcleo "Seeing Double"), que o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque dedicou ao período 1920-1960 com obras da sua colecção. René Bértholo integrou diversas exposições colectivas que marcaram a década de 60, como «Mythologies Quotidiennes», em 1964, no Museu de Arte Moderna de Paris, embora tenha rejeitado a associação da sua pintura à então chamada "figuração narrativa".
A partir de 1966, constrói os primeiros objectos com movimento, os "modelos reduzidos", interrompendo no ano seguinte a pintura sobre tela (até 1974-75).
Em 1972-3, estadia de um ano em Berlim, convidado pela Deutscher Akademischer Austauschdienst, dedicando-se a estudos de electrónica aplicada à arte. Os projectos dos programadores electrónicos aleatórios usados nas suas esculturas móveis viria a ter consequências na invenção e na construção ("in progress") de uma "máquina de sons", com que René Bértholo veio a apresentar, publicamente só a partir de 1995, "deskoncertos de MOZIKA".
Ainda em 1972, por iniciativa do Centre National d¹Art Contemporain, realizou uma pintura mural numa parede de grande dimensão (40 x 20 metros), em Paris, na zona das Halles, Rue Dussoubs, a que se seguiram vários outros projectos de intervenção no espaço urbano, com esculturas em cerâmica e betão armado colorido, em França e, o último, em Portugal (Hospital do Barreiro, 1983).
Em 1981 regressa a Portugal e instala-se no Algarve.
O Museu de Serralves dedicou no ano 2000 uma retrospectiva à sua obra.A propósito desta exposição, a Galeria Fernando Santos edita um livro onde, sob a coordenação do próprio artista, se publicam textos de André Balthazar, Cristiane Schecker, João Miguel Fernandes Jorge, Rui Eduardo Paes e uma entrevista de José Carlos Barros.


Escreveu sobre ele - André Balthazar em Maio de 2003.

"O traço mantém-se fiel ao seu caminho de ontem, embora mais largo. Dispersões mais construídas, voluntariamente menos carregadas: diagonais e paralelas, da esquerda à direita, de alto a baixo (ou inversamente). Algumas formas, por vezes abstractas e contudo menos do que o parecem, dissimulam recordações de objectos, jogam com a sua aparência de realidade utilizável.Objectos que frequentemente também impõem a sua existência, mas que a diluem ao multiplicarem-se, enumerarem-se, repetirem-se. Muitas vezes por três. Desfile imóvel e sem música. Parada fleumática.Não nos sentamos nestas cadeiras, não nos iluminamos nestes candeeiros: estes são formas como imagens, como chapéus sobre cabeças adormecidas. Imagens que zombam também com as palavras (cf. claro-escuro).Olhando de perto estes quadros, voluntariamente planos nas suas duas dimensões, deveríamos talvez falar da pele do espaço. Aqui a profundidade é a do silêncio e a superfície uma carícia de aparência tranquila.O Senhor Bértholo, que outrora tanto nos fez ver, continua, com mais reserva, porém. Este descomedido lançava montes de coisas à cara daqueles que as olhavam; mais sóbrio, coloca hoje um pouco de ordem nas suas «invasões», faz o jogo do estratega hábil em satisfazer às escondidas o imaginário e a razão, em medir as suas distâncias e as nossas. Por vezes uma cruz grande e larga barra o quadro como se de nada se tratasse."

Eugénio de Andrade morreu ! um país que fica mais pobre.

Eugénio de Andrade, considerado um poeta maior da actualidade morreu hoje, no Porto, com 82 anos.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, fixando-se em Lisboa em 1932 com a mãe, que entretanto se separara do pai. Estudou no Liceu Passos Manuel e na Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936, o primeiro dos quais, intitulado "Narciso", publicou três anos mais tarde. Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar, convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de inspector administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, numa casa que só deixou mais de quatro décadas depois, quando se mudou para o edifício da Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro. A sua consagração já acontecera dois anos antes, em 1948, com a publicação de "As mãos e os frutos", que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio. Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, "Os amantes sem dinheiro" (1950), "As palavras interditas" (1951), "Escrita da Terra" (1974), "Matéria Solar" (1980), "Rente ao dizer" (1992), "Ofício da paciência" (1994), "O sal da língua" (1995) e "Os lugares do lume" (1998).Em prosa, publicou "Os afluentes do silêncio" (1968), "Rosto precário" (1979) e "À sombra da memória" (1993), além das histórias infantis "História da égua branca" (1977) e "Aquela nuvem e as outras" (1986).As suas obras foram traduzidas para alemão, asturiano, basco, castelhano, catalão, galego, chinês, francês, italiano, inglês, jugoslavo e russo. Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com "essa debilidade do coração que é a amizade". Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001).Em Setembro de 2003 a sua obra "Os sulcos da sede" foi distinguida com o prémio de poesia do Pen Clube.

TENHO O NOME DE UMA FLOR
Tenho o nome de uma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar
que atravessei.
Eugénio de Andrade, in «As Mãos e os Frutos», 1948

Governo decreta luto nacional na quarta-feira pela morte de �lvaro Cunhal

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que o Governo decretou luto nacional na próxima quarta-feira pela morte do líder histórico do PCP, �lvaro Cunhal, uma decisão tomada após ter sido ouvido o Presidente da República.

05/06/2005

O sistema de numeração egípcio

bastante interessante.
Essa idéia de agrupar marcas foi utilizada nos sistemas mais antigos de numeração.
Os egípcios da Antiguidade criaram um sistema muito interessante para escrever números, baseado em agrupamentos.

"O HOMEM, ESSE DESCONHECIDO"

O Dr. Alexis Carrel escreveu: "... É preciso erguermo-nos e caminhar. Libertarmo-nos da tecnologia cega, e realizar na sua complexidade e riqueza, todas as nossas virtualidades. Pela primeira vez na história do mundo, uma civilização, ao atingir o começo do seu declínio, pode discernir as causas da sua doença. Talvez saiba servir-se desse saber, e evitar, graças à maravilhosa força da ciência, o destino comum a todos os grandes povos do passado. O nosso destino está nas nossas mãos. Precisamos de seguir avante pelo novo caminho".
Sempre acreditei nos homens da ciência. Esse livro do Dr. Alexis Carrel deveria ser lido, estudado, inúmeras vezes, por todo e qualquer ser humano. Precioso, sob todo ponto de vista, esse estudo do Homem e da sua fraqueza. Sim, da sua fraqueza. Que somos nós? Que sabemos de nós? Qual o nosso preparo mental? Lendo livros como esse, onde um sábio esmiúça delicadamente os nossos problemas, é que sentimos a necessidade de repetir:
- De fato, a nossa ignorância é muito grande.
O mundo, apesar de todo o seu progresso, continua infeliz porque não sabemos nada a nosso respeito, não atingimos ainda o suficiente preparo mental para dominar satisfatoriamente as nossas paixões e resolver de um modo digno todos os nossos problemas. O mundo material - esse mundo terrível da máquina - não é o mundo que devemos desejar. Há algo mais forte, mais belo, mais extraordinário, do que o mundo exterior. É o nosso Ego, é o Homem, somos Nós, os desconhecidos... O homem, apesar do conforto de que hoje desfruta, sente-se esmagado pela força destruidora da matéria inerte. Não podemos deixar de reconhecer os altos progressos da Química, da Física, das Ciências Matemáticas, mas - dolorosa verdade! - somos ainda analfabetos no que diz a Biologia. A ciência dos seres vivos foi talvez posta de lado por muitos anos devido à tendência de olharmos mais para o mundo exterior do que para o nosso mundo íntimo. O Dr. Alexis Carrel explicou isso de um modo simples e brilhante. E hoje, mais do que nunca, sentimos a necessidade de clamar contra certos preconceitos arcaicos que ainda dominam os homens. O estudo do homem, sua constituição, seus males, suas tendências, deve preocupar todo aquele que pensa na construção de um mundo melhor, onde haja saúde, conforto moral e material.
É pelo estudo, pela pesquisa, pela observação nos laboratórios, que o mundo progride. Sem um perfeito conhecimento da natureza humana, não pode existir a paz de que tanto se fala. Somos nervos, órgãos, forças desconhecidas que lutam. Não há conhecimento absoluto dessas forças. E o homem, que procura Saber, fica eternamente jogado ao vagar das intempéries. Eis o nosso fracasso: a falta de conhecimentos de nós mesmos, a falta de aperfeiçoamento mental. Luta-se desde muitos anos para que o mundo exterior seja o melhor possível. E realmente, já atingimos a um grau de progresso notável. Estão ai as maravilhas. O rádio, o avião, a televisão, as cidades adiantadas, enfim, o mundo material em toda a sua grandeza. Mas, se nos detivermos um pouco pensando e refletindo sobre a natureza humana, chegaremos a um resultado bem triste. A medicina, hoje como ontem, ainda é apenas uma pálida imagem. Apesar dos seus progressos pouco podemos considerar em benefício da humanidade. O ser humano sofre e muitas vezes morre sem qualquer valor elogiável para a penicilina que é hoje - dizem - a última maravilha médica. E vemos então uma série de enormes e complexos problemas humanos desafiando os mais forte conhecimentos científicos. Se é como diz o Dr. Alexis Carrel que pela primeira vez na história do mundo, uma civilização, ao atingir o começo do seu declínio, pode discernir as causas de sua doença. Esses remédios, tenho a certeza, são difíceis, mas não são impossíveis de encontrá-los.
Por que o mundo é assim? Não é possível haver uma paz duradoura? Por que tanta luta, tanto sacrifício, tanta miséria humana?
Que colosso de mundo seria o nosso se todo o cuidado, toda a atenção, todo o saber, fosse dedicado para o bem coletivo! Não haveria raças, haveria irmãos. Não haveria ódio, haveria amor. Todos, unanimemente, deveriam compartilhar de qualquer maneira para o progresso do mundo e para a civilização do Homem. Sim, porque nós ainda somos selvagens.
O mundo seria uma beleza se houvesse compreensão perfeita da vida e uma melhor distribuição de valores. As invenções, as descobertas, deveriam ser utilizadas para o bem da humanidade. Quando uma nação fizesse uma descoberta nada de querer guardar segredo. Comunicaria aos seus irmãos, e todos procurariam aperfeiçoa-la e utiliza-la da melhor forma.
E haveria em todo o mundo Direito, Liberdade e Justiça. Facilitar-se-ia o intercâmbio entre todos os povos para que nascesse uma aproximação mais ampla e íntima. Os povos deveriam se conhecer e se amar. Os mais fortes protegeriam os mais fracos, auxiliavam, socorriam. Os mais ricos protegeriam os necessitados. Procurar-se-ia civilizar o mundo sem ódio, sem guerras. Os homens seriam livres. Não haveria brigas banais por causa de petróleo, ouro, carvão e ferro. E quando, por qualquer circunstância, aparecesse um sujeito assim como Hitler, haveria uma reunião de Homens inteligentes para resolver o "caso" dele. Os próprios alemães, educados sob os novos princípios que deveriam regular a sociedade mundial, exclamariam:
- Coitado! Apareceu um homem que quer brigar. Vamos estudar o "caso" dele.
Sim, porque homens assim como Hitler seriam estudados e expostos em Museus Históricos como exemplos que não deviam ser seguidos. E aposto que o próprio Hitler se sentiria feliz num Museu... (É lógico que embalsamado).
Os erros de hoje não seriam nunca repetidos. A marcha seria para o domínio perfeito das nossas ambições descabidas. Haveria um único alvo: a paz do mundo e a felicidade de todos os povos.
Extinguir-se-iam os preconceitos, quer raciais, quer sociais. Haveria liberdade de pensamento e igualdade. Nada de raça superior nem inferior. Procurar-se-ia da melhor forma aperfeiçoar o elemento humano, mas fora com esse negócio de ariano ou de "super-homem".
Haveria proteção para os mendigos, para os menores sem lar; amparo à criança, à velhice. Os problemas quer sociais, médicos ou financeiros, seriam resolvidos com sabedoria por uma classe de Homens dignos. Nada de safadeza no meio. Enfim, creio que não perderíamos nada em tentar melhorar a nossa vida e as das gerações futuras. Chega de tantas guerras! Quando, por exemplo, um país - fosse qual fosse - tivesse uma epidemia, um terremoto, qualquer catástrofe, os outros imediatamente iriam ao seu auxílio, em socorro das vítimas. E o mundo seria uma beleza! Voltariam as Olimpíadas, as excursões esportivas. Em vez de missões militares seriam organizadas missões médicas, científicas e sociais. Haveria uma língua universal, que aprenderíamos desde criança para facilitar depois o conhecimento das coisas. Acho que o Esperanto é muito difícil de assimilar. Estudar-se-ia o Espanhol ou o Francês. É lógico que um mundo assim só é possível quando o homem de todos os recantos estiver suficientemente preparado para isso. Talvez seja a nossa geração que assistirá o raiar dessa Aurora. Creio que um dia surgirá um mundo assim. Ninguém deve duvidar. Talvez daqui a cem anos! Cem? Talvez daqui a mil...

Os Frutos da Terra por André Gide

Excertos de "Os Frutos da Terra", André Gide


"Camarada, eu te ensinarei o furor!!!"

"Tu não me dominarás, tristeza! Ouço um canto suave através das lamentações, dos soluços. Um canto cujas palavras invento a meu talante. Um canto que me fortalece o coração quando o sinto prestes a ceder. Um canto que encho com teu nome, Camarada, e com um apelo aos que com ânimo responderão:
Erguei-vos frontes inclinadas! Olhares voltados para os túmulos, erguei-vos. Não para o céu vazio, mas para o horizonte da terra. Para onde te conduzirão teus passos, Camarada, regenerado, valente, disposto a sair desses lugares empestados pelos mortos; deixa tua Esperança transportar-te para a frente. Não permitas que nenhum amor ao passado te retenha... Lança-te para o Futuro! A poesia, cessa de transferí-la para o sonho; saibas vê-la na realidade. E se não estiver nela ainda, coloca-a lá!
As sedes não estancadas, os apetites insatisfeitos, os frêmitos, as esperas vãs, as fatigas, as insônias... que tudo te seja poupado, ah, como o desejaria, Camarada! Inclinar para tuas mãos, teus lábios, os galhos de todas as árvores frutíferas. Fazer ruírem os muros, abaterem-se diante de ti as barreiras sobre as quais o açambarcamento ciumento acaba de escrever: "Entrada proibida. Propriedade particular". Obter enfim que te caiba a recompensa integral de teu trabalho. Erguer tua fronte e permitir enfim que teu coração se encha não mais de ódio e inveja, mas sim de Amor! Sim, permitir enfim que todas as carícias do ar, os raios do Sol e todos os convites à felicidade te atinjam.
Ó tu para quem escrevo – a quem chamava outrora por um nome que hoje se me afigura demasiado dorido, a quem eu agora chamo Camarada – não admitas mais nada de dorido no teu coração.
Saibas obter de ti o que torne a queixa inútil. Não implores mais de ourem o que podes obter.
Eu vivi; é tua vez agora. É em ti que doravante se prolongará minha juventude. Dou-te procuração. Se sentir que sucedes a mim, aceitarei melhor a morte. Transfiro-te minha Esperança.
Sentir-te corajoso permite-me deixar a vida sem lamentos. Toma minha alegria. Faze tua felicidade do aumento da de todos. Trabalha e luta e nenhum mal aceites que possas mudar. Cumpre que saibas repetir sem cessar: depende de mim! Ninguém se conforma sem covardia com todo o mal que depende dos homens. Deixa de acreditar, se jamais o acreditaste, que a sabedoria está na resignação; ou deixa de pretender à sabedoria.
Camarada, não aceites a vida tal qual a propõem os homens. Não cesses de te persuadir que ela poderia ser mais bela, a vida; a tua e a dos outros homens; não uma outra, futura, que nos consolasse desta e nos ajudasse a aceitar sua miséria. Não aceites! Quando começares a compreender que o responsável por todos os males da vida não é Deus, que os responsáveis são os homens, não te conformarás mais com esses males.

Não sacrifiques aos ídolos...."

A serpente que queria voar

Belissimo conto brasileiro

Cobras rastejam, mas eu gostaria de voar. Alto como as águias, livre, longe das tocas, dos ninhos promísquos e do próprio perigo que as águias nos trazem.
Passei mais de dois meses sem comer o que quer que fosse. Sapos, insetos, ovos, nada. Só podia pensar em voar, em construir meu ninho nas montanhas ou na mais alta das árvores; em mergulhar dos céus à busca de caça, como só as gigantescas aves de rapina o fazem.
Após muito meditar, sem encontrar solução para um tal problema, profundamente deprimido mas quase conformado, topei com uma lagarta pendurada num pequeno arbusto, dedicada à laboriosa tarefa de construir seu casulo. Voltou-me o apetite e a devorei sem compaixão, com casulo e tudo. Fez-me mal. Após tão longo jejum não se deve comer lagartas...
Naquela noite sonhei que subia a duras penas numa árvore íngreme e construía, eu mesmo, um casulo do qual, após longa espera, saía transformado em poderosa águia. Inquieto, acordei sobressaltado no meio da noite, incomodando as outras serpentes enrodilhadas a meu redor. "Começarei meu casulo amanhã mesmo", decidi então, antes de adormecer novamente.
Procurei uma árvore frondosa em local seguro. Precisava de muito preparo para a construção de meu casulo, mas estava seguro de que sairia de lá transformado em poderosa águia.
Passei dois meses a me alimentar profusamente. Não comentei meu projeto com quem quer que fosse por temor de ser taxado de insano, egoísta ou megalômano; ademais, precisaria de paz, tranqüilidade e segurança para o período da metamorfose.
Quando temos uma idéia fixa, faltamos, às vezes, com nossos deveres para com o grupo. Procurei comportar-me de forma a mais natural possível, a fim de não despertar suspeitas. Mas as exigências internas de minha natureza em busca de mudanças, por momentos excediam minhas forças e me tornavam quase que totalmente inapto ao trabalho no grupo.
Minhas coisas no mundo ofídico tornaram-se tão desarranjadas que, ao exigirem de mim excesso de atenção, dificultaram cada vez mais, quase inviabilizando mesmo, o cumprimento de meu projeto pessoal. Com tudo isso consegui construir meu casulo! Tosco. Frágil. Transparente como os ovos das serpentes. Mas era tudo de que dispunha. Não sabia quanto tempo levaria para que a metamorfose se completasse. Meditava.
No primeiro mês, farto que estava de tudo e de todos no mundo em que até então vivia, só podia pensar em técnicas de vôo e mergulho, em outros céus, em novas paisagens, enfim, numa vida nova. Naquele mês fiquei cego. Não tinha importância, estava seguro de que me nasceriam olhos de águia.
A partir do segundo mês voltei a pensar em minhas irmãs serpentes e em como faria para ensinar-lhes a realizar também a sua metamorfose, para dizer a todas quanto seria melhor o mundo se, ao invés de disputarmos e devorarmo-nos uns aos outros, passássemos a cooperar e viver em harmonia, ajudando-nos uns aos outros na nobilíssima tarefa da auto-superação em prol de um mundo melhor. Minhas escamas caíam. Não me importava, para que servem escamas a quem breve estará a voar?
Assim se passavam os meses, cada qual com uma nova preocupação e uma nova perda física.
No oitavo mês começaram a nascer-me penugens. Numa ocasião, algumas pequenas serpentes - crianças, naturalmente - galgaram a árvore em que estava encastelado e, por pura brincadeira, derrubaram meu casulo ao solo e o destruiram.
Agora estou aqui, nu, cego, esquecido do idioma das serpentes, incapaz de locomover-me por conta própria, me escondendo da luz e chorando nas sombras o meu fracasso. Quase cheguei onde ninguém antes de mim havia sequer pensado ser possível ir....
Todavia, permaneço otimista. Sei que um dia uma serpente terá êxito onde fracassei. Quase posso vê-la a descer dos céus trazendo no bico sua mensagem de vitória, de paz e de um mundo melhor para todos.

Papus - do Alquimismo e Tarot

GÉRARD ANACLET VINCENT ENCAUSSE, o médico que tornou-se famoso no meio ocultista sob o pseudônimo de PAPUS, nasceu no dia 13 de julho de 1865, em Corunã-Espanha, as sete horas da manhã, sendo filho de pai francês, o químico Louis Encausse, e mãe espanhola, de origem cigana, a senhora Irene Perez. O jovem Gérard criou-se, assim, em um ambiente favorável a um futuro estudante de Alquimia e de Tarot.
Em 1869 a família Encausse veio estabelecer-se em Paris, no bairro Montmartre, onde Papus iniciou seus estudos, primeiro no Colégio Rollin, depois aos 17 anos, na Faculdade de Medicina de Paris. Ainda jovem, dedicou-se nas horas vagas ao Ocultismo; enquanto seus colegas preocupavam-se com os problemas políticos da Europa e em percorrer todos os autores da Ciência Oficial, Papus passava suas tardes na Biblioteca nacional de Paris ou na Biblioteca do Arsenal estudando os autores clássicos da Alquimia e da Cabala, tomando notas dos principais manuscritos tão zelosamente guardados há séculos nessas preciosas bibliotecas.
Papus teria sido iniciado por Henri Delaage em 1882, segundo ele mesmo nos diz, na Sociedade dos Filósofos Desconhecidos, ordem que teria sido fundada por Louis Claude de Saint-Martin no século XVIII, na França. Com 17 anos de idade, o jovem Papus passou a destacar-se no seio do Grupo que passou a integrar, pela seriedade com que procurava as chaves da Iniciação.
Em 1887, aos 22 anos, escreveu sua primeira obra, denominada O Ocultismo Contemporâneo. Seu Tratado Elementar da Ciência Oculta(1), no ano seguinte, alcançou grande sucesso em vários países e proporcionou a seu autor grande liderança no meio ocultista parisiense. Fundou, em 1889, o Grupo Independente de Estudos Esotéricos (Gidee), transformado mais tarde em Escola Hermética, destinada a divulgar a espiritualidade e a combater o materialismo, igualmente, as revistas A Iniciação e Véu de Isis, órgãos de divulgação do Ocultismo, planetas que giravam em torno do centro irradiante de dinamismo, que era o Iniciador Papus.
Trabalhou como externo nos hospitais de Paris e não abandonou o exercício da medicina. Em 1894 defendeu sua tese de medicina, intitulada A Anatomia Filosófica e Suas Divisões, recebendo o título de Doutor em Medicina, com elogios. Sua obra posterior, "Compêndio de Fisiologia Sintética", foi igualmente muito elogiada nos meios acadêmicos.
Ao defender sua tese, Papus confessou-se um iniciante na arte de curar, pois vislumbrava as possibilidades do Ocultismo. Como Paracelso, percorreu vários países da Europa, estudando todas as medicinas, a oficial, a dos curandeiros e a homeopatia, aprendendo uma série de procedimentos desconhecidos dos médicos tradicionais.
Praticou a alopatia, a homeopatia e a hipnose, realizando curas consideradas extraordinárias por seus biógrafos. É o caso da senhora ricamente vestida, conta-nos Phaneg, que entrou em seu consultório com ares de descrença. Papus sem que ela falasse e após ter chamado sua atenção pela falta de fé no médico em presença, diagnosticou seu mal e falou de sua precária situação financeira. A senhora ficou maravilhada pelas revelações que ouvia e pela nevralgia subitamente desaparecida. Papus não lhe cobrou a consulta, porque aquela era seu último "louis".(2)
Muitas vezes Papus, para efetuar o diagnóstico, observava em primeiro lugar o astral do doente, depois o curava misteriosamente, apelando à força vital-mãe, fonte de equilíbrio. Ele classificava, assim as doenças, como sendo do Corpo, do Astral e do Espírito. As doenças do Corpo (como febres, traumatismos) podem, segundo Papus, ser curadas pela medicina dos contrários; as doenças do Astral (como tuberculose e o câncer) podem ser tratadas pela homeopatia e o magnetismo; e as doenças do Espírito (como epilepsia, histeria e loucura) podem ser tratadas pela oração e pela magia, desde que o mal não seja Cármico (dívida espiritual a ser paga pelo doente). Assim, Papus praticava seguidamente a Medicina Oculta, curando à distância, agindo sobre a urina, o sangue e o cabelo do paciente. Contam que Papus realizava diagnósticos insólitos, agindo pelos dons de clarividência e de clariaudiência.
No Umbral do Mistério, Stanislas de Guaita escreve que Papus, "jovem médico dos mais eruditos e fecundos, converteu-se em dupla personalidade: conquistou a notoriedade sob dois nomes diferentes. Suas obras de anatomia e de fisiologia receberam apenas a subscrição de Gérard Encausse. Seus Tratados de magia arvoram um outro nome".
"Cabeça enciclopédica e pena infatigável, saudemos este jovem iniciado que disfarça ou, diríamos, que desfigura o lastimável pseudônimo de Papus. É mister, seguramente, que os seus livros testemunhem uma superioridade assaz transcendente, para que se possa perdoar sua etiqueta! Fato é que os amadores da teosofia pronunciam o nome de Papus sem esboçar qualquer sorriso mas, isto sim, com admiração e apreço. Passando pelas brochuras já em número considerável, que têm vigorosamente contribuído para a difusão das ciências esotéricas, mencionaremos tão-somente as obras Ocultismo Contemporâneo (Carré, 1887, in 8º), O Sepher Yetsirah (Carré, 1888, in-8º) e a Pedra Filosofal (Carré, 1889, in-12, frontispício)".
"Convém lembrar que Papus publicava, desde 1888, o seu "Tratado Elementar de Ciência Oculta" (Carré, in-12, com figuras). Trata-se da primeira obra metódica em que se acham resumidos com clareza, agrupados e sintetizados com maestria todos os dados primordiais do Esoterismo. Este livro excelente, que enfoca a aplicação dos métodos experimentais de nossas ciências ao estudo dos fenômenos mágicos, e ademais, uma ação boa e meritória: os próprios estudantes adiantados podem recorrer a ela com segurança, como ao mais sábios dos gramáticos. Mas, Papus acaba de firmar para sempre a sua reputação de Adepto através da aparição de uma monumental obra atinente ao Tarot (3). Em nosso entender, não exageramos ao asseverar que este livro, em que se acha revelada, até às profundezas, a lei ondulatória do ternário universal, constitui, no sentido mais alto do termo, uma Chave absoluta das Ciências Ocultas".
Seu pseudônimo "Papus" foi retirado do Nuctameron de Apolônio de Tiana e significa o "médico da primeira hora", aquele que não mede sacrifícios para atender seus semelhantes.
Papus consagrou-se ao estudo da Luz Astral e de sua influência sobre as doenças e sobre sua terapêutica, tal como ensinava Paracelso um dos pais da Medicina. O papel da mente e suas relações com o Plano Astral e o Homem. Durante longos anos dirigiu suas pesquisas sobre os fenômenos hipnóticos, espíritas, parapsicológicos, exteriorização da sensibilidade e do magnetismo. Fundou a Escola de Magnetismo de Lyon, tendo o Mestre Philippe de Lyon como seu Diretor.
Seus estudos dos Corpo Astral e do Plano Astral não tinham como objetivo apenas a cura do Corpo, mas, principalmente, a cura da Alma, isto é, sua terapia pela iniciação. Fez da famosa divisa do Templo de Delfos "Conhece-te a ti mesmo que conhecerás o Universo e os Deuses" o seu lema de trabalho iniciático e profissional. Estudou profundamente a Antigüidade egípcia e os mistérios gregos e romanos, concluindo que entre eles a Ciência e a Iniciação estavam intimamente associadas.
A Escola Hermética, que tinha como professores famosos ocultistas da época, tais como Stanislas de Guaita, Sedir, Barlet, Peladan, Chamuel, Marc Haven, Maurice Barrès (academia francesa) Victor-Emile Michelet, entre outros, tinha como objetivo recrutar membros para as sociedades iniciáticas dirigidas por Papus (Ordem Martinista) e por Stanislas de Guaita (Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) que ainda existem hoje em pleno vigor, através de cursos, conferências, pesquisas ocultistas e publicações. Ensinavam o Hebraico, a Cabala, o Tarot, a Astrologia, a História Oculta, a Magia, a Medicina Oculta, focalizando principalmente seu aspecto menos velado e mais científico. Papus é tido como o divulgador do Ocultismo Científico de Louis Lucas, que se baseia na Analogia, método que procura explicar o Invisível por inferência, a partir do Visível.
Papus teve como Mestre Intelectual o Marquês Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre e como Mestre Espiritual, como ele próprio afirmava, o "Mestre Philippe de Lyon", a partir de 1887 e 1897, respectivamente. Teve no seu companheiro Stanislas de Guaita um incentivador de primeira grandeza, discípulo póstumos todos os dois de Eliphas Levi, Fabre d´Olivet, Saint Martin e Jacob Böehme, cujas obras sabiam praticamente de cor.
Praticava a Cabala Prática(4),juntamente com seus principais companheiros, com a qual procurava o aperfeiçoamento espiritual até chegar ao conhecimento da Divindade. O Adepto deve conhecer toda a teoria da Magia, dizia Papus, os materiais usados pelos magos, os perigos da Magia que enfrentam os praticantes temerários, a chave da magia negra, as ciladas do inimigo invisível, o controle das paixões, a eliminação dos vícios, se o Iniciado desejar, sinceramente, tornar-se um Mestre e obter a Salvação.
Sua vida foi uma ação constante em todos os planos, lutando contra o materialismo e o ateísmo e divulgando a espiritualidade. A lembrança do duelo com Jules Blois, que tinha desacatado fortemente a Stanislas de Guaita, ficou gravado na memória de todos os inimigos de Papus. Quando Jules Blois dirigia-se em um fiacre para o local designado para o combate, os cavalos assustaram-se com a aparição súbita de um vulto e empinaram-se, derrubando por terra Jules Blois e sua comitiva. Assim, Jules Blois chegou à presença de Papus com dor de cabeça e cambaleante. O duelo começou, sem muito entusiasmo, Papus procurando, dizem seus biógrafos, não ferir gravemente seu opositor. Este recebeu um pequeno ferimento no ombro e a luta teve fim. Papus cumpriu sua obrigação de médico, socorrendo seu adversário e a inimizade terminou.
Papus visitou a Rússia três vezes, sendo recebido pelo imperador. Em 1914 foi a Guerra como capitão-médico, onde contraiu tuberculose. Faleceu em 25 de outubro de 1916, aos 51 anos de idade. Seu corpo repousa no cemitério de Père Lachaise, em Paris, na divisão 93.
"Imitemos esse Iniciador, disse-nos Sedir, que desejou não ser mais do que um amigo para nós e que foi bastante forte ao ponto de nos esconder suas dores e seus desgostos sob um perpétuo sorriso. Enxuguemos nossas lágrimas; elas o reteriam nas sombras; regozijemo-nos, como ele próprio há três dias o fez, por rever finalmente face à face o Todo Poderoso Terapeuta, o autêntico Pastor das Almas, o Amigo Eterno, o Bem Amado de quem ele foi Eterno, o Bem Amado de quem ele foi o fiel servidor".
"Digamos, juntos a Gérard Encausse, um até logo vibrante; demos a ele, por nossas boas vontades doravante indefectíveis, a única recompensa digna de tão longas penas que ele suportou por nós"(5).
Papus foi sem dúvida alguma um grande Mestre ocultista, destacando-se por sua realização: escreveu mais de 160 títulos, entre livros, artigos, conferências, abordando tanto a medicina como o ocultismo. Os livros principais foram publicados em sua juventude, como o Tratado Elementar de Ciências Oculta (23 anos), o Tarot dos Boêmios (24 anos), o Tratado Metódico de Ciência Oculta (26 anos), a Cabala (27 anos), o Tratado Elementar de Magia Prática (28 anos).
Para seus companheiros de adeptado, suas obras principais foram o Tarot dos Boêmios, o Tratado Metódico de Ciência Oculta e o Tratado Elementar de Magia Prática. São Três "dos mais belos livros e dos mais fundamentais para o estudo do Ocultismo aparecidos após os de Eliphas Levi, Louis Lucas e Saint-Yves d´Alveydre" (Stanislas de Guaita em No Umbral do Mistério (4).
Como ilustração de sua obra literária, apresentamos a seguir a lista alfabética de suas principais publicações ocultistas:
Obra deixada por Gérard Encausse (Papus)
Livros e Brochuras
001. Gérard Encausse, Hypothèses, Paris, Coccoz, 1884
002. Papus, l'occultisme contemporain, Paris, Carré, 1887
003. Papus, le Sepher Jesirah, Tours, imprimerie Arrault, 1887 (extrait du Lotus). Réédition, Paris, Carré, 1889
004. Papus, les Disciples de la science occulte : Fabre d'Olivet et Saint- Yves d'Alveydre, Paris, Carré, 1888 (extrait du Lotus)
005. Papus, Traité élémentaire de science occulte, mettant chacun à même de comprendre et d'expliquer les théories et les symboles employés par les anciens, par les alchimistes, les francs-maçons, etc., Paris, Carré, 1888
006. Papus, la Légende d'Hiram, Paris, Carré, 1889 (extrait du Lotus)
007. Gérard Encausse, les Écoles homéopathiques, Paris, 1889
008. Papus, les Doctrines théosophiques, les Sept principes de l'Homme au point de vue scientifique, Paris, Conférence de la " Société Théosophique Hermès ", 1889 (extrait de la Revue théosophique)
009. Papus Clef absolue des sciences occultes : le Tarot des bohémiens, le plus ancien livre du monde, Paris, Carré, 1889.
010. Papus, la Pierre philosophale, preuves irréfutables de son existence, Paris, Carré, 1889.
011. Gérard Encausse, La Trousse médicale de diagnostic et d'urgence, feuillet publicitaire, 1889
012. Papus, Bibliographie raisonnée de la science occulte, Paris, Librairie du merveilleux, 1890
013. Papus, l'Occultisme, Paris, Librairie du magnétisme, 1890
014. Papus, le Spiritisme, Paris, Librairie du magnétisme, 1890
015. Papus, la Science secrète, En collaboration avec Barlet, E. Nus, le Dr Ferran, Lejay et S. de Guaïta, Paris, 1890
016. Papus, Considérations sur les phénomènes du spiritisme, rapports de l'hypnotisme et du spiritisme, nouvelles règles pratiques pour la formation des médiums, influence du périsprit dans la production des phénomènes spirites, Paris, Librairie des sciences psychologiques, 1890
017. Papus, le Groupe indépendant d'études ésotériques, Paris, Chamuel, 1891
018. Luys et Encausse, Du Transfert à distance à l'aide d'une couronne de fer aimanté, d'états névropathiques variés d'un sujet à l'état de veille sur un sujet à l'état hypnotique, Clermont (Oise), imprimerie Daix frères, 1891 (extrait des Annales de psychiatrie et d'hypnologie, mai 1891)
019. Gérard Encausse, Essai de physiologie synthétique, Paris, Carré, 1891.
020. Papus, l'Affaire de la Société théosophique, Paris, 1891
021. Papus, Traité méthodique de science occulte, lettre-préface d'Adolphe Franck, Paris, Carré, 1891.
022. Papus, Bibliographie méthodique de la science occulte (livres modernes), étude critique des principaux ouvrages, par un groupe d'occultistes, sous la direction de Papus, Paris, Chamuel, 1892 (extrait du Bulletin trimestriel de la Librairie du merveilleux).
023. Papus, la Science des mages et ses applications théoriques et pratiques, petit résumé de l'occultisme entièrement inédit, Paris, Chamuel, 1892.
024. Traité synthétique de chiromancie, Paris, Carré, 1892. - Repris dans les Arts divinatoires, Nouvelle édition revue et considérablement augmentée, Paris, Dangles, 1947
025. Papus, la Kabbale (tradition secrète de l'Occident) résumé méthodique, précédé d'une lettre d'Adolphe Franck, Paris, Carré, 1892. - Réédition sous le titre de la Cabbale, avec une étude par Saint Yves d'Alveydre, seconde édition considérablement augmentée, renfermant de nouveaux textes de Levain, Eliphas Lévi, Stanislas de Guaïta, Dr Marc Haven, Sédir, J. Jacob, Saïr, et une traduction complète du Sepher Jetzirah, suivi de la réimpression partielle d'un traité cabalistique du Chevalier Drach, Paris, Chacornac, 1903.
026. Papus et Chaboseau, Petit glossaire des principaux termes techniques couramment employés dans les livres et revues traitant d'occultisme, de théosophie, de kabbale, de franc-maçonnerie, de spiritisme, etc., Paris, Carré, 1892
027. Papus, Peut-on envoûter ? Etude historique, anecdotique et critique sur les plus récents travaux concernant l'envoûtement, Paris, Chamuel, 1893
028. Gérard Encausse, De l'expérimentation dans l'étude de l'hypnotisme à propos des prétendues expériences de contrôle de M. Hart, de Londres, Clermont (Oise), imprimerie Daix frères, 1893 (extrait des Annales de psychiatrie et d'hypnologie, fév. 1893)
029. Papus, Traité élémentaire de magie pratique, Adaptation, réalisation, théorie de la magie, Paris, Chamuel, 1893. - Seconde édition revue et augmentée, Paris, Chacornac, 1906
030. Papus, Anarchie, indolence et synarchie, les Lois physiologiques d'organisation sociale et l'ésotérisme, Paris, Chamuel, 1894
031. Délius et Papus, Anatomie et physiologie de l'orchestre, Paris, Chamuel, 1894
032. * Papus, Le Plan astral, l'état de trouble et l'évolution posthume de l'être humain, Paris, Chamuel, 1894
033. Gérard Encausse, L'Anatomie philosophique et ses divisions, précédée d'un essai de classification méthodique des sciences anatomiques, Paris, Chamuel, 1894
034. Gérard Encausse, Annuaire de l'homéopathie, Paris, Chamuel, 1894
035. Papus, De l'état des sociétés secrètes à l'époque de la révolution française, Paris, Chamuel, 1894
036. Dr Gérard Encausse, l'Absorption cutanée des médicaments d'après le système de Louis Encausse, inventeur, Paris, Chamuel, 1894.
037. Papus, la Doctrine d'Eliphas Lévi, Paris, Chamuel, 1894. Repris en préface à Eliphas Lévi, le Livre des splendeurs, Paris
038. Papus, la Dosimétrie, Paris, 1895
039. Papus, l'Illuminisme en France : Martines de Pasqually, sa vie, ses pratiques magiques, son oeuvre, ses disciples, suivis des catéchismes des élus coens, d'après des documents entièrement inédits, Paris, Chamuel, 1895
040. Papus, le Diable et l'occultisme, réponse aux publications "satanistes ", Paris, Chamuel, 1895
041. Papus, l'Esotérisme du Pater Noster, Paris, 1895. Repris dans Ce que deviennent nos morts, Paris, La Sirène, 1918
042. Papus, les Arts divinatoires, Paris, Chamuel, 1895. Nouvelle édition, revue et considérablement augmentée, Paris, Dangles, 1947
043. Papus, le Cas de la voyante de la rue de Paradis d'après la tradition et la magie, Paris, Editions de l'Initiation, 1896
044. Papus, Lumière invisible, médiumnité et magie, Paris, Editions de l'Initiation, 1896
045. Papus, la maison hantée de Valence en brie, étude critique et historique du phénomène, Paris, Editions de l'Initiation, 1896
046. Papus, Premiers éléments de chiromancie, renfermant, en une série de leçons didactiques, la chirognomonie, la chiromancie physique et astrologique; ouvrage précédé de la réédition du Traité synthétique de chiromancie, Paris, Chacornac, 1896.
047. Papus, les Rayons invisibles et les dernières expériences d'Eusapia devant l'occultisme, Tours, imprimerie Arrault, 1896
048. Papus, Catholicisme, satanisme et occultisme, Paris, Chamuel, 1897
049. Papus, la Magie et l'hypnose, recueil de faits et d'expériences justifiant et prouvant les enseignements de l'occultisme, Paris, Chamuel, 1897
050. Papus, Traitement externe et psychique des maladies nerveuses, aimants et couronnes magnétiques, miroirs, traitement diététique, hypnotisme, suggestion, transferts, Paris, Chamuel, 1897
051. Dr Papus, l'Ame humaine avant la naissance et après la mort, constitution de l'homme et de l'univers, clef des évangiles, initiation évangélique d'après Pistis Sophia, Paris, Chamuel, 1898.
052. Dr Gérard Encausse, Du traitement de l'obésité locale, Paris, Chamuel, 1898
053. Dr Gérard Encausse, Considérations sur la thérapeutique de la tuberculose, Paris, Chamuel, 1898
054. Dr Papus, Premiers éléments de lecture de la langue sanscrite (caractères devanagari), Paris, Chamuel, 1898. Nouvelle édition, revue et considérablement augmentée, Paris, Dorbon, 1913
055. Dr Gérard Encausse, Mémento des principales découvertes anatomiques (sans nom d'auteur), Paris, Carré, 1898
056. Papus, Distinctions et rapprochements entre le spiritisme et l'occultisme, Rapport présenté au Congrès Spiritualiste de Londres, Paris, 1898
057. Papus, Martinésisme, Willermosisme, Martinisme et Franc-maçonnerie, avec un résumé de l'histoire de la franc-maçonnerie en France, de sa création à nos jours, et une analyse nouvelle de tous les grades de l'écossisme, Paris, Chamuel, 1899
058. Dr Gérard Encausse, la Thérapeutique de la tuberculose, à propos d'une expérience récente, Paris, Chamuel, 1899
059. Congrès international de psychologie, Paris, Editions de l'Initiation, 1900
060. Papus, les Aissaouhas à l'Exposition de 1900, Paris, 1900
061. Papus, Un Train en 1950, Paris, 1900
062. Papus, Qu'est-ce que l'occultisme ? Etude philosophique et critique, Paris, Chamuel, 1900. Seconde édition, Paris, Chacornac, 1905. Nouvelle édition revue et augmentée, Paris, Leymarie, 1929.
063. Dr Papus, Comment est constitué l'être humain, Paris, Chamuel, 1900
064. Papus, l'Enseignement méthodique de l'occultisme, Paris, Ollendorf, 1901
065. Papus, l'Occulte à l'Exposition, Paris, Editions de l'Initiation, 1901
066. Gérard Encausse, l'Occultisme et le spiritualisme, exposé des doctrines philosophiques et des adaptations de l'occultisme, Paris, Alcan, 1902
067. Gérard Encausse, la Bicyclette grosse routière, Paris, Chacornac, 1902
068. Niet (Papus et J. Carrère), La Russie aujourd'hui, Paris, Juven, 1902
069. Papus, l'Illuminisme en France: Louis-Claude de Saint-Martin, Paris, Chacornac, 1902
070. Papus, Conférences ésotériques, Paris, Durville, 1908. Repris dans Traité élémentaire d'occultisme et d'astrologie, Paris, Dangles, 1936
071. Papus, Compte rendu du Congrès spiritualiste et du Convent maçonnique spiritualiste ; en collaboration avec Phaneg, Bosc, Jounet, Durville, Heibling, Paris, 1908
072. Papus, le Livre de la chance bonne ou mauvaise, Paris, Librairie des publications populaires, 1908. Réédition, Paris, Durville, 1909
073. Papus, Appareils électriques enregistreurs destinés à l'étude des sujets et médiums, Paris, 1909
074. Papus, le Tarot divinatoire, Paris, Librairie hermétique, 1909.
075. Papus, Exposé complet du symbolisme, des doctrines et des traditions martinistes, Paris, 1910. (prononcé à l'occasion de l'inauguration de la loge martiniste Velléda)
076. Papus, Pour combattre l'envoûtement, Paris, Durville, 1910. Réédition, Paris, Durville 1925. Réédition sous le titre de l'Envoûtement, Paris, Durville, 1935
077. Papus, Précis de physiologie synthétique, Paris, Durville, 1910
078. Papus, Premiers éléments d'astrosophie, Cours professé à l'Ecole des sciences hermétiques, 1er trimestre 1910, Paris, Publications de l'Ecole hermétique, 1910. Repris dans les Arts divinatoires, Nouvelle édition revue et considérablement augmentée, Paris, Chamuel, 1947
079. Papus, Ce que dort savoir un maître maçon, Paris, Ficher, 1910
080. Papus, le Conflit russo-japonais et les nombres magnétiques, Paris, 1912
081. Papus, Premiers éléments de lecture de la langue égyptienne, Paris, Dorbon, 1912
082. Papus, la Réincarnation, Paris, Dorbon, 1912. Réédition, Paris Adyar, 1926. Troisième édition revue et considérablement augmentée, Paris, Dangles, 1945
083. Papus, Rituel de l'Ordre Martiniste, en collaboration avec Teder, Paris, Dorbon aîné, 1913
084. Papus, Premiers éléments de lecture de la langue hébraïque, Paris, Dorbon, 1913
085. Papus, Premiers éléments de morphologie humaine, Paris, Chacornac, 1913
086. Papus, Premiers éléments d'expérimentation psychique, Paris, Editions de Mystéria, 1913
087. Papus, Premiers éléments d'homéopathie pratique, Paris, Éditions de Mystéria, 1913
088. Papus, la Fraude et les médiums, Paris, 1913
089. Papus, la Lutte contre les épidémies dans l'armée, Rapport officiel aux autorités militaires, Paris, 1914
090. Papus, le Médecin d'ambulance d'infanterie, Rapport officiel au Service de santé, 1914
093. Papus, Organisation générale du Service de santé, Rapport officiel au Service de santé, 1914
094. Papus, Comment faire un bon mariage, Paris, Éditions de Mystéria, Paris, 1914. Repris dans les Arts divinatoires, Paris, Dangles, 1947
095. Papus, Et la voix disait, Paris, Dorbon, 1915
096. Papus, Ce que deviennent nos morts, Paris, La Sirène, 1918
097. Papus, Initiation astrologique, Paris, La Sirène, 1920. Repris dans Traité élémentaire d'occultisme et d'astrologie, Paris, Dangles, 1936
098. Papus, le Faust de Gothe, Paris, Chacornac, 1921
099. Papus, la Pensée, son mécanisme et son action, Nice, Éditions du sphinx, 1921. Repris dans la Réincarnation, troisième édition revue et considérablement augmentée, Paris, Dangles, 1945
100. Papus, A.B.C. illustré d'occultisme, Paris, Dorbon, 1922
101. Papus, l'Occultisme, Paris, Durville, s. d. (13 p.)
102. Papus, Traité méthodique de magie pratique, Paris, Chacornac, 1924
103. Papus, la Science des nombres, Paris, Chacornac, 1934
104. Papus, Traité élémentaire d'occultisme et d'astrologie, Paris, Dangles, 1936
Almanaques
105. L'Almanach du magiste, 1895-1896, Paris, Chamuel, 1895
106. L'Almanach du magiste, 1896-1897, Paris, Chamuel, 1896
107. L'Almanach du magiste, 1897-1898, Paris, Chamuel, 1897
108. L'Almanach du magiste, 1898-1899, Paris, Chamuel, 1898
109. L'Almanach de la chance pour 1905, Paris, 1905
110. L'Almanach de la chance pour 1906, Paris, 1906
111. L'Almanach de la chance pour 1907, Paris, 1907
112. L'Almanach de la chance pour 1908, Paris, 1908
113. L'Almanach de la chance pour 1909, Paris, Librairie hermétique, 1909
114. L'Almanach de la chance et de la vie mystérieuse. Année 1910. Publié sous la direction de Papus et de Donato, Paris, Librairie Hermétique, 1910
Revistas
L'Initiation, Revue philosophique indépendante publiée sous la direction de Papus, 1888 à 1912
Le voile d'Isis, Organe hebdomadaire du Groupe Indépendant d'Études Ésotériques, 1890 à 1898, puis 1905 à 1909
La Plume, numéro spécial intitulé la Magie, sous la direction de Papus, 1892The Rising sun, a monthly review, n° l, Paris, 1892
L'Initiateur, sous la direction de l'Ordre martiniste, 1904 à 1905
L'Hiram, sous la direction de Papus, 1907 à 1910
Lumière d'Orient, revue mensuelle, Paris, septembre et octobre 1892
Mystéria, Revue mensuelle d'études initiatiques, ayant fait suite à L'Initiation, 1913-1914
Les Prophéties du mois, revue mensuelle, Paris, Dorbon, novembre 1915 juin 1916
La Thérapeutique intégrale, sous la direction du Dr Gérard Encausse, de 1897 à 1914
Arquivos
Fonds Papus de la Bibliothèque Municipale de Lyon (Fonds Papus Bibliothèque Municipale de
Lyon) répertoriées par Amadou, revue l'initiation
Fonds Papus de Marie-Sophie André
Obras Consagradas à PAPUS
Phaneg (Georges Descormiers), Papus, Paris, Chacornac, 1909
Philippe Encausse, Papus, sa vie, son oeuvre, Paris, éd. Pythagore, 1932
Philippe Encausse, Sciences occultes ou 25 ans d'ésotérisme occidental, Papus, sa vie, son ouvre, Paris, O.C.I.A., 1949
Philippe Encausse, Papus, le " Balzac de l'occultisme ", Paris, Belfond, 1979.

Introdução à Leitura do Alcorão

A palavra Alcorão na língua árabe significa leitura, recitação e foi definida pelos sábios como sendo a palavra de Deus revelada ao profeta Muhammad ( Que a paz esteja com ele ), que tem na sua recitação uma forma de adoração, iniciado pela surata da Abertura e encerrado pela surata dos Humanos, um milagre no seu texto e no seu significado e passado para nós através de gerações.
O Alcorão é dividido em 114 suratas e é formado de um total de 6.342 versículos, 77.930 palavras e 323.670 letras.
O Alcorão sofreu duas descidas, a primeira se deu na noite do decreto quando Ele desceu da tábua preservada no sétimo céu até o primeiro céu, diz Deus o Altíssimo "Pelo Livro lúcido. Nós o revelamos durante uma noite bendita, pois somos Admoestador" (44:2 e 3) e diz "O mês do Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e evidência de orientação e Discernimento." (2:185) e diz ainda "Sabei que o revelamos (o Alcorão ), na Noite do Decreto." (97:1), já a segunda descida que se deu do primeiro céu até a terra foi feita por intermédio do anjo Gabriel e foi feita em partes. O Alcorão foi revelado ao profeta Muhammad ( Que a paz esteja com ele ) durante 23 anos no decorrer dos quais os versículos eram revelados de acordo com as situações e com as necessidades, o que facilitava a sua memorização. Os primeiros versículos revelados foram " Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia." ( 96 : 1 à 5 ) e isto se deu no dia 17 de Ramadan quando o profeta tinha 40 anos e o último versículo a ser revelado foi " E temei o dia em que retornareis a Deus, e em que cada alma receberá o seu merecido, sem ser defraudada." ( 2 : 281 ) e se deu a sua revelação 9 noites antes do falecimento do profeta. Já o versículo " Hoje, completei a religião para vós; tenho vos agraciado generosamente, e vos aponto o Islam por religião." ( 5 : 3 ) foi o último versículo referente as leis a ser revelado.
A preservação do Alcorão.
Sempre que o profeta ( Que a paz esteja com ele ) recebia uma revelação, ele chamava os seus escribas para anotarem os versículos, ensinava as pessoas que iam memorizando esses versículos e mostrava o local onde cada qual deveria ser encaixado.
Na época do califa Abu Baker, faleceram 70 pessoas que tinham memorizado o Alcorão como mártires na batalha de Iamama. Isso fez com que Omar sentisse a necessidade de se juntar o Alcorão num único volume para que este fosse preservado. Então ele conversou com o califa a esse respeito, que hesitou a principio, mas depois percebeu que Omar estava com a razão. Então ele convocou Zaid ibn Thabit que era um dos escribas do profeta para que fosse o responsável por essa tarefa. Zaid também hesitou no primeiro instante, sendo mais tarde convencido da necessidade de se tomar essa providência. Zaid começou a juntar o que os escribas do profeta haviam anotado nas folhas de tamareiras, nas omoplatas dos animais e etc... ,e o que as pessoas haviam memorizado. Sabendo da responsabilidade que pesava nas suas costas ele não aceitava nenhum versículo, antes que duas pessoas testemunhassem ter ouvido tal versículo do profeta. E assim se deu a primeira compilação. Esse primeiro livro ficou guardado com o califa Abu Baker, e depois da sua morte com o seu sucessor Omar e após este falecer ficou aos cuidados de sua filha a mãe dos crentes Hafsa (esposa do profeta).
Na época do terceiro califa Othman, Husaifa ibn al Iaman estava lutando na Armênia e no Azerbaijão quando percebeu a divergência das pessoas em relação a pronuncia do Alcorão ( divergência essa fruto da expansão do Islam e da consequente entrada de estrangeiros que não conheciam o idioma árabe.) então ele se apressou em comunicar este fato ao califa que pediu a Hafsa o livro que estava sobre os seus cuidados e convocou Zaid ibn Thabit, Said ibn al Ass, Abd al Rahman ibn al Harith ibn Hicham e Abdulah ibn al Zubeir para que fizessem cópias desse livro.
Foram feitas seis cópias que foram enviadas para as respectivas regiões.
Particularidades do Alcorão.
O seu texto e o seu significado vem de Deus, ao anjo Gabriel só coube levar essa mensagem ao profeta e ao profeta Muhammad ( Que a paz esteja com ele ) só coube receber, preservar , transmitir essa mensagem para as pessoas e explicar o que necessitava de explicação. Diz Deus o Altíssimo: " Certamente ( este Alcorão ), é uma revelação do Senhor dos mundos. Com ele desceu o Espírito Fiel, Para o teu coração, para que sejas um dos admoestadores, Em elucidativa língua árabe." ( 26 : 192 à 195 ) e diz: " E a ti revelamos a Mensagem, para que elucides os humanos, a respeito do que foi revelado, para que meditem." ( 16 : 44 ) . E é essa particularidade a diferença entre o Alcorão e as tradições do profeta visto nas tradições os significados serem de Deus e o texto do profeta, diz Deus o Altíssimo: " Nem fala por capricho. Isso não é senão a revelação que lhe foi revelada." ( 53 : 3 e 4 ).
O Alcorão foi revelado na língua árabe e como dissemos anteriormente o seu texto e o seu significado vem de Deus, por isso qualquer explicação que venha a ser feita a cerca de um ou mais versículos na língua árabe não é considerado Alcorão e sim é chamado de Tafssir ( exegese ). O mesmo acontece com as traduções, por mais perfeitas e precisas que essas possam parecer, elas não são chamadas de Alcorão e sim de explicações dos significados do Alcorão.
Outra particularidade do Alcorão é a facilidade. Deus facilitou a sua recitação, a sua memorização, o seu entendimento e a pratica dos seus ensinamentos, diz Deus o Altíssimo: " Em verdade, facilitamos o Alcorão, para a admoestação." " Em verdade, facilitamos o Alcorão para a recordação." ( 54 : 17 e 22 ) e diz " Em verdade, temos - te facilitado ( o Alcorão ) em tua língua para que meditem." ( 44 : 58 ). E como consequência dessa facilidade vemos homens, mulheres, velhos, crianças, árabes e não árabes ( mesmo que não saibam nada acerca do idioma árabe ), todos memorizando esse Livro e recitando os seus versículos nas suas casas, nas mesquitas e onde mais desejam.
O Alcorão é a última das mensagens reveladas por Deus, por isso Ele é destinado a toda a humanidade e é válido em todas as épocas, as suas leis são sempre atuais. Ele continua da mesma forma em que foi revelado ao profeta, sem que se alterasse uma única letra, pois Deus se responsabilizou em preserva - Lo, diz Deus o Altíssimo: " Nós revelamos a Mensagem e somos o Seu Preservador." ( 15 : 9 ) e diz: " Este é um Livro veraz por excelência. A falsidade não se aproxima dele ( o Livro ), nem pela frente, nem por trás; é a revelação do Prudente, Laudabilíssimo." ( 41 : 41 e 42 ) .
Outra particularidade é a abrangência. O Alcorão abrange todos os aspectos da vida. Ele trata da crença, das virtudes morais, do comportamento, das leis comerciais, das relações internacionais, da política interna, das relações familiares e etc... . Ele não foi destinado a um povo específico ou a um determinado grupo de pessoas, ele foi destinado a toda humanidade, diz Deus o Altíssimo: " O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade." ( 2 : 185 ) e diz: " Certamente, não é mais do que uma mensagem, para os mundos." ( 81 : 27 ) e diz: " Temos - te revelado, pois, o Livro, que é uma explanação de tudo, é orientação, misericórdia e alvíssaras para os muçulmanos ( submissos à vontade de Deus )." (16:89).
O Alcorão é o maior milagre do profeta Muhammad ( Que a paz esteja com ele ), é um milagre em todas as épocas, e como prova disso Deus desafiou os gênios e os humanos a apresentarem algo semelhante ao Alcorão, diz Deus o Altíssimo: " Dize - lhes: Mesmo que os humanos e os gênios se tivessem reunido para produzir coisa similar a este Alcorão, jamais teriam feito algo semelhante, ainda que se ajudassem mutuamente." ( 17 : 88 ) e diz: " Ou dizem: Ele o forjou! Dize: Pois bem, apresentai dez suratas forjadas, semelhantes às dele, e pedi ( auxílio ), para tanto, a quem possais, em vez de Deus, se estiverdes certos." ( 11 : 13 ) e diz ainda: " E se tendes dúvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo e adorador ( Muhammad ), componde uma surata semelhante às dele ( o Alcorão ), e apresentai as vossas testemunhas, independente de Deus, se estiverdes certos. Porém, se não o fizerdes - e certamente não podereis fazê - lo temei, então, o fogo infernal cujo combustível serão as pessoas e os ídolos; fogo que está preparado para os incrédulos." ( 2 : 23 e 24 ). Ele veio com uma mensagem que anulava toda crença politeísta, anulando assim a crença do seu povo e dizia que o Alcorão era revelado por Deus, por isso eles se esforçaram de todas as formas para provar que o profeta era um mentiroso, um farsante, para que assim pudessem defender a sua crença. E com tudo isso não conseguiram criar algo semelhante ao Alcorão, e esse desafio continua de pé até hoje. O milagre alcorânico não é limitado a um único aspecto, mas abrange vários pontos, e é consenso o fato de que a mente humana não conseguiu até agora abranger todos os ângulos desse milagre, e cada vez que se aumenta a análise em cima dos versículos do Alcorão, se descobrem novos pontos antes desconhecidos. O Alcorão é um milagre na sua eloquência a esse respeito disse um dos coraixitas " Por Deus nenhum de vocês sabe mais a respeito de poesia do que eu e nem sabe mais a respeito da composição da poesia do que eu. Por Deus o que ele ( o profeta ) diz não se assemelha a nada disso. Por Deus o que ele diz é de uma imensa beleza e de uma suavidade que prende a atenção, a sua parte mais elevada da frutos e a sua parte mais baixa é puro refinamento, nada o supera e ele destrói o que está abaixo dele." e disse Aníss para o seu irmão Abi Zar " Encontrei um homem em Makka que é da sua religião e que diz ter sido enviado por Deus. " Então eu ( Abi Zar ) disse : " E o que as pessoas dizem a seu respeito? " " Dizem que ele é um poeta, um adivinho e um mago." e Aníss era um poeta e disse: " Ouvi o que os adivinhos costumam dizer e o que ele diz em nada se assemelha a isso e pedi a opinião dos poetas a respeito dele ( o Alcorão ) e nenhum deles disse ser poesia. Por Deus o que ele diz é a mais pura verdade e o que eles dizem a seu respeito é tudo mentira". Outro ponto que chama a atenção é o fato de não haver mudanças de estilo e nem contradições nesse Livro. Nenhuma mente humana poderia escrever um livro durante vinte e três anos sem que se percebesse mudanças no seu estilo, mudanças essas vindas em decorrência do amadurecimento, do aperfeiçoamento e das diversas experiências vividas pelo autor, por acaso os grandes escritores como Carlos Drumond de Andrade, Vinícius de Morais e Fernando Pessoa não passaram por diversas fases no decorrer das suas vidas literárias? E como explicar a ausência de contradições num Livro que foi revelado em partes, sendo revelados alguns versículos de um capítulo, e em seguida versículos de um outro capítulo, e em seguida um capítulo inteiro? O Alcorão contém verdades científicas que só foram descobertas recentemente, fatos relacionados com a criação do universo, fatos ligados a astronomia, o ciclo das águas, os mares, os reinos vegetal e animal e a reprodução humana entre outros, eis aqui alguns exemplos: a) Quem poderia imaginar que os céus, as estrelas e os planetas são originados por gases, pois bem a ciência com o desenvolvimento de aparelhos descobriu que a origem do universo se deu através de gases e que ainda há estrelas se formando com o que resta desses gases, diz Deus no Alcorão "Então, abrangeu, em Seus desígnios, os céus quando esses ainda eram gases, e lhes disse, e também à terra: Juntai-vos, de bom ou de mau grado! Responderam: Juntamo-nos voluntariamente." (41:11). b) Os cientistas descobriram que ainda há estrelas nascendo e que as constelações estão se afastando umas das outras e como conseqüência o universo continua se expandindo, diz Deus o Altíssimo "E construímos o firmamento com poder e perícia, e Nós o estamos expandindo." (51:47). c) Os cientistas descobriram que o brilho da lua, nada mais é do que o reflexo da luz do sol, diz Deus o Altíssimo "Fizemos da noite e do dia dois exemplos; enquanto obscurecemos o sinal da noite, fizemos o sinal do dia para iluminar-vos, para que procurásseis a graça de vosso Senhor, e para que conhecêsseis o número dos anos e o seu cômputo; e explanamos claramente todas as coisas" (17:12) e diz "Bendito seja Quem colocou constelações no firmamento e pôs, nele, uma lâmpada e uma lua refletidora" (25:61). d) A ciência descobriu que toda vez que o homem se eleva na atmosfera mais difícil fica para ele conseguir respirar, diz Deus o Altíssimo "A quem Deus quer iluminar, dilata-lhe o peito para o Islam; a quem quer desviar (por tal merecer), oprime-lhe o peito, como aquele que se eleva na atmosfera." (6:125). e) Os cientistas descobriram que as plantas são formadas de pares (machos e fêmeas), diz Deus o Altíssimo "Glorificado seja Quem criou pares de todas as espécies, tanto naquilo que a terra produz como no que eles mesmos geram, e ainda mais o que ignoram." (36:36)e diz "e envia água do céu, com a qual faz germinar distintos pares de plantas." (20:53). Agora vejamos o que diz o pesquisador francês Maurice Bucaille a esse respeito em seu livro A Bíblia, o Alcorão e a ciência: " Tomando em seguida as duas revelações que a haviam precedido, a revelação alcorânica é não somente isenta das contradições dos relatos dos Evangelhos, que trazem as diversas marcas de injunções humanas, mas ela também oferece a quem empreende o seu exame, objetivamente, à luz da ciência, o caráter que lhe é próprio duma concordância perfeita com os dados científicos modernos. De mais a mais, descobrem - se nelas, como foi demonstrado, enunciados de ordem científica, dos quais é inconcebível que um homem, na época de Muhammad, tivesse podido ser o autor ". Esses são alguns dos vários lados do milagre alcorânico.
Os assuntos contidos no Alcorão.
O Alcorão abrange todos os assuntos relacionados com o ser humano como um todo, vejamos resumidamente esses assuntos:

Primeiro - O Alcorão nos da conhecimento de Deus; os seus nomes e atributos, dos anjos, dos Livros por Ele revelados, dos mensageiros por Ele enviados, do dia do juízo final e da predestinação. E mostra a nossa obrigação diante dessa crença.
Segundo - Nos mostra as regras do bom comportamento, e as virtudes com as quais os homens devem se moldar.
Terceiro - As regras das práticas que organizam a relação dos homens com Deus ( orações, paga do Zakat, jejum, peregrinação, promessas e etc... ) e as que regulamentam as relações dos homens entre si, seja individualmente, em grupos ou enquanto nações.
Quarto - As histórias dos povos passados, para que se tire proveito delas, aprendendo com os acertos e com os erros daqueles que nos antecederam.
O Alcorão não foi revelado só para se pegar bênçãos através da sua recitação; mas foi revelado para ser posto em prática trazendo as pessoas das trevas para a luz, e nem para ser recitado aos mortos na esperança de que assim Deus tenha misericórdia dos que já se foram; mas foi revelado para regulamentar a vida dos que ainda se encontram nesse mundo sendo uma constituição a ser seguida, e tão pouco foi revelado para enfeitar as paredes; mas sim para enfeitar o homem e a sua vida com a fé, o bom comportamento e as virtudes morais. Deus deixa bem claro nos versículos que se seguem o motivo pelo qual Ele revelou este Alcorão.
" E este é o Livro bendito que revelamos ( ao mensageiro ); observai - o, pois, e temei a Deus; quiçá Ele Se compadeça de vós. " ( 6 : 155 )
" Ó humanos, já vos chegou uma prova convincente, do vosso Senhor, e vos enviamos uma translúcida Luz. Aqueles que crêem em Deus, e a Ele se apegam, introduzi - los - á em Sua misericórdia e Sua graça, e os encaminhará até Ele, por meio da senda reta. " ( 4 : 174 e 175 )
" Realmente, revelamos - te o Livro, a fim de que julgues entre os humanos, segundo o que Deus te ensinou. Não sejas defensor dos pérfidos." ( 4 : 105 )
" Ó adeptos do Livro, foi vos apresentado o Nosso Mensageiro para mostrar - vos muito do que ocultáveis do Livro e perdoar - vos em muito. Já vos chegou de Deus uma Luz e um Livro Lúcido, pelo qual Deus guiará aos caminhos da paz aqueles que procurarem a Sua complacência e, por Sua vontade, tirá - los - á das trevas e os levará para a luz, encaminhando - os para a senda reta. " ( 5 : 15 e 16 )
" Em verdade, revelamos - te o Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga - os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando - te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez - vos como sois, para testar - vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai - vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências. Incitamos - te a que julgues entre eles, conforme o que Deus revelou; e não sigas os seus caprichos e guarda - te de que te desviem de algo concernente ao que Deus te revelou. Se te refutarem, fica sabendo que Deus os castigará por seus pecados, porque muitos homens são depravados. Anseiam, acaso, o juízo do tempo da insipiência? Quem é melhor juiz do que Deus, para os que estão convencidos?" ( 5 : 48, 49 e 50 )
" Revelamo - lo como um Alcorão árabe, para que raciocineis." ( 12 : 2 )


Alcorão um todo indivisível.
Infelizmente vemos hoje em dia pessoas que se dizem muçulmanas e que dizem acreditar que o Alcorão é a palavra de Deus, dizerem que se submetem as leis do Alcorão, mas só no que tange a prática ( como oração e jejum ) ou a alguns dos bons comportamentos e algumas das virtudes por Ele ensinados, deixando de lado o que diz respeito a política, a economia, as punições e etc..., de acordo com os seus caprichos.
Será que essas pessoas se acham divindades que se igualam a Deus? Ou será que elas sabem mais do que o Criador o que é bom e o que não é bom para ser seguido? Que péssimo é o que pensam! Deus repreendeu o povo de Israel por tomarem essa atitude, diz Deus o Altíssimo: " Credes, acaso, em uma parte do Livro e negais a outra? Aqueles que, dentre vós, tal cometem, não receberão, em troca, senão o aviltamento, na vida terrena e, no Dia da Ressurreição, serão submetidos ao mais severo dos castigos. E Deus não está desatento em relação a tudo quanto fazeis. São aqueles que negociaram a vida futura pela vida terrena; a esses não lhes será atenuado o castigo, nem serão socorridos. " ( 2 : 85 e 86 ). Apesar desse versículo falar do povo de Israel, as suas advertências servem para todos os que seguem esse caminho, e repreendeu os hipócritas que não aceitaram as leis de Deus se submetendo somente ao que ia de encontro aos seus interesses, diz Deus o Altíssimo: " Dizem: Cremos em Deus e no Mensageiro, e obedecemos. Logo, depois disso, uma parte deles volta as costas, porque não é fiel. E quando são convocados ante Deus e Seu Mensageiro, para que julguem entre eles, eis que um grupo deles desdenha. Porém, se a razão está do lado deles, correm a ele, obedientes. Abrigam a morbidez em seus corações; duvidam eles, ou temem que Deus e Seu Mensageiro os defraudem? Qual! É que eles são uns iníquos! A resposta dos fiéis, ao serem convocados ante Deus e Seu mensageiro, para que julguem entre eles, será: Escutamos e obedecemos! E serão venturosos. " ( 24 : 47 à 51 ). Como mostrou também esses versículos o crente ao ouvir as ordens de Deus e as do profeta dizem ouvimos e obedecemos. Isso porque a crença pede que as pessoas se conformem com o caminho que Deus traçou, mesmo que vá de contra aos seus interesses. O Alcorão é um todo que não pode ser dividido. É de se espantar, como lembrou bem o Dr. Yussef al Karadawi em seu livro as principais fontes do Islam o Alcorão e a Sunna " que uma pessoa que raciocina e que tem fé leia o versículo " Ó fiéis, está - vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus. " ( 2 : 183) e diga ouço e obedeço e ao ler o versículo " Ó fiéis, está - vos preceituado o talião para o homicídio. " ( 2 : 178 ) diga ouço e desobedeço, e por quê? porque o primeiro está no ciclo das práticas e o segundo no ciclo das punições, ou pega o versículo do trono ( 2 : 255 ) e deixa o versículo " Ó fiéis, temei a Deus e abandonai o que ainda vos resta da usura, se sois crentes. Mas, se tal não acatardes, esperai a hostilidade de Deus e do Seu Mensageiro; porém, se vos arrependerdes, reavereis apenas o vosso capital. Não defraudeis e não sereis defraudado. " ( 2 : 278 e 279 ) porque o versículo do trono trata da crença enquanto que o outro trata das relações econômicas, o mesmo acontece com quem aceita o versículo ( 5 : 6 ) e rejeita o versículo (5 : 38 ), ou pega os versículos ( 5 : 87 e 88 ) e rejeita o versículo ( 5 : 90 ), e pega o versículo ( 22 : 77 ) e rejeita o ( 22 : 78 ) ou pega o versículo " Observai, pois, a oração, pagai o Zakat " ( 22 : 78 ) e aceita a primeira parte do versículo pois trata de uma prática espiritual e rejeita a segunda que trata de uma prática relacionada com os bens. "
Tal pessoa se coloca num patamar acima de Deus, pois pega o que está de acordo com os seus interesses e invalida o que não lhe interessa.
Para que os muçulmanos possam sair do labirinto em que se encontram eles devem voltar para a sua fonte principal o Alcorão, voltar pensando, raciocinando em cima dos seus versículos, procurando aprender tudo, como faziam os companheiros do profeta ( como Othman ibn Afan e Abdullah ibn MassÆud entre outros ) que aprendiam dez versículos com o profeta e não saiam desses dez antes de saber todas as regras contidas nesses versículos e colocá - las em prática, diz Deus o Altíssimo: " ( Eis ) um Livro bendito, que te revelamos, para que os sensatos recordem os seus versículos e neles meditem. " ( 38 : 29 ), e diz " Não meditam, acaso no Alcorão? Se fosse de outra origem, que não de Deus, haveria nele muitas discrepâncias." ( 4 : 82 ) e diz ainda " Não meditam, acaso, no Alcorão, ou que seus corações são insensíveis? " ( 47 : 24 )
A recompensa de quem recita o Alcorão.
As grandes recompensas de quem recita o Alcorão ficam claras nos seguintes ditos do profeta ( Que a paz esteja com ele ): " Aquele que recitar o Alcorão com perfeição estará no mesmo nível dos nobres anjos e aquele que recita com dificuldade terá duas recompensas. "
" O melhor dentre vós é aquele que aprende o Alcorão e depois o ensina. "
" O crente que recita o Alcorão é comparado a uma laranja, pois tanto o cheiro como o sabor dela são agradáveis. E o crente que não recita o Alcorão é comparado a uma tâmara, pois ela não tem cheiro, mas o seu sabor é doce. Já o hipócrita que recita o Alcorão é comparado com al raihan, pois o seu cheiro é agradável, e o seu gosto é amargo. E o hipócrita que não recita o Alcorão é comparado com a coloquíntida, que não tem cheiro, e o seu sabor é amargo. "
" Sempre que, e quando, um grupo de gente se reúne em uma das Casas de Deus, recitam o Livro de Deus, e o estudam, descerão sobre eles o sossego e a tranquilidade, e ficarão recobertos de misericórdia, e rodeados de anjos; além disso, Deus os mencionará para aqueles que se encontrarem na Sua presença. "
" Recitai o Alcorão, porque, no Último Dia, servirá de apoio para aqueles que cuidaram de o recitar. "
" No Último Dia, será dito a quem recitara o Alcorão: Começa a recitar e a ascender pelos elevados escalões do Paraíso. Recita tal como recitavas em vida, pois o teu lugar será concorde ao derradeiro versículo que leres! "
(esta página foi copiada, do seguinte endereço: http://www.geocities.com/TheTropics/8572/quran1.htm)

Aleister Crowley

Aleister Crowley foi sem sombra de dúvida o maior mago do século XX. Suas explorações no campo das drogas e do sexo são enfatizadas em demasia por quase todas as pessoas que se põe a falar sobre ele. Essa sua faceta poderia ser explicada (talvez até possa ser justificada) como uma fuga genial da pútrida sociedade ultrapuritana em que foi criado.

O protestantismo vitoriano foi uma das manifestações mais repressoras de que já se teve notícia e Crowley, juntamente com alguns artistas de vanguarda de sua época teve a ousadia de se colocar contra todo esse sistema de valores e criar um sistema próprio, que por pior que fosse era melhor do que o sistema estabelecido.

A mente de Crowley, um misto de Nietzsche e Rabelais, com uma estética egípcia e um negro senso de humor, era, de certa forma, inescrutável. Apesar de freudianamente seus complexos serem óbvios, lendo Crowley nunca se tem certeza do que ele realmente quis dizer. Ele brincava com o leitor, geralmente o superestimando (principalmente nos primeiros livros, cheios de referências obscuras imprecindíveis para a compreenção da obra). Apesar disto escreveu excelentes poesia e prosa, mas que de forma alguma superaram o interesse do mundo na história de sua vida, atribulada, trágica e cheia de aventuras como foi, por si só uma obra de arte.

Crowley nasceu em 1875, filho de um pastor de uma seita fundamentalista protestante, que também era dono de uma fábrica de cerveja. Seu pai morreu cedo, deixando boas lembranças no menino, mas sua mãe, segundo ele, era uma "estúpida criatura", e as brigas da adolescência logo fizeram com que sua mãe o chamasse de "Besta", apelido que adotou posteriormente e que lhe trouxe boa parte da fama.

Na escola se mostrou brilhante e obediente, até que foi culpado injustamente de um pequeno delito e foi posto de castigo, a pão e água, o que piorou sua já fraca saúde (tempos depois lhe receitariam heroína para a asma, substância que usou até os 72 anos de idade, quando morreu de parada cardíaca). Crowley nunca esqueceu desse tratamento, e desde menino começou a achar que havia algo de errado com o "senso comum" da época. Decidiu ser um homem santo, e cometer o maior pecado, como em uma lenda dos Plymouth Brothers (culto de seu pai) que afirmava que o maior santo cometeria o maior pecado.

Na Universidade Crowley finalmente se encontrou. Com muito dinheiro (da herança de seu pai) e livre da repressão da família, exerceu todas as atividades pelas quais ficou conhecido: alpinismo, poesia, enxadrismo, sexo e magia, e, dizem, foi excepcional em cada uma delas. Crowley travou contato com a Golden Dawn, uma ordem pseudo-maçonica de prática ritualística e iniciatória que esteve em seu auge no fim do século passado, quando Crowley a frequentou. Subiu rapidamente pelos graus da ordem, mas foi barrado por um grupo de pessoas que chegaram a afirmar que a "ordem não era um reformatório". Crowley era desconsiderado pelos intelectuais e desprezado pela burguesia, fato que o pode ter levado a suas inúmeras viagens e expedições de alpinismo.

Crowley pode parecer extremamente arrogante e narcisista em seus escritos, mas isso não parece ser verdade, se examinamos sua vida a fundo. Ele sempre buscou o reconhecimento e aprovação das pessoas, e quando notou que isso não era possível, mantendo sua crítica atroz aos absurdos do puritanismo inglês, ele resoleu aparecer fazendo escândalos, reais ou falsificados, ao estilo do esteriótipo "falem mal, mas falem". Mesmo assim em sua autobiografia ("Confessions of Aleister Crowley") ele se mostrou extremamente magoado quando a imprensa marrom inglesa (conhecidíssima até hoje e abominada pela família real inglesa) inventava alguma coisa absurda e terrível ao seu respeito, como em uma ocasião em que o acusaram de comer carne humana na expedição ao monte K2.

A Golden Dawn recusou iniciação a Crowley, mas seu chefe, McGreggor Mathers não. Talvez interessado no dinheiro do jovem Aleister Crowley ele o iniciou, e logo se tornou um mestre para Crowley.

Seus trabalhos mágicos e estudos místicos o levaram as mais diversas partes do mundo, experimentando com todas as formas de catarse e intoxicaçõo, que considerava como bases da religião. Mas pouco a pouco se distanciava de Mathers, que a essa altura já havia se proclamado em contato direto com os "mestres" que regem a terra, e com isso seu autoritarismo se tornou insuportável. Crowley foi o único a defendê-lo até o final, quando percebeu que tudo não passava de uma farsa.

A crença de que existe um grupo de iniciados secretos que carregam o conhecimento humano e são os verdadeiros "chefes" da terra é compartilhada no sentido estritamente literal por muitas pessoas e seitas. Crowley aceitou essa idéia de uma forma ou de outra até o fim da vida, mas empregou diversas interpretações para estas entidades, algumas baseadas na psicologia (recém estabelecida como uma ciência por Freud, na mesma época).

Mas, desiludido com a Golden Dawn, passou alguns meses afastado da magia, e pouco a pouco se reaproximou, trabalhando sozinho.

Então numa viagem ao Cairo em 1904, recém casado, sua esposa começou a falar algumas coisas estranhas das quais ela não poderia ter conhecimento. Ela o mandou invocar o deus Hórus.

Dessa invocação surgiu um texto pequeno, de três capítulos, intenso e esquisito, ditado por um dos "ministros" da forma de Hórus conhecida por "Hoor-Paar-Kraat", Harpócrates, Hórus, a criança. Aiwass era o nome dessa entidade, depois reconhecida como o Sagrado Anjo Guardião do próprio Crowley. Com isso três coisas estão subentendidas: Aiwass era um dos "mestres" que regiam o presente Éon, dedicado ao Deus Hórus, seu mentor; era também uma entidade não totalmente separada de Crowley, embora devesse ser tratado como tal, alguns poderiam dizer que ele era o self junguiano de Crowley (mesmo ele reconheceu isso), outros, maldosamente, que era sua Sombra (termo que em psicologia junguiana designa a parte de nós que reprimimos e que contém aquilo que temos medo de admitir); Crowley demorou cerca de 5 anos para acatar o que o texto dizia. Uma das profecias previa a morte de seu filho, que acabou por morrer mesmo, de doença desconhecida.

Quando finalmente aceitou o Livro da Lei estava em contato com um corpo germânico de iniciados, que em outro livro dele ("The Book of Lies") encontraram um segredo de magia sexual que pensavam ter o monopólio no ocidente. Nem Crowley havia entedido o que tinha escrito, mas aceitou mesmo assim um alta posição hierárquica na Ordem. Era a Ordo Templi Orientis, que até hoje detém os direitos sobre os textos de Crowley posteriores a 1910.

A O.T.O. existe até hoje (ou melhor existem, visto que houveram cisões e brigas e etc, que somando com os charlatães, devem somar mais de 30 O.T.Os., por alto. A maioria clama legitimidade.)

Crowley perdeu muito dinheiro publicando seus próprios livros e os vendendo a preço de banana. E a incompetência de um tesoureiro da O.T.O., que perdeu um galpão cheio de livros num lance mal entendido até hoje, acabou causando sua bancarrota final.

Além da O.T.O. que tinha bases massônicas, Crowley criou um corpo próprio, designado como A.:.A.:.., esse corpo, muito mais velado, deveria servir como que "escola de treinamento" para os possíveis "mestres" da humanidade.

Crowley sobreviveu de doações e venda de livros até o fim da vida. E morreu em relativa miséria, ainda viciado em heroína, pouco tempo depois de terminar seu último trabalho, um livro sobre o Tarô que Lady Frieda Harris havia pintado com suas indicações. Um baralho magnífico.

Bibliografia:

"Confessions of Aleister Crowley", A. Crowley, Penguin
"The Eye in the Triangle", Israel Regardie, New Falcon Publications
"The Legacy of the Beast", Gerald Suster, Weiser

O melhor é "The Eye in the Triangle". Em português não se deve deixar de ler o verbete "Aleister Crowley", na "Enciclopéldia do Sobrenatural", da LPM.

HINO A PÃ - FERNANDO PESSOA

Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
�spide aguda, forte leão -
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!


Fernando Pessoa

O "Hino a Pã" é uma tradução do Hymn to Pan, do prefácio do livro "Magick in Theory and Practice", de Aleister Crowley. Esta tradução foi publicada em outubro de 1931 em "Presença", de Pessoa.(*) Mestre Therion é um dos nomes mágicos de Aleister Crowley.

Novíssimo dicionário da novilíngua petista

agradecendo á cultura brasileira, aqui meto o dicionário petista.
não sei a razão mas, ao ler este "dicionário fez-me lembrar um país que conheço bem.

A leitura deve-se fazer deste modo:

1 - Quando um petista diz...
2 - Deve-se entender !



Debate qualificado
Eu tenho razão, você está errado


Ética
Eu tenho razão, você está errado


Avanços
Recuos


Conquistas
Perdas


Avanços na legislação trabalhista
Redução dos direitos dos trabalhadores: extinção do direito à licença-maternidade, às férias acrescidas de 1/3 e ao 13º salário


Estou convencido de que...
Eu tenho razão, você está errado


Justiça tributária
Reduzir os impostos cobrados da classe média, aumentar aqueles que incidem sobre os trabalhadores e liberar completamente de tributos as aplicações financeiras mais elevadas


Justiça previdenciária
Redução nas atribuições e eficiência da previdência pública e ampliação nos lucros dos planos de saúde privada


Aumento no número de empregos
Demissão maciça de trabalhadores que, eventualmente, são recontratados por menos da metade do salário anterior, melhorando os números dos índices de desemprego e piorando a vida da população.


Nunca antes neste país...
Vamos continuar fazendo a mesma coisa que todos fizeram antes. Talvez pior


Não temos o direito de errar
Erramos mais que todos os anteriores juntos


Politicamente correto
O PT está certo, você está errado


Democracia
Eu mando, você obedece


Trazer desestabilização à república
Líderes governistas acusados de crimes não podem ser indiciados


Aumento do poder aquisitivo do trabalhador
Redução do poder aquisitivo do trabalhador


O Banco Central não intervém no câmbio
Sempre que o valor do dólar cair abaixo de patamares que ameacem diminuir a enorme lucratividade dos especuladores e exportadores, o Banco Central comprará a moeda estrangeira em volume suficiente para manter seu preço elevado


Covardes
Jornalistas que discordam do governo


Redistribuição de Renda
Transferência de recursos dos pobres para os ricos através de juros e impostos


Fome Zero
Arrochar tanto a economia através de juros elevadíssimos e impostos escorchantes até que se “zere� a mesa de todos os brasileiros.


Fome Zero, “O maior programa social do mundo�
Malversação de recursos públicos sob a desculpa de dar esmolas que não chegam aos miseráveis que prefeririam ter emprego e dignidade


O Conselho Federal de Jornalismo visará zelar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização do jornalista
O Conselho Federal de Jornalismo visará orientar, disciplinar, fiscalizar e punir jornalistas a fim de que somente textos laudatórios sejam publicados


A ANCINAV (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) visará a quebra de monopólios culturais para democratizar o acesso à cultura e não praticará a censura
A ANCINAV protegerá produtores culturais poderosos pró-governo e não admitirá qualquer produção cultural que venha a ser caracterizada como oposição ao governo petista


Controle da Inflação
Aumento nas taxas de juros e redução do poder aquisitivo da população


Um país de todos
Um país de todos os banqueiros e especuladores


Autonomia para o Banco Central do Brasil
Privatização do Banco Central do Brasil


Súmula vinculante
Fusão dos Poderes Executivo e Judiciário, julgando-se procedentes os atos flagrantemente inconstitucionais do governo e seus infindáveis recursos procrastinatórios.


Partido dos Trabalhadores
Partido dos Tributos


Não precisamos mais do FMI, o Brasil já pode caminhar com as próprias pernas
Vamos continuar mantendo os juros mais elevados do mundo, cobrando altíssimos impostos e pagando mais e melhor ao especulador do que ao produtor ou trabalhador. O FMI até nos elogia. Aprendemos tudo sobre economia na escola de quebrar países do FMI e vamos continuar arrochando os brasileiros como nunca antes neste país.


Contingenciamento
Desvio de verbas de sua destinação prevista no Orçamento aprovado pelo Congresso (Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura, etc.) para a ciranda financeira.


Companheiro confiável
Aquele que apóia as decisões dos líderes, calado, sem expressar seus pensamentos nem opiniões.


Este governo não rouba nem deixa roubar
Este governo rouba, deixa roubar e protege com todas as blindagens possíveis os corruptos e ladrões do erário público