16/06/2008

Brasil: escritório em Dubai para aumentar vendas

Há povos que andam a dormir e outos que não! vejamo caso do Brasil.Agência de Notícias Brasil-Árabe
Oportunidades de Negócios
De: Marina Sarruf

A empresa gaúcha DHB Componentes Automotivos, especialista em sistemas de direção, espera totalizar este ano 30 milhões de euros em exportações para o Oriente Médio após a abertura de um escritório nos Emirados Árabes, há seis meses.
São Paulo - Há seis meses a empresa gaúcha DHB Componentes Automotivos, especialista em sistemas de direção, abriu um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de aumentar as vendas para o mercado árabe e estreitar o relacionamento com clientes da região. Segundo o encarregado de negócios com o Oriente Médio da DHB, Giancarlo Mandelli, a expectativa da empresa é totalizar 30 milhões de euros em vendas para a região este ano.
“É um mercado promissor, que está em crescimento no consumo e na produção de carros equipados com nosso principal produto: direções hidráulicas”, disse Mandelli. Segundo ele, Dubai se tornou um grande centro logístico por ter uma zona franca com um porto livre de impostos, de onde os produtos seguem para outros países do Oriente Médio. No escritório em Dubai, a DHB conta com um gerente comercial para atender os velhos e os novos clientes.
Do total das exportações da DHB, 60% é destinada ao Oriente Médio e Norte da África, que inclui Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Irã, que não é um país árabe. Os principais produtos da empresa embarcados para a região são sistemas de direção, que são compostos por caixas de direção e bomba hidráulicas e mangueiras.
Os contatos com os importadores árabes ocorrem, normalmente, em feiras internacionais na região. A última que a DHB participou foi a Automechanika Middle East, no início do mês. Segundo Mandelli, a fábrica da empresa também costuma receber visitas de delegações estrangeiras e mandar executivos da DHB para prospectar novos clientes nos países árabes.
Desde 1967
Fundada em 1967, a DHB Componentes Automotivos tem sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e é uma grande fornecedora de produtos para as principais montadoras no Brasil e no exterior. Seus produtos são embarcados para mais de 20 países, que são responsáveis por cerca de 30% do faturamento da empresa. Com 1,2 mil funcionários, a DHB vem investindo na ampliação de sua fábrica, que deverá produzir até o final do ano 1,2 milhão de peças de mecanismos de direção por ano e 2,1 milhões de bombas de direção por ano. Em 2007, o faturamento da empresa foi de R$ 351 milhões.

Porque os preços dos combustíveis são elevados em Portugal

-Peso dos impostos é igual ao da UE15
-Mas petrolíferas cobram preços superiores aos da UE15

ver em : resistir

Portugal-Reguladores Sectoriais

Locais para onde devem mandar as V. reclamações!

Banco de Portugal (BP)
www.bportugal.pt/
Instituto Seguros Portugal (ISP)
www.isp.pt
Comissão Valores Mobiliários (CMVM)
www.cmvm.pt
Autoridade Nacional Comunicações (ANACOM)
www.anacom.pt
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)
www.erse.pt
Instituto Regulador Águas e Resíduos (IRAR)
www.irar.pt
Instituto Nacional Aviação Civil (INAC)
www.inac.pt
Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (IMOPPI)
www.imoppi.pt
Alta Autoridade para a Comunicação Social
www.aacs.pt
Instituto Nacional de Transporte Ferróviário
www.intf.pt
Entidade Reguladora da Saúde
www.ers.pt

Bush pede à Grã-Bretanha que só saia do Iraque após progressos

Reuters
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu que o premiê britânico, Gordon Brown, só retire suas tropas do Iraque com base nas condições no terreno e não em um cronograma arbitrário, segundo uma entrevista de Bush publicada neste domingo.
Bush fez esse comentário antes de iniciar uma visita à Grã-Bretanha, a última parada de sua viagem de despedida da Europa, já que seu mandato termina em janeiro.
Durante o giro europeu, Bush obteve apoio para o aumento da pressão sobre o Irã por causa de seu programa nuclear, mas ainda se deparou com preocupações sobre a guerra do Iraque.
O presidente norte-americano disse em uma entrevista ao jornal britânico Observer que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha --principal aliado de Washington no Iraque-- querem ambos obviamente trazer suas tropas de volta para casa, mas isso só poderia ser feito "com base no sucesso".
"Nossa resposta é: não deveria haver nenhum cronograma definitivo," disse Bush, acrescentando se sentir "grato" por Brown estar em frequente contato para saber o "que ele (Bush) e seus militares estão pensando".
O jornal descreveu Bush como enviando uma advertência a Brown, mas a Casa Branca negou que esse tenha sido o tom, dizendo não haver desentendimentos entre os EUA e a Grã-Bretanha sobre o Iraque.
Posteriormente, a Casa Branca divulgou uma transcrição da entrevista como esclarecimento e afirmou que o Irã provavelmente será um tema de mais destaque nas conversações.
"Não há brechas entre os EUA e o Reino Unido sobre a estratégia no Iraque", disse a repórteres o porta-voz da Casa Branca Gordon Johndroe.
"Nenhum de nós está buscando cronogramas arbitrários, as tropas vão retornar com base nas condições no terreno e vão retornar como resultado do sucesso."
Somente cerca de 4.200 soldados britânicos permanecem no Iraque, a maioria deles estacionada em uma base no sul do país. A Grã-Bretanha indicou que poderia retirá-los por volta do fim deste ano, mas com a situação ainda instável no terreno, isso parece impraticável.

12/06/2008

Lago formado por tremor na China continua enchendo

Autoridades chinesas lutam contra o tempo para conter o nível da água de um lago formado com o terremoto do dia 12 de maio, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
De acordo com a Xinhua, o nível da água da represa, localizada nos pés da montanha de Tangjiashan, na província de Sichuan, está dois metros acima do nível do canal de escoamento construído para esvaziá-la.
Segundo o governo, o transbordamento do lago poderá causar enchentes e enxurradas com força para destruir até um milhão de casas.
Deslizamentos de terra provocados pelo tremor de 8 graus na escala Richter bloquearam o curso de um rio provocando a formação do lago.
Para evitar uma catástrofe, as autoridades removeram 250 mil pessoas ameaçadas pelo rompimento das barreiras do lago...

Gilberto Gil - “Sugiro criar conselho de revisão da língua”

Uma medida com bom senso!
Gilberto Gil

Gilberto Gil, Ministro da Cultura do Brasil, falou ao 'CM' sobre a cultura portuguesa, a revisão do Acordo Ortográfico e o Euro'2008.

Correio da Manhã – No domingo cantou em Serpa. Já conhecia o Alentejo?
Gilberto Gil – De passagem. A paisagem, a vegetação e as estradas compridas eram-me familiares mas só agora pude ver um pouco da tradição, cultura e gastronomia.
– Dá atenção à cultura portuguesa?
– Portugal tem uma vida cultural intensa, com uma presença muito marcada no Brasil, mas tempos houve em que era mais significativa. Em meados do século XX os poetas e o fado de Amália estavam mais presentes. Espero, e acredito, que a intensificação das trocas económicas e financeiras entre os dois países faça voltar a intensidade cultural portuguesa.
– Em Portugal há movimentos a pedir que o Acordo Ortográfico seja amplamente revisto ou nunca se concretize. Enquanto ministro da Cultura como tem acompanhado essa situação?
– Portugal, por ser a matriz da língua, tem um cuidado muito especial na sua preservação. Costumo dizer que é o povo mais cioso desse património. Sugiro criar um conselho permanente de revisão, formado pelos diversos países e grupos que falam a língua portuguesa com pessoas ligadas à literatura, jornalismo e política. As transformações são à escala mundial e é preciso ficar atento. Seria o trabalho desta comissão. Parece-me mais eficaz do que um contrato rígido feito à distância.
– Tem acompanhado a prestação de Portugal no Euro’2008, nomeadamente dos luso-brasileiros Deco e Pepe?
– Vi o primeiro jogo e gostei muito. A presença de jogadores das ex-colónias só traz vantagens a Portugal e no caso brasileiro é selo de qualidade. O Felipão está a fazer um trabalho importante. Dos jogadores, gosto especialmente do Cristiano Ronaldo, pela exuberância e qualidade. Ficarei atento, na certeza de que vão ter um grande Euro.

Viva portugal




Torcedores da seleção portuguesa vestidos e pintados para assistir ao jogo Portugal X República Tcheca pela Eurocopa em Genebra, Suíça.

Qaudros roubados em S.Paulo, Brasil

Roubadas obras de Picasso, Di Cavalcanti e Segall na Pinacoteca de SP
Duas obras do pintor espanhol Pablo Picasso (1881 - 1973), uma gravura do lituano naturalizado brasileiro Lasar Segall (1891-1957) e outro quadro do brasileiro Di Cavalcanti (1897 - 1976) foram roubados hoje na sede da Estação Pinacoteca, onde acontecem exposições do acervo da Pinacoteca de São Paulo. Segundo as primeiras informações, a ação foi cometida por dois homens, um deles armado, que entraram sem máscara. As imagens foram gravadas pelo circuito interno de tevê e a polícia pretende fazer um retrato falado dos suspeitos. Três delegados e dez equipes da Polícia Civil acompanham as investigações no local.
Segundo a polícia, as obras levadas foram: "Mulheres na Janela" (Di Cavalcanti, 1926), "O Pintor e seu Modelo" (Picasso, 1963), "Minotauro, Bebedouro e Mulheres" (Picasso, 1933) e a gravura "Casal" (Lasar Segall). A Estação Pinacoteca é um local de exposições mantida pelo Governo do Estado de São Paulo. Fica localizada no centro da cidade, no bairro da Luz, ao lado da Sala São Paulo e da Estação Júlio Prestes...

Destruídos papéis do caso Felgueiras

Como isto é possivel num estado de direito?

"Desapareceram vários documentos ligados ao processo do ‘saco azul’ de..."
Correio da Manhã

09/06/2008

Religious smugglers

The speedboats in this clip, which were loaded with 8.5 tons of cocaine, were covered in pictures of Jesus and the Virgin.

http://www.colombia-reports.blogspot.com/

Cuatro caminos con un solo sentido

"El enorme mercado amarillo y rojo de la calle Monte parece, desde hace un par de semanas, un disciplinado espacio para tertulias intelectuales y no el concurrido sitio de venta de frutas y verduras. Un operativo policial eliminó a todos los vendedores ilegales que llenaban sus portales y puso orden en el desbarajuste interior donde era fácil perder la billetera. De paso le están haciendo una reparación capital que lo mismo puede tardar medio año que una década.
A pesar de la imagen de barullo que acompañaba al Mercado de Cuatro Caminos, éste tenía el mérito de ser el agro mejor surtido de la ciudad. Allí reencontré los limones después de varias semanas buscándolos y me hacía -una vez al mes- con mi apetecida provisión de maní. Hasta el exótico jengibre y la extinta guanábana adornaban sus tarimas, que a veces nos sorprendían con el perdido sabor del caimito y el canistel. Un verdadero museo de lo que una vez produjo esta tierra y que mi hijo ya no reconoce, acostumbrado como está al plátano burro y el boniato.
El portal de esta enorme manzana comercial también era único en los diecinueve municipios habaneros. Una aglomeración de vendedores informales anunciaba algunos “perseguidos” productos como el queso y la leche evaporada. El nimio muestrario de lo que recibimos por el mercado racionado también se exponía allí, donde muchos vendían su cuota subvencionada para sufragar otras necesidades como la elevada factura de la electricidad o los zapatos para los niños. En ese intercambio ilegal todos salíamos beneficiados, menos el Estado al que se le escapaba una actividad comercial sin gravamen o control.
Ahora, ya la cartera no peligra en el ordenado Mercado de Cuatro Caminos, pero no hay pasta de dientes a diez pesos el tubo, o jabón de lavar a veinte la pastilla. La mercancía que ofertaban los mercaderes improvisados no se encuentra en ninguna parte en esos mismos precios, pero al menos la imagen de relajo ya no está. La fórmula de disciplina, exigencia y control no parece contentar a los desorientados compradores que seguimos añorando el mercado anterior a la redada."
Escrito por: Yoani Sanchez en Generación Y , Junio,8,2008

Crise alimentar mundial: causas e soluções

por: Fred Magdoff

O ano de 2008 foi atingido por uma grave crise de alimentos. É o culminar de uma antiga crise agrícola e alimentar que já provocou a fome e a subnutrição em milhares de milhões de pessoas. Para perceber totalmente todas as terríveis implicações do que se está agora a passar, é necessário analisar a interacção entre estas crises a curto e a longo prazo. Ambas as crises resultam principalmente da produção com fins lucrativos de alimentos, de fibras e agora de biocombustíveis e do conflito entre os alimentos e as pessoas que ela gera inevitavelmente.
Fome 'crónica' antes da actual crise
As Nações Unidas calculam que, dos mais de 6 mil milhões de pessoas que vivem no mundo actualmente, cerca de mil milhões sofrem de fome crónica. Mas este número, que é apenas uma estimativa grosseira, deixa de fora os que sofrem de deficiências vitamínicas e nutrientes e de outros tipos de subnutrição. O número total de pessoas sem uma alimentação estável, que se alimentam mal ou têm deficiência de nutrientes fundamentais, está provavelmente mais perto dos 3 mil milhões – quase metade da humanidade. A gravidade desta situação avalia-se facilmente pela estimativa das Nações Unidas, feita há mais de um ano, de que morrem diariamente cerca de 18 000 crianças em consequência, directa ou indirecta, de subnutrição (Associated Press, 18.Fevereiro, 2007).
A razão por que as pessoas têm fome raras vezes é a escassez de produção. Isto é fácil de constatar nos Estados Unidos onde, apesar de a produção de alimentos ser maior do que as necessidades da população, a fome constitui um problema significativo. Segundo o Departamento da Agricultura americano, em 2006 havia mais de 35 milhões de pessoas a viver em lares com problemas de alimentação, incluindo 13 milhões de crianças. Devido à falta de alimentos, os adultos que viviam em mais de 12 milhões de lares não conseguiam comer refeições equilibradas e em mais de 7 milhões de lares havia sempre alguém que tinha rações mais pequenas ou deixava de fazer refeições. Em cerca de 5 milhões de lares, as crianças não tinham o suficiente para comer de vez em quando altura durante o ano.
Também nos países pobres não é invulgar existirem grandes quantidades de alimentos desperdiçados e mal distribuídos no meio de uma fome generalizada e persistente. Há alguns anos um artigo do New York Times dava uma notícia com o seguinte título "Na Índia os pobres morrem de fome enquanto os excedentes de trigo apodrecem" (2/Dezembro/2002). E um cabeçalho do Wall Street Journal dizia em 2004 "Fome no meio da abundância, um paradoxo na Índia: Boas colheitas e aumento da fome" (25/Junho/2004).
Sem 'direito à alimentação'
A fome e a subnutrição são geralmente sintomas de um problema subjacente maior – a pobreza num sistema económico que só reconhece, conforme a análise de Rachel Carson, os deuses do lucro e da produção. Os alimentos são tratados em quase todos os países do mundo como se fossem uma outra mercadoria qualquer, vestuário, automóveis, lápis, livros, diamantes, e por aí afora. Não se considera que as pessoas tenham direito a adquirir qualquer mercadoria em especial, e não se faz qualquer distinção entre bens necessários e bens supérfluos. Os que são ricos podem permitir-se comprar tudo o que quiserem enquanto que os pobres muitas vezes nem sequer conseguem satisfazer as suas necessidades básicas. No seio das relações capitalistas as pessoas não têm direito a uma dieta adequada, à habitação e aos cuidados médicos. Tal como com outras mercadorias, as pessoas que não têm aquilo que os economistas designam por "procura efectiva" não podem comprar alimentos nutritivos suficientes. Claro que a ausência de "procura efectiva" neste caso significa que os pobres não têm dinheiro suficiente para comprar a comida de que precisam.
Os seres humanos têm uma "necessidade biológica" de comida – todos nós precisamos de comida, tal como precisamos de água e de ar, para poder viver. É um facto sistemático da sociedade capitalista que há muita gente impedida de satisfazer esta necessidade biológica. É verdade que alguns países ricos, em especial os da Europa, ajudam a alimentar os pobres, mas ao mesmo tempo a própria forma como o capitalismo funciona cria obrigatoriamente uma camada mais baixa da sociedade em que normalmente faltam as coisas básicas para a existência humana. Nos Estados Unidos há diversas iniciativas governamentais – como senhas de alimentos e programas de refeições escolares – destinadas a alimentar os pobres. Mas o financiamento para esses programas não chega para satisfazer as necessidades dos pobres, e há várias obras de caridade que travam uma batalha inglória para tentar colmatar a diferença.
Actualmente, há relativamente poucas pessoas a morrer mesmo de fome, tirando a fome terrível provocada por guerras e deslocações. Mas a maioria delas mantém-se cronicamente subnutrida e depois é afectada por uma série de doenças que encurtam a sua vida ou as torna ainda mais miseráveis. O flagelo da subnutrição impede o desenvolvimento mental e físico das crianças, prejudicando-as para o resto da vida.
A crise grave e crescente: A Grande Fome de 2008
Neste momento da história, a juntar à fome "crónica" acima referida, há duas crises alimentares globais separadas que ocorrem em simultâneo. A grave e séria crise, que já dura há dois anos, agrava-se de dia para dia e é a que iremos abordar primeiro. A gravidade da actual crise não pode ser subestimada. Fez aumentar rapidamente o número de pessoas que estão subnutridas em todo o globo. Embora ainda não estejam disponíveis estatísticas quanto ao aumento da fome no ano passado, é já evidente que muita gente vai morrer prematuramente ou sofrer os seus efeitos por qualquer outro modo. Como de costume, serão os jovens, os velhos e os doentes que sofrerão os piores efeitos da Grande Fome de 2008. A rápida e simultânea subida dos preços de todos os alimentos básicos – milho, trigo, soja, arroz e óleos alimentares – juntamente com muitos outros, tem tido um efeito devastador numa parte da humanidade cada vez maior.
As subidas dos preços no mercado mundial nos últimos anos não são de admirar. Os preços dos sessenta produtos agrícolas comercializados no mercado mundial aumentaram 37 por cento no ano passado e 14 por cento em 2006 ( New York Times, 19/Janeiro/2008). Os preços do milho começaram a subir no princípio do Outono de 2006 e em poucos meses aumentaram 70 por cento. Os preços do trigo e da soja também entraram em espiral na mesma altura e encontram-se agora a níveis recordes. Os preços dos óleos alimentares (fabricados principalmente a partir da soja e do óleo de palma) – um produto essencial em muitos países pobres – também dispararam. Os preços do arroz também aumentaram mais de 100 por cento no ano passado ("Os altos preços do arroz anunciam perturbações na Ásia," New York Times, 29/Março/2008).
As razões para esta brutal subida de preços são bastante claras. Em primeiro lugar, há uma série de questões relacionadas directa ou indirectamente com a subida do preço do petróleo. Nos Estados Unidos, na Europa e em muitos outros países, isso veio dar um novo realce ao cultivo de produtos que podem ser utilizados para combustível – os chamados biocombustíveis (ou agrocombustíveis). Assim, a produção de milho para fabricar etanol ou de milho e de óleo de palma para fabricar diesel entra em competição directa com a utilização destes produtos para a alimentação. No ano passado mais de 20 por cento do total da colheita de milho nos Estados Unidos foi utilizado para fabricar etanol – um processo que não rende muito mais energia adicional em relação à energia que é necessária para o produzir. (Calcula-se que na próxima década cerca de um terço das colheitas americanas de milho irão para a produção de etanol [Bloomberg, 21/Fevereiro/2008].) Além disso, muitos dos produtos necessários à produção agrícola comercial a grande escala são baseados no petróleo e no gás natural – desde o fabrico e o funcionamento de tractores e de equipamentos agrícolas até aos fertilizantes e pesticidas e secantes de cereais para armazenamento. O preço dos nitrogenados, o fertilizante mais vulgarmente utilizado a nível mundial, está directamente ligado ao preço da energia porque a sua produção consome muita.
Uma segunda causa para a subida dos preços do milho e da soja e dos óleos alimentares de soja é o aumento da procura de carne pela classe média na América Latina e na Ásia, em particular na China. A utilização do milho e da soja para alimentar o gado vacum, os porcos e as aves aumentou vertiginosamente para satisfazer esta procura. A oferta total mundial de carne era de 71 milhões de toneladas em 1961. Em 2007, foi calculada em 284 milhões de toneladas. O consumo per capita mais que triplicou durante esse período. No mundo desenvolvido aumentou duas vezes mais depressa, duplicando nos últimos vinte anos. ( New York Times, 27/Janeiro/2008). A alimentação com cereais de um número cada vez maior de animais está a provocar uma grande pressão sobre o armazenamento dos mesmos. Os cereais utilizados para produção de carne são uma forma muito pouco eficaz de fornecer calorias ou proteínas às pessoas. É um desperdício, principalmente em animais como as vacas – com sistemas digestivos que apenas aproveitam energia a partir da celulose – já que podem obter todo o seu alimento a partir de pastos e desenvolvem-se bem sem cereais, embora mais lentamente. As vacas não convertem o milho ou a soja em carne com grande eficácia – para render um quilo de carne, as vacas precisam de sete quilos de milho; os porcos, cinco; e os frangos, três. (Baron's, 4/Março/2008).
Uma terceira razão para o grande salto nos preços alimentares mundiais é que alguns países que eram auto-suficientes – ou seja, não importavam alimentos, embora muita gente sofresse com fome – estão actualmente a importar grandes quantidades de alimentos. Como afirma um analista de Nova Delhi, "Quando países como a Índia começam a importar alimentos, então os preços mundiais aumentam… Se a Índia e a China começarem a ser grandes importadores, deixando de ser auto-suficientes em alimentos como estamos a ver acontecer ultimamente na Índia, os preços globais vão obrigatoriamente subir ainda mais, o que significa que a era dos alimentos baratos acabou definitivamente" (VOA News, 21/Fevereiro/2008). Em parte, a razão para a pressão sobre o preço do arroz é a perda de áreas de cultivo para outros fins, tais como os diversos projectos de desenvolvimento – cerca de 3 milhões de hectares na China e 300 000 hectares no Vietname. Além disso, o rendimento das colheitas do arroz por hectare na Ásia atingiu o pico. Há dez anos que não há aumento por hectare e não se esperam melhorias de colheitas num futuro próximo ( Rice Today, Janeiro-Março/2008).
Algumas das razões para as recentes subidas dos preços do trigo e do arroz estão relacionadas com o clima. A seca na Austrália, um importante país exportador de trigo e as baixas colheitas nalguns outros países exportadores têm afectado fortemente os preços do trigo. O ciclone de 2007 em Bangladesh destruiu cerca de 600 milhões de dólares de arroz, levando ao aumento do preço do mesmo em cerca de 70 por cento ( The Daily Star [Bangladesh], 11/Fevereiro/2008). A seca do ano passado no centro norte da China, aliada a um frio e neve invulgares durante o Inverno, obrigará provavelmente o governo a aumentar a aquisição de alimentos nos mercados internacionais, mantendo a pressão sobre os preços.
A especulação no mercado de futuros e o açambarcamento a nível local estão obviamente a desempenhar o seu papel nesta crise para tornar os alimentos mais caros. À medida que a crise financeira americana se aprofundou e se alargou no Inverno de 2008, os especuladores começaram a investir mais dinheiro nos alimentos e nos metais para tirar partido do que se chama agora o "super ciclo de mercadorias". (A queda do dólar relativamente a outras divisas estimula o "investimento" em mercadorias tangíveis). Embora seja um erro considerar estes aspectos, por mais desprezíveis e desumanos que sejam, como a causa da crise, a verdade é que aprofundam a miséria ao tirar partido de mercados pressionados. Claro que é possível que a bolha de mercadorias venha a arrebentar, fazendo descer um pouco os preços dos alimentos. Mas a especulação e o açambarcamento local vão continuar a pressionar a subida dos preços dos alimentos. As empresas transnacionais que processam produtos agrícolas, manufacturam vários alimentos e vendem produtos alimentares ao público, estão obviamente a singrar excepcionalmente bem. Os lucros empresariais normalmente portam-se bem em tempo de escassez e de subida de preços.
Embora não sejam uma causa para o aumento dos preços dos outros alimentos, os preços mais altos do peixe representam uma carga adicional para os pobres e remediados. O abuso da pesca de muitas espécies marítimas está a afastar esta importante fonte de proteínas da dieta de uma grande percentagem da população mundial.
A resposta à crise apareceu sob a forma de manifestações e motins assim como de alterações nas políticas governamentais. Nos últimos meses tem havido protestos e motins por causa do aumento do custo dos alimentos em muitos países, incluindo o Paquistão, a Guiné, a Mauritânia, Marrocos, México, Senegal, Uzbequistão e Iémen. A China instituiu o controlo dos preços nos alimentos básicos e a Rússia congelou o preço do leite, do pão, dos ovos, e do óleo alimentar durante seis meses. O Egipto, a Índia e o Vietname proibiram ou passaram a exercer um controlo rigoroso sobre a exportação de arroz para que o seu povo tenha comida suficiente. O Egipto, o maior importador de trigo do mundo, aumentou para 10 milhões o número de pessoas com direito a receber ajuda alimentar. Muitos países baixaram as tarifas proteccionistas na tentativa de reduzirem o impacto dos preços dramaticamente altos dos alimentos importados. Países fortemente dependentes da importação de alimentos, como as Filipinas, o maior importador de arroz do mundo, estão a tentar fazer contratos para garantirem as importações necessárias. Mas estes diversos esforços para tapar buracos estão a ter apenas efeitos marginais em relação ao problema de fundo. Quase toda a gente se vê forçada a um nível de vida mais baixo à medida que as pessoas da classe média se preocupam cada vez mais com os alimentos que compram, os remediados caem na pobreza, e os pobres passam a ficar realmente sem nada e são os que sofrem mais. Têm-se sentido os efeitos em todo o mundo em todas as classes sociais com excepção dos realmente ricos. Conforme Josette Sheeran, chefe do Programa Alimentar Mundial da ONU, disse em Fevereiro, "Este é o novo rosto da fome… Há comida nas prateleiras mas as pessoas não têm com que pagar o preço do mercado. Existe uma vulnerabilidade nas áreas urbanas que nunca tínhamos visto antes. Há motins por causa dos alimentos em países onde nunca tinha acontecido tal coisa anteriormente" ( The Guardian, 26/Fevereiro/2008).
Embora o Haiti seja há muito um país muito pobre – 80 por cento das pessoas tenta subsistir com menos do que o valor de compra de dois dólares por dia nos Estados Unidos – a actual situação acarretou novas situações de desespero. Duas chávenas de arroz, que custavam trinta cêntimos o ano passado, custam agora sessenta cêntimos. A descrição dum artigo da Associated Press no princípio deste ano (29/Janeiro/2008) é pungente nos seus pormenores:
Era a hora do almoço num dos piores bairros de barracas do Haiti, e Charlene Dumas estava a comer lodo. Com os preços dos alimentos a subir, os haitianos mais pobres não têm com que pagar um prato de arroz diário, e alguns deles adoptam medidas desesperadas para encherem a barriga. Charlene, de 16 anos, com um filho de um mês, acabou por se entregar a um tradicional remédio haitiano contra as dores da fome: biscoitos feitos com o lodo seco amarelo do planalto central do país.
Os "biscoitos" também contêm gordura vegetal e sal. No final do artigo, lê-se o seguinte:
Marie Noel, de 40 anos, vende os biscoitos no mercado para arranjar comida para os seus sete filhos. A família dela também os consome.
"Tenho esperança de um dia vir a ter comida suficiente para comer, e deixar de comer isto", disse. "Sei que não me fazem bem".
Muitos países em Africa e na Ásia têm sofrido fortemente o impacto da crise, com a fome alastrando amplamente – mas todas as nações têm sido afectadas mais ou menos gravemente. Nos Estados Unidos – onde no ano passado o preço dos ovos aumentou 38 por cento, o leite 30 por cento, a alface 16 por cento e o pão de trigo 12 por cento – muita gente passou a comprar produtos menos caros. "Os preços mais altos dos alimentos começam a retrair os compradores", foi a forma como o Wall Street Journal intitulou uma sua notícia (3/Janeiro/2008).
De assinalar que, embora os preços do trigo estejam a preços recorde e os preços dos produtos à base de trigo nos Estados Unidos vão certamente subir, o custo do trigo existente num pão é apenas uma pequena parte do seu preço de venda. Quando o preço do trigo duplica, como aconteceu, o preço dum pão pode aumentar 10 por cento, de 3 dólares para 3,3 dólares, por exemplo. No entanto, o efeito da duplicação dos preços do milho, do trigo, da soja e do arroz é devastador para a gente pobre do terceiro mundo que compra fundamentalmente estes produtos a granel.
Com as despensas alimentares e as sopas dos pobres a atingir o ponto de rotura, os pobres dos EUA estão a ter um sofrimento mais profundo. Em geral, os pobres nos Estados Unidos tendem a pagar em primeiro lugar a renda, e as contas do aquecimento e da gasolina (para o carro em que vão para o trabalho). A comida passa assim a ser um dos poucos itens "flexíveis" do seu orçamento. Na zona central do meu estado natal de Vermont, no ano passado o recurso às despensas alimentares (i.e. o auxílio de programas de ajuda alimentar caritativa local, que dão artigos de mercearia directamente aos necessitados) aumentou 133 por cento em relação a todos os utilizadores e 180 por cento em relação aos trabalhadores pobres! (Hal Cohen, no Conselho de Acção da Comunidade Central de Vermont, comunicação pessoal, 20/Fevereiro/2008).
A recessão económica está a começar a fazer-se sentir em muitas regiões dos Estados Unidos, contribuindo para o aumento de pedidos de ajuda a diversos programas governamentais de auxílio alimentar ("À medida que os empregos desaparecem e os preços aumentam, a utilização de senhas alimentares atinge novo récorde", New York Times, 31/Março/2008). Mas, muitas vezes, as pessoas que utilizam os programas governamentais insuficientemente financiados, ficam sem alimentos nos últimos dias do mês, o que aumenta dramaticamente a procura nas despensas alimentares e nas sopas dos pobres por essa altura. E a verdade é que, enquanto aumenta a necessidade de comida, diminuem os donativos alimentares – a começar pela grande descida dos donativos federais (com os preços altos há muito menos produtos "excedentários" nos programas agrícolas, e assim no ano passado foram dados às despensas alimentares 58 milhões de dólares em alimentos, contra 242 milhões dados cinco anos antes).
Os supermercados arranjaram formas de ganhar dinheiro com produtos danificados ou fora de prazo que anteriormente ofereciam a organismos caritativos. Em Connecticut, tem havido uma explosão na procura de alimentos, que a oferta não tem conseguido acompanhar. Uma despensa alimentar de Stamford está a fornecer alimentos a quatrocentas famílias, o dobro do número do ano passado. Segundo o director dessa despensa familiar, "Tive que recusar pessoas… Houve alturas em que fui para casa e só me apetecia chorar" ( New York Times, 23/Dezembro/2007). Um professor da Universidade de Cornell, que estuda programas de ajuda alimentar nos Estados Unidos, resumiu assim a situação: "Está a formar-se uma crise nascente… Os pedidos de ajuda ao banco alimentar estão a subir rapidamente enquanto os recursos estão a diminuir em termos dramáticos porque os dólares já não chegam" ( Wall Street Journal, 20/Março/2008).
A crise alimentar a longo prazo
Por muito crítica que seja a crise alimentar a curto prazo – exigindo a atenção imediata mundial assim como a atenção de cada país – a crise estrutural, a longo prazo, é mais importante ainda. Esta última existe há décadas e contribui para, e é reforçada pela grave crise alimentar actual. Com efeito, é esta crise estrutural subjacente da agricultura e alimentar nas sociedades do terceiro mundo que constitui a verdadeira razão por que a actual crise alimentar é tão grave e tão difícil de ultrapassar no interior do sistema.
Tem havido uma gigantesca migração de pessoas do campo para as cidades, no terceiro mundo. Essas pessoas abandonam o campo porque não têm acesso à terra. Frequentemente as suas terras são-lhes roubadas em consequência das incursões das empresas agroindustriais, visto que são forçadas a abandonar as terras em virtude dos preços baixos que sempre receberam pelos seus produtos e das ameaças contra a vida campesina. Mudam-se para as cidades à procura de uma vida melhor, mas o que encontram é uma existência muito difícil – a vida em bairros de barracas no meio de uma alta taxa de desemprego e de sub-emprego. Muitos deles tentam esgaravatar numa economia "informal" comprando e vendendo coisas em pequenas quantidades. Da metade da humanidade que vive em cidades (3 mil milhões), cerca de mil milhões, ou seja um terço dos moradores em cidades, vive em bairros de barracas. O presidente de um distrito em Lagos, na Nigéria, descreve a situação da seguinte forma: "Temos um aumento enorme da população com uma economia estagnada ou em retracção. Imaginem esta cidade daqui a dez ou vinte anos. Já não há pobres urbanos – agora são os novos despojados urbanos". Um extenso artigo do New Yorker sobre Lagos terminava com uma nota de extremo pessimismo: "A coisa que mais impressiona quanto aos apanhadores de lixo e vendedores de Lagos é que, na sua essência, as vidas deles não têm nada a ver com as nossas. Vivem da sucata à margem da macroeconomia. Nos termos cruéis da globalização, são supérfluos". (13/Novembro/2006).
Um dos principais factores que contribui para esta migração em massa e permanente para as cidades – para além de serem sem-terra ou espoliados das suas terras – é a dificuldade de viver como pequeno agricultor. Isto tornou-se cada vez mais difícil, à medida que os países implementaram as políticas "neoliberais" recomendadas ou impostas pelo FMI, pelo Banco Mundial, e até mesmo por algumas ONGs ocidentais que trabalham nos países pobres do terceiro mundo. A ideologia neoliberal defende que se deve permitir que o chamado mercado livre concretize a sua magia. Afirma que, através das sanções benéficas duma "mão invisível", a economia funcionará mais eficazmente e será muito mais produtiva. Mas para que o mercado possa ser "livre" os governos não podem interferir.
No que diz respeito à agricultura, os governos têm que deixar de dar subsídios aos agricultores para comprarem fertilizantes, têm que deixar de se imiscuir no armazenamento e transporte dos alimentos, e deixar os agricultores e os alimentos entregues a si mesmos. Esta perspectiva também defende que os governos têm de deixar de subsidiar os alimentos para as pessoas pobres porque, depois, esse novo mercado sem freio resolverá todos esses problemas. Esta mentalidade tornou-se evidente quando a crise alimentar haitiana começou a desenvolver-se nos finais de 2007. Segundo o ministro do Comércio e Indústria do Haiti, "Não podemos intervir e fixar os preços porque temos que respeitar os regulamentos do mercado livre" (Reuters, 9/Dezembro/2007). Foi a mesma resposta que a Grã-Bretanha colonial adoptou em resposta à fome de batatas na Irlanda, assim como às fomes na Índia nos finais do século XIX. Mas esta forma de pensar está, até certo ponto, internacionalizada nas ideias de muitos dirigentes nos países "independentes" da periferia.
Esta ideologia, obviamente, não assenta na realidade – o chamado mercado livre não é nada eficaz. É totalmente incapaz de agir como um mecanismo que acabe com a pobreza e a fome. Temos que ter sempre presente que esta ideologia representa exactamente o oposto do que os principais países capitalistas têm feito durante toda a história e continuam a fazer hoje em dia. Por exemplo, o governo nacional americano auxiliou os agricultores de muitas maneiras durante mais de um século. Fê-lo através de programas governamentais para investigação e expansão, apropriando-se das terras dos índios e entregando-as a agricultores de origem europeia, subsidiando os agricultores directamente por meio duma enorme variedade de programas, incluindo empréstimos a juros baixos e estimulando a exportação de colheitas. É também de assinalar que os Estados Unidos, a Europa e o Japão desenvolveram, todos eles, as suas economias industriais ao abrigo de políticas proteccionistas, com a ajuda de diversos programas de apoio directo à indústria.
A falta de apoio governamental aos pequenos agricultores e consumidores do terceiro mundo resultou em que a vida dos pobres nesses países passasse a ser mais difícil. Como se refere num relatório independente encomendado pelo Banco Mundial: "Na maior parte dos países em transformação, o sector privado não avançou para preencher o vazio quando o sector público recuou" ( New York Times, 15/Outubro/2007). Por exemplo, muitos governos africanos, sob a pressão das políticas económicas neoliberais promovidas pelo Banco Mundial, pelo FMI e pelos países ricos do centro do sistema, deixaram de subsidiar a utilização de fertilizantes para as culturas. Se, por um lado, os fertilizantes importados são muito caros, a verdade é que os solos africanos são genericamente de fertilidade muito baixa e as colheitas são baixas quando não se utilizam fertilizadores sintéticos ou orgânicos. Como as colheitas baixaram depois de os governos deixarem de comparticipar na compra de fertilizantes e de ajudar por outras formas, houve mais agricultores a chegar à conclusão de que não conseguiam sobreviver e a emigrar para os bairros de barracas urbanos. Jeffrey Sachs – um médico parcialmente refeito do choque do mercado livre – reflectiu melhor. Segundo Sachs, "Tudo se baseava na ideia de que, se o governo se distanciar dos mais pobres dos pobres, estes mercados iriam resolver os problemas duma forma ou doutra… Mas os mercados não podem e não vão aparecer se as pessoas não tiverem nada. E se lhes tirarmos a ajuda, estamos a condená-los à morte". ( New York Times, 15/Outubro/2007).
No ano passado, o Malawi, um país africano, decidiu inverter o seu curso e agir contra todas as recomendações que tinha recebido. O governo reintroduziu os subsídios para fertilizantes e sementes. Os agricultores usaram mais fertilizantes, as colheitas aumentaram e a situação alimentar do país melhorou muito ( New York Times, 2/Dezembro/2007). Com efeito, acabaram por poder exportar alguns alimentos para o Zimbabué – embora houvesse em Malawi quem achasse que isso baixou demasiado o seu próprio abastecimento.
Acontece também um outro problema quando os agricultores capitalistas dos países pobres da periferia entram nos mercados mundiais. Enquanto os agricultores de subsistência vendem normalmente apenas uma pequena parte das suas colheitas, e utilizam a maior parte para consumo familiar, os agricultores capitalistas comercializam toda ou uma grande parte daquilo que produzem. Com frequência, alargam a sua produção e apropriam-se das terras dos pequenos agricultores, com ou sem qualquer compensação, e utilizam menos pessoas do que as que trabalhavam anteriormente numa determinada terra por causa das técnicas mecanizadas de produção. No Brasil, o "Rei da Soja" controla muito mais de 100 mil hectares e utiliza tractores gigantescos e equipamento de colheita para trabalhar a terra. Nas aldeias e cidades da China há frequentemente funcionários corruptos que vendem "terras comunitárias" a novos investidores sem uma compensação adequada aos agricultores – por vezes não há compensação nenhuma.
Assim, as condições difíceis para os agricultores provocadas por uma série de factores, agravadas pela implementação da ideologia do mercado livre, criaram uma corrente contínua de gente a abandonar o campo e a ir viver para as cidades que não tem trabalho para lhe oferecer. E os que vivem em bairros de barracas e não têm acesso a terras para cultivar os seus próprios alimentos ficam à mercê do preço mundial dos produtos alimentares.
Uma das razões para a crescente concentração das terras e espoliação dos agricultores de subsistência é a penetração das grandes empresas agrícolas multinacionais nos países da periferia. Desde a venda de sementes, fertilizantes e pesticidas para o processamento dos produtos agrícolas, até à sua exportação ou venda através dos grandes supermercados modernos, as multinacionais agroindustriais estão a ter um efeito devastador sobre os pequenos agricultores. Com o colapso dos sistemas de extensão de auxílio aos agricultores para guardar sementes e com o desmantelamento das empresas governamentais de sementes, abriu-se o caminho para as empresas de sementes multinacionais fazerem incursões ainda maiores.
As gigantescas empresas transnacionais, como a Cargill e a Monsanto, já se instalaram na maior parte do terceiro mundo – a vender sementes, fertilizantes, pesticidas e rações, ao mesmo tempo que compram e processam produtos agrícolas. Neste processo ajudam as maiores explorações agrícolas a tornarem-se "mais eficazes" – a cultivar áreas cada vez maiores. A vantagem principal das sementes geneticamente modificadas (GMO) é que ajudam a simplificar o processo do cultivo e permitem que grandes extensões sejam geridas por uma única entidade – um grande agricultor ou uma empresa – encurralando os pequenos agricultores.
Também se fazem sentir os efeitos negativos da penetração das grandes cadeias de supermercados. Como dizia um cabeçalho no New Yor Times, "Supermercados gigantes esmagam agricultores da América Central" (28/Dezembro/2004). Os grandes supermercados preferem negociar em grande escala com poucos agricultores do que com muitos pequenos agricultores. E a abertura de grandes supermercados acaba com os mercados tradicionais utilizados pelos pequenos agricultores.
A crise prolongada está a intensificar-se
Parece lógico que, com preços alimentares mais altos, os agricultores deviam ficar em melhor situação e produzir mais para satisfazer a "procura" indicada pelo mercado. Isso é verdade até certo ponto – principalmente para os agricultores que conseguem tirar partido de todas as vantagens físicas e monetárias da produção em grande escala. Mas os custos na origem para quase tudo o que é necessário para a produção agrícola também aumentaram, e portanto os lucros para os agricultores não são tão grandes como seria de esperar. Isto é um problema particularmente difícil para os agricultores que criam animais com base numa alimentação de cereais cada vez mais caros.
A acrescer, as coisas não estão a andar nada bem para os pequenos agricultores e para os agricultores de subsistência. Muitos deles estão tão enterrados em dívidas que lhes é difícil voltarem a pôr-se de pé. Calcula-se que no ano passado se tenham suicidado 25 mil agricultores indianos, porque não conseguiam sair da sua situação difícil. (O governo indiano propôs um orçamento que inclui empréstimos a pequenos agricultores endividados a bancos. Mas, mesmo que isso venha a ser posto em prática, os milhões que contraíram empréstimos a usurários locais não beneficiarão em nada). A concentração da propriedade e a expulsão dos pequenos agricultores e trabalhadores sem terra dessas áreas foi exacerbada pelas excepcionais subidas dos preços dos cereais nos últimos anos.
A subida dos preços dos cereais leva à subida do preço dos terrenos agrícolas – em especial dos grandes terrenos que podem ser trabalhados com maquinaria de grande escala. Isto está a acontecer nos Estados Unidos e em certos países da periferia. Por exemplo, a Global Ag Investments, uma companhia com sede no Texas, possui e explora 14 mil hectares de terrenos agrícolas brasileiros. Numa destas explorações, um único campo de soja cobre 650 hectares! Uma empresa da Nova Zelândia adquiriu cerca de 40 mil hectares no Uruguai e contratou gestores para explorarem vacarias instaladas nos seus terrenos.
Empresas privadas de investimento andam a comprar terrenos agrícolas nos Estados Unidos (Associated Press, 7/Mai/2007), e também no estrangeiro. Uma companhia americana está a cooperar com parceiros brasileiros e japoneses para adquirir 100 mil hectares no Brasil! O mesmo também está a acontecer com capital sul-americano à cabeça – um fundo de investimentos brasileiro, Investimento em Participações, está a comprar uma entrada minoritária num produtor de soja argentino que possui cerca de 160 mil hectares no Uruguai e na Argentina.
A subida dos preços dos cereais também levou à aceleração da desflorestação na bacia amazónica – 320 mil hectares (quase o tamanho da Ilha de Rhode) nos últimos cinco meses de 2007 – quando os agricultores capitalistas necessitavam desesperadamente de mais terras (BBC, 24/Janeiro/2008). Além disso, foram expropriadas gigantescas áreas de terrenos agrícolas para desenvolvimento – algumas delas de uso duvidoso, como para construção de habitações de estilo suburbano e campos de golfe para os ricos.
Na China, de 2000 a 2005, houve uma perda média de dez milhões de hectares por ano, por os terrenos agrícolas passarem a ser utilizados para desenvolvimento. Este país está a aproximar-se rapidamente do mínimo de terra agrícola arável que estabeleceu como necessário – cerca de 120 milhões de hectares – e a quantidade de terras agrícolas continuará muito provavelmente a diminuir. Numa das suas tentativas para conseguir o acesso para produções agrícolas estrangeiras, uma companhia chinesa fez um acordo para alugar cerca de um milhão de hectares de terras nas Filipinas para cultivo de arroz, milho e açúcar – ultrapassando um enorme protesto nas Filipinas que retardou temporariamente esse projecto (Bloomberg, 21/Fevereiro/2008). Como afirmou um agricultor, "O governo [filipino] e os chineses chamam-lhe uma parceria, mas a verdade é que os chineses vão ser os nossos senhorios e nós vamos ser os escravos deles".
Acabar com a fome mundial
Teoricamente, é muito simples acabar com a fome mundial. Mas pôr isso em prática está longe de ser simples. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer o direito a uma dieta saudável e variada como um direito humano básico que sem dúvida é. Os governos têm que se empenhar em acabar com a fome do seu povo e têm que implementar acções eficazes para pôr em prática esse empenhamento. Em muitos países, mesmo neste momento, há suficiente comida armazenada para alimentar toda a população com um alto nível de nutrição. Isto, claro, é sobretudo evidente nos Estados Unidos, onde se produzem tantos alimentos. É um verdadeiro crime que haja tantos pobres nos Estados Unidos com fome, subnutridos, ou que não saibam de onde virá a sua próxima refeição (o que só por si tem um preço psicológico) quando há tanta abundância de alimentos.
A curto prazo, é necessário que a situação de emergência de fome e subnutrição cada vez mais grave seja contrariada com todos os recursos à disposição de cada país. Embora a distribuição maciça a granel de cereais ou de leite em pó possa desempenhar um papel importante, os países deviam reflectir sobre a inovação venezuelana de instalar casas alimentares em todos os bairros pobres. Quando as pessoas acreditarem que o governo está realmente a tentar ajudá-los, e lhes confere poderes para encontrarem ou ajudarem numa solução para os seus próprios problemas, verificar-se-á uma explosão de entusiasmo e de voluntariado. Por exemplo, embora os alimentos no programa de alimentação da Venezuela sejam fornecidos pelo governo, as refeições para as crianças pobres, para os mais velhos e para os doentes são preparadas e distribuídas a partir das casas do povo com base em grande quantidade de trabalho voluntário. Além disso, a Venezuela instituiu uma rede de lojas que vendem alimentos básicos com descontos significativos em relação aos preços marcados nos supermercados privados.
O Brasil iniciou um programa em 2003 que se destina a aliviar as condições das pessoas mais pobres. Cerca de um quarto da população do Brasil recebe pagamentos directos do governo nacional, ao abrigo da Bolsa de Família, um programa anti-pobreza. Ao abrigo deste programa, uma família com uma receita per capita abaixo de 2 dólares diários por pessoa, recebe um subsídio que pode ir até aos 53 dólares por mês por pessoa ( The Economist, 7/Fevereiro/2008). Esta infusão de dinheiro está dependente de as crianças da família frequentarem a escola e participarem no programa nacional de vacinação. Este programa evidentemente está a ter um efeito positivo na vida e na alimentação das pessoas. Mas é um sistema que não tem o mesmo efeito dos programas da Venezuela, que mobiliza as pessoas para trabalharem em conjunto para seu próprio benefício e em benefício da comunidade.
Os jardins urbanos têm sido utilizados com grande êxito em Cuba e noutros países para fornecer os moradores da cidade com alimentos e também como fonte de receitas. Isto devia ser amplamente fomentado – com a utilização criativa do espaço disponível em aglomerados urbanos.
A agricultura tem que tornar-se a primeira prioridade do terceiro mundo. Até o próprio Banco Mundial está a começar a realçar a importância de os governos ajudarem a agricultura nos seus países. Como afirmou a Dra. Ngozi Okonjo-Iweala, directora-geral do Banco Mundial,
Actualmente, a atenção dos políticos mundiais está virada para o desastre do subprime e para as crises financeiras. Mas a verdadeira crise é a da fome e da subnutrição… este é o verdadeiro problema que devia atrair a atenção mundial. Sabemos que 75 por cento das pessoas pobres em todo o mundo são rurais e a maioria delas depende da agricultura para viver. A agricultura é hoje, mais do que nunca, um instrumento fundamental para combater a fome, a subnutrição e como apoio ao desenvolvimento sustentado e à redução da pobreza (All-Africa Global Media, 19/Fevereiro/2008)
Quase todos os países do mundo têm solo, água e recursos climatéricos para produzir alimentos suficientes para que todo o seu povo possa alimentar-se com uma dieta saudável. Além disso, já existe na maior parte dos países o conhecimento e as variedades de cultivo de modo que, se for prestada aos agricultores uma assistência adequada, estes poderão conseguir colheitas razoavelmente altas.
Embora seja essencial uma produção agrícola melhorada, no passado tem sido dado principal realce à produção de culturas para exportação. Mas se bem que isso possa equilibrar a balança de pagamentos de um país, a agricultura orientada para a exportação não garante alimentos suficientes para toda a gente nem promove um ambiente rural saudável. Para além dos produtos básicos, como seja a soja, a agricultura orientada para a exportação também leva naturalmente à produção de cultivos de luxo de alto preço procurados pelos mercados de exportação (luxos na perspectiva das necessidades alimentares básicas de um país pobre do terceiro mundo), em vez dos cultivos de subsistência de baixo preço necessários para satisfazer as necessidades da população doméstica. A produção de quantidades suficientes dos tipos de alimentos correctos dentro das fronteiras de cada país – por pequenos agricultores trabalhando em cooperativas ou por sua própria conta e usando técnicas sustentáveis – é a melhor maneira de atingir a meta da "segurança alimentar". Só assim pode ser protegida a população, pelo menos parcialmente, das flutuações de preços no mercado mundial. Isto, evidentemente, implica também não retirar terras à produção alimentar para produzir cereais para os mercados dos biocombustíveis.
Uma das formas de fazer isto e, em simultâneo, de acabar com o problema de tanta gente amontoada nos bairros de barracas urbanos – as pessoas mais susceptíveis às subidas dos preços alimentares – é proporcionar terras através de reformas agrárias significativas. Mas a terra só por si não basta. O início do regresso de agricultores precisa de apoio técnico e financeiro para a produção de alimentos. Adicionalmente, é preciso desenvolver sistemas de apoio social, como cooperativas e conselhos comunitários, para ajudar a promover a camaradagem e a solidariedade nas novas comunidades que se forem desenvolvendo. Provavelmente cada comunidade precisará de ser "semeada" com alguns activistas dedicados. Também será necessário disponibilizar habitação, electricidade, água e esgotos para atrair as pessoas que vivem na cidade a mudarem-se para o campo. Uma outra forma de encorajar as pessoas a mudarem-se para o campo e passarem a ser agricultores é apelar ao patriotismo e difundir a ideia de que eles são verdadeiros pioneiros, instituindo um novo sistema alimentar para ajudar os seus países a conquistar uma auto-suficiência alimentar, i.e., a independência das empresas transnacionais agroindustriais e o abastecimento de alimentos saudáveis para toda a população do país. Estes agricultores pioneiros precisam de ser encarados por si mesmos, pelo resto da sociedade e pelo seu governo como imprescindíveis para o futuro dos seus países e para o bem-estar da população. Têm que ser tratados com o maior respeito que merecem.
Conclusão
A alimentação é um direito humano e os governos têm a responsabilidade de providenciar para que o seu povo seja bem alimentado. Além disso, há formas conhecidas para acabar com a fome – incluindo medidas de emergência para combater a actual situação crítica, jardins urbanos, reformas agrárias que incluam todo um sistema de apoio aos agricultores, e técnicas agrícolas sustentáveis que promovam a qualidade do ambiente. A actual disponibilidade de alimentos para as pessoas reflecte relações de poder económicas e políticas muito desiguais dentro e entre os países. Um sistema alimentar sustentável e seguro exige uma relação diferente e muito mais equitativa entre os povos. Quanto mais os pobres e os próprios agricultores forem incluídos em todos os aspectos dos esforços para conquistar a segurança alimentar, e quanto mais forem motivados para esse processo, tanto maior será a probabilidade de atingir uma segurança alimentar duradoira. Como afirmou o Presidente Hugo Chavez da Venezuela, um país que tanto tem feito para combater a pobreza e a fome:
Sim, é importante acabar com a pobreza, pôr fim à miséria, mas a coisa mais importante é dar o poder ao povo para que ele possa combater por si mesmo.

Do mesmo autor:

A explosão da dívida e a especulação , 05/Nov/06

[*] Professor aposentado de ciência das plantas e dos solos da Universidade de Vermont em Burlington e director da Fundação Monthly Review.

O original encontra-se em http://monthlyreview.org/080501magdoff.php .
Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

Três anos de governo de Sócrates

- o Rendimento Nacional Bruto por habitante aumentou apenas 1,1% no período;
- em 2007 as empresas portuguesas investiram no estrangeiro mais €427 milhões do que o investimento estrangeiro em Portugal

por Eugénio Rosa [*]
RESUMO DESTE ESTUDO

O PIB (Produto Interno Bruto) que é utilizado normalmente para medir o crescimento económico e também o nível de riqueza de um país não traduz com rigor a verdadeira situação. E isto porque uma parte da riqueza criada num país pode ser transferida para o exterior não beneficiando os portugueses. É o que está a suceder em Portugal como vamos mostrar neste estudo.

O PIB dá o valor da riqueza criada anualmente em Portugal, e o RNB (Rendimento Nacional Bruto) dá o valor da riqueza criada anualmente que fica em Portugal. E os dados oficiais do INE revelam que é cada vez maior a diferença entre o PIB e o RNB.. Em 1995, o RNB foi inferior ao PIB em apenas 168,7 milhões de euros, mas em 2007 essa diferença para menos já atingiu 6397,2 milhões de euros, ou seja, quase 38 vezes mais. Mas foi com governo de Sócrates que essa diferença (RNB-PIB) aumentou mais. Em 2004, o RNB foi inferior ao PIB em -2.275,3 milhões de euros, enquanto que, em 2007, essa diferença para menos já atingiu -6.397,2 milhões de euros, tendo crescido, portanto, em -4121,9 milhões de euros .

E se calcularmos o valor por habitante que se obtém dividindo o valor do PIB e do RNB pela população total, obtém-se um indicador ainda mais correcto, pois a população varia de ano para ano, e só assim é que se poderá saber o que, em média, teoricamente cabe a cada residente em Portugal. Em 1995, o PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, o valor da riqueza produzida em Portugal) por habitante foi de 8.494 euros, enquanto o valor do RNB (Rendimento Nacional Bruto, valor do que fica em Portugal) por habitante foi de 8.477 euros, portanto o valor do segundo foi inferior ao do primeiro em apenas 17 euros. Em 2004, o PIB por habitante atingiu 13.724 euros e o RNB por habitante foi de 13.507 euros, portanto o segundo já foi inferior ao primeiro em 217 euros; mas em 2007, o valor do PIB por habitante foi 15.358 euros enquanto o valor do RNB por habitante foi de 14.755 euros, ou seja, o segundo já foi inferior ao primeiro em 603 euros, portanto mais 387 euros do que em 2004 (três anos), quando esta diferença tinha aumentado 200 euros entre 1995 e 2004 (dez anos) . É evidente um aumento acentuado do ritmo de crescimento da riqueza produzida no nosso País que é transferida para o estrangeiro deixando os portugueses cada vez mais pobres.

E temos trabalhado até aqui com valores a preços correntes, portanto sem descontar o efeito do aumento dos preços, pois se entrarmos em conta com a inflação os resultados são ainda mais graves. Entre 2004 e 2007, a preços constantes de 2004, portanto deduzindo o efeito do aumento de preços registado neste período, o PIB total aumentou 4,7%, mas o RNB cresceu apenas 2,2% , ou seja menos de metade. Mas se a análise for feita com base nos valores por habitante a situação é ainda mais grave. Efectivamente, entre 2004 e 2007, ou seja, nos 3 anos de governo de Sócrates o PIB por habitante cresceu apenas 3,6%, mas o RNB por habitante aumentou somente 1,1%, ou seja, menos de um terço . Estes dados revelam uma outra face do crescimento anémico e de transferência crescente de riqueza para o exterior verificado nos três últimos anos, que as estatísticas oficiais e o discurso governamental têm ocultado aos portugueses, pois utilizam apenas os valores PIB total.

O crescimento real verificado em Portugal no últimos anos é bastante inferior àquele que o discurso governamental tem procurado fazer passar. Mas apesar de Portugal necessitar de investimento para aumentar o ritmo de crescimento económico e para criar postos de trabalho e, assim, reduzir o elevado desemprego existente, o certo é que as empresas portugueses, nomeadamente as pertencentes a grandes grupos económicos, estão a investir cada vez mais é no estrangeiro. Entre 2005 e 2007, de acordo com dados do Banco de Portugal, o investimento directo de empresas portuguesas no estrangeiro passou de 1.697 milhões de euros para 4.542 milhões de euros, portanto aumentou 268%, enquanto o investimento directo estrangeiro em Portugal passou de 3.160 milhões de euros para 4.115 milhões de euros, ou seja, cresceu em 130%.Isso determinou que, em 2007, o investimento directo de empresas portuguesas no estrangeiro (4.542 milhões de euros) fosse já superior ao investimento estrangeiro em Portugal (4115 milhões de euros) em 427 milhões de euros .

Apesar disso, se se analisar a Balança de Rendimentos do nosso País, utilizando dados divulgados também pelo Banco de Portugal, conclui-se que, em 2007, as saídas de rendimentos para o estrangeiro resultantes das aplicações da activos em Portugal, que inclui investimentos directos, aplicações em acções, títulos, etc., atingiram o gigantesco valor de 20.016 milhões de euros , ou seja, mais 76% ( + 8.639 milhões de euros) do que em 2005. Isto determinou que o saldo negativo da Balança de Rendimentos portuguesa tenha aumentado, entre 2005 e 2007, em 89%, pois passou de -3894 milhões de euros para -7.367 milhões de euros em apenas dois anos. Portugal está a perder uma parte crescente da riqueza que produz desta forma.

O PIB (Produto Interno Bruto) que é utilizado normalmente para medir o crescimento económico e também a riqueza de um país não traduz com rigor a verdadeira situação dos habitantes de um país. E isto porque uma parte da riqueza criada num país pode ser apropriado por estrangeiros através da sua transferência para o exterior. É o que está a suceder em Portugal como vamos mostrar neste estudo utilizando dados oficiais.

EM 2007, O RENDIMENTO NACIONAL BRUTO FOI INFERIOR AO PRODUTO INTERNO BRUTO EM 6397,2 MILHÕES DE EUROS QUANDO EM 2004 A DIFERENÇA ERA DE -2.275,3 MILHÕES DE EUROS

A parcela da riqueza produzida anualmente em Portugal que é transferida para o estrangeiro, tem crescido de uma forma continuada, determinando que a parcela que fica no País para repartir pela população total, seja cada vez mais reduzida, como mostram os dados do INE constantes do quadro seguinte.
O PIB (Produto Interno Bruto) dá o valor, em euros, da riqueza criada anualmente em Portugal, e o RNB (Rendimento Nacional Bruto) dá o valor da riqueza criada anualmente que fica em Portugal. E como os dados do INE revelam a diferença, para menos, entre o RNB e o PIB é cada vez maior. Em 1995, o RNB foi inferior ao PIB em apenas -168,7 milhões de euros mas, em 2007, essa diferença para menos, já atingiu -6397,2 milhões de euros, ou seja, quase 38 vezes mais. Mas foi com governo de Sócrates que essa diferença para menos aumentou mais. Em 2004, o RNB era inferior ao PIB em -2.275,3 milhões de euros e, em 2007, essa diferença já era de -6.397,2 milhões de euros, ou seja, aumentou em -4121,9 milhões de euros.
Se compararmos a percentagem que o RNB ( a riqueza que fica anualmente em Portugal) com o PIB (a riqueza criada anualmente em Portugal ) concluímos que ela tem diminuído de uma forma contínua. Entre 1995 e 2007 passou de 99,8% para 96,1%. Mas foi também durante o governo de Sócrates que essa percentagem diminuiu mais pois, entre 2004 e 2007, ou seja, em apenas três anos, baixou de 98,1% para 96,1%, isto é, em 2 pontos percentuais, quando, entre 1995 e 2004, ou seja, em dez anos, tinha diminuído 1,4 pontos percentuais, pois passara de 99,8% para 98,4%.

EM 2007, O RNB POR HABITANTE FOI INFERIOR AO PIB POR HABITANTE EM 603 EUROS

Para se poder avaliar a situação dos habitantes de um país é mais correcto trabalhar com valores médios por habitantes os quais, no entanto, ocultam a forma como a riqueza é distribuída (segundo um estudo recente da Comissão Europeia, Portugal é o país da U.E. onde o fosso entre ricos e pobres é maior). E para isso interessa calcular os valores do PIB e do RNB por habitante. E dentro destes valores, o mais rigoroso é o RNB (Rendimento Nacional Bruto) por habitante, pois ele dá o que caberia a cada residente em Portugal se a riqueza criada anualmente que ficou no País fosse distribuída igual por todos, o que não acontece. Os resultados desse cálculo constam do quadro seguinte.
Em 1995, o PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, o valor da riqueza produzida em Portugal) por habitante foi de 8.494 euros, enquanto o valor do RNB (Rendimento Nacional Bruto, valor do que fica em Portugal) por habitante foi de 8.477 euros, portanto o valor do segundo era inferior ao do primeiro em apenas 17 euros. Em 2004, o PIB por habitante já foi de 13.724 euros e o RNB por habitante de 13.507 euros, portanto o segundo já foi inferior ao primeiro em 217 euros. Mas, em 2007, o valor do PIB por habitante atingiu 15.358 euros, enquanto o valor do RNB por habitante já foi de 14.755 euros, ou seja, o segundo foi inferior ao primeiro em já 603 euros, mais 387 euros do que em 2004 (três anos), quando esta diferença tinha aumentado 200 euros entre 1995 e 2004 (dez anos). É evidente um aumento acentuado do ritmo de crescimento da riqueza produzida no nosso País que é transferida para o estrangeiro deixando os portugueses cada vez mais pobres..

EM TRÊS ANOS DE GOVERNO SÓCRATES O RNB POR HABITANTE AUMENTOU APENAS 1,1%

Como mostram os dados do quadro seguinte, durante os três de governo Sócrates, o crescimento do Rendimento Nacional Bruto foi bastante inferior ao do Produto Interno Bruto (PIB), quer se considere em valores totais quer se considere por habitante.
Entre 2004 e 2007, a preços constantes de 2004, portanto deduzindo o efeito do aumento de preços registado neste período, o PIB total aumentou 4,7%, mas o RNB cresceu apenas 2,2%, portanto menos de metade. E se a análise for feita com base nos valores por habitante a redução e a disparidade é ainda maior. Efectivamente, entre 2004 e 2007, ou seja, nos 3 anos de governo de Sócrates o PIB por habitante cresceu 3,6%, mas o RNB por habitante aumentou somente 1,1%, portanto menos de um terço. Estes dados revelam uma outra face do crescimento anémico verificado nos três últimos anos, que as estatísticas oficiais e o discurso governamental tentam a todo o custo ocultar aos portugueses, pois utilizam os valores PIB total.

EM 2007, O INVESTIMENTO PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO FOI SUPERIOR EM 427 MILHÕES DE EUROS AO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO EM PORTUGAL

Apesar de Portugal necessitar de investimento para se desenvolver e para criar postos de trabalho e, assim, reduzir o elevado desemprego existente, o certo é que as empresas portugueses, nomeadamente as pertencentes a grandes grupos económicos, estão a investir cada vez mais é no estrangeiro. Em 2007, o investimento directo de empresas portuguesas no estrangeiro foi mesmo superior ao investimento de empresas estrangeiras em Portugal, como mostram os dados do Banco de Portugal constantes do quadro seguinte.
O investimento directo de empresas portuguesas no estrangeiro é já muito significativo, apresentando uma tendência de crescimento, embora com alguma irregularidade. Entre 2005 e 2007, o investimento directo de empresas portuguesas no estrangeiro passou de 1.697 milhões de euros para 4.542 milhões de euros, portanto aumentou 268%, enquanto o investimento directo de empresas estrangeiras em Portugal passou de 3.160 milhões de euros para 4.115 milhões de euros, ou seja, cresceu em 130%. Portanto o investimento de Portugal no estrangeiro aumento mais do dobro do crescimento verificado no investimento estrangeiro em Portugal. Isso determinou que, em 2007, o investimento directo de empresas portuguesas no estrangeiro foi já superior ao de empresas estrangeiras em Portugal em 427 milhões de euros. E isto numa altura em que o País precisa tanto de investimento, nomeadamente de empresas portuguesas, para se desenvolver e para reduzir o elevado desemprego existente. Mas como refere o INE, numa nota informativa de 18.4.2008, “mais de 12% das empresas em Portugal deslocalizaram alguma(s) das suas funções para fora do País, pertencendo na sua maioria a um grupo económico (77,5%) e ao sector das indústrias Transformadoras (72,9%)”

EM 2007, AS SAIDAS DE RENDIMENTOS DE PORTUGAL RESULTANTES DE APLICAÇÕES FEITAS NO NOSSO PAÍS ATINGIRAM 20016 MILHÕES DE EUROS, MAIS 76% DO QUE EM 2005

Outro aspecto importante da evolução da realidade sócio-económica portuguesa é dada pela Balança de Rendimentos de Portugal, que dá o fluxo de entradas e saídas de rendimentos resultantes de activos de estrangeiros em Portugal, e de activos pertencentes a portugueses no estrangeiro, os quais incluem investimentos directos, aplicações de carteira, títulos, etc. E como mostram os dados do Banco de Portugal constantes do quadro seguinte, essa Balança é cada vez mais desfavorável para o nosso País.
Em 2007, as saídas de rendimentos para o estrangeiro resultantes das aplicações feitas em Portugal atingiram o gigantesco valor de 20016 milhões de euros, ou seja, mais 76% ( + 8.639 milhões de euros) do que em 2005. Isto determinou que o saldo negativo da Balança de Rendimentos, que é desfavorável para Portugal, tenha crescido em 89%, pois passou de -3894 milhões de euros para -7.367 milhões de euros em apenas dois anos. Desta forma, Portugal está a perder uma parte crescente da riqueza que produz.

[*] Economista, edr@mail.telepac.pt

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Un informe de la ONU acusa a Londres de criminalizar a menores

Aunque se ha reducido el número de delitos cometidos por menores entre el 2002 y el 2006, ha aumentado en hasta un 26% la cifra de condenas

Casamentos...

Detenidas 21 personas por organizar matrimonios con extranjeros por 10.000 euros
Los investigadores estiman se han celebrado más de 400 enlaces desde 1999, muchos de ellos sin la autorización ni conocimiento del supuesto contrayente español | Los ciudadanos españoles dispuestos a casarse con otros de nacionalidad nigeriana recibían entre los 2.500 y 3.000 euro

06/06/2008

Factura da EDP

Já toda a gente reparou na factura da EDP que recebe em casa?
Contribuição Audiovisual pelo valor de 3.42 Euros???
E porque temos nós, portuguesinhos, de pagar isto???
Eu não pedi nada de Audiovisual... estou a pagar porquê e para quem???
E para onde vai esse dinheiro???
E mais grave ainda. Porque é que as escadas de condomínios também pagam os tais chamados euros para os audiovisuais. Temos televisão quando subimos as escada de casa.
E outra, porque é que a casota de campo para apoio agrícola , também paga para os meios audiovisuais. As garagens também…
Só neste País. É o que temos e não há outro.
1 milhão de facturas dá mais de 3 milhões de Euros...
Onde anda esse dinheiro???
Eu quero saber... e se me disserem que é para a RTP eu exijo a devolução do dinheiro. Afinal pago a TVCabo para ter TV, outros pagam a TVTel, outros a Cabovisão, etc.

Eu e os meus "ovinhos".

Estava eu a ver TV numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada para fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando a minha esposa se deitou ao meu lado e começou a brincar com minhas "partes".
Após alguns minutos ela teve a seguinte ideia:
- Por que é que não me deixas depilar os teus "ovinhos", pois assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles.
Aquela frase foi igual a um sino na minha cabeça. Por alguns segundos imaginei o que seriam "outras coisas". Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu a imaginar as "outras coisas", não tive argumentos para negar e concordei.
Ela pediu-me que me pusesse nu enquanto ia buscar os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei a ver TV, porém a minha imaginação vagueava pelas novas sensações que sentiria e só despertei quando ouvi o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei estranhos aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de "dona da situação" que deixaria qualquer médico urologista sentir-se um principiante.
Fiquei tranquilo e autorizei o restante processo. Pediu-me para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e libertasse o aceso à zona do tomatal.
Pegou nos meus ovinhos como quem pega em duas bolinhas de porcelana e começou a espalhar a cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa! O Sr. "tolas" já estava todo "pimpão" como quem diz: "Sou o próximo da fila!"
Pelo início, imaginei quais seriam as "outras coisas" que aí viriam.
Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou-os no plástico com tanto cuidado que eu achei que ia levá-los de viagem.
Tentei imaginar onde é que ela teria aprendido essa técnica de prazer:
Na Tailândia, na China ou pela Internet?
Porém, alguns segundos depois ela esticou o "saquinho" para um lado e deu um puxão repentino. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro " A PUUUUTA QUEEEE TE PARIUUUUUUU", quase gritado letra por letra.
Olhei para o plástico para ver se a pele do meu tin-tin não tinha vindo agarrada. Ela disse-me que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava repetir o processo. Respondi prontamente: Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!
Segurei o Sr. Esquerdo e o Sr. Direito nas minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazónica em extinção, e fui para a banheira. Sentia o coração bater nas "pendurezas".
Abri o chuveiro e foi a primeira vez na minha vida que molhei a salada antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo. Saí do banho, mas nestes momentos de dor qualquer homem se torna num bebezinho: faz merda atrás de merda.
Peguei no meu gel pós barba com camomila "que acalma a pele", besuntei as mãos e passei nos "tomates".
Foi como se tivesse passado molho de piri-piri. Sentei-me no bidé na posição de "lavagem checa" e deixei a água acalmar os ditos. Peguei na toalha de rosto e abanei os "ditos" como quem abana um pugilista após o 10° round.
Olhei para meu "júnior", coitado, tão alegrezinho uns minutos atrás, e agora estava tão pequeno que mais parecia o irmão gémeo de meu umbigo.
Nesse momento a minha esposa bate à porta da casa de banho e perguntou-me se eu estava bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual a uma gralha. Saí da casa de banho e voltei para o quarto. Ela argumentava que os pentelhos tinham saído pelas raízes, que demorariam a voltar a crescer. Pela espessura da pele do meu tin-tin, aqui não vai nascer nem sequer uma penugem, disse-lhe.
Ela pediu-me para ver como estavam. Eu disse-lhe para olhar mas com meio metro de intervalo e sem tocar em nada, acrescentando que se lhe der para rir ainda vai levar PORRADA!!
Vesti a t-shirt e fui dormir, sem cuecas. Naquele momento sexo para mim nem para perpetuar a espécie humana.
No outro dia de manhã, arranjei-me para ir trabalhar. Os "ovos" estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca d'antes soprados.
Tentei vestir as boxers, mas nada feito. Procurei algumas mais macias e nada. Vesti as calças mais largas que tenho e fui trabalhar sem nada por baixo.
Entrei na minha secção com uma andar igual ao de um cowboy cagado.
Disse bom dia a todos, mas sem os olhar nos olhos, e passei o dia inteiro trabalhando de pé, com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.

Resultado, certas coisas só devem ser feitas pelas mulheres. Não adianta nada tentar misturar os universos masculino e feminino.

Golpada da UEFA - JUIZ ITALIANO CONTRARIOU ALUSÕES DA DEFESA PORTISTA AO CALCIOCAOS

"Os argumentos da defesa do FC Porto junto da Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA que exigiam igualdade de tratamento em relação aos clubes italianos envolvidos no Calciocaos, especialmente a Juventus, foram esvaziados pela participação na reunião decisiva de um juiz italiano, de nome Maurizio Laudi, ainda por cima adepto confesso do clube de Turim. O resultado foi a exclusão dos dragões da Liga dos Campeões e a certeza de que os critérios de admissão dos "bianconeri" não serão sequer investigados.
O órgão disciplinar de primeira instância da UEFA dialogou por videoconferência, tendo o encontro sido presidido pelo húngaro Sándor Berzi, coadjuvado pelo alemão Rainer Koch e pelo tal italiano Maurizio Laudi. A nota de culpa elaborada por um inspector apontava para a penalização do FC Porto e a argumentação de 15 páginas enviada pelo departamento jurídico azul e branco não produziu qualquer efeito, tendo o relatório final da Comissão defendido a inexistência de semelhanças entre o Apito Final e o Calciocaos. O que até indignou o presidente da FPF, Gilberto Madaíl.
Se tivesse sido dado provimento às posições portistas, fonte contactada por Record entende que a UEFA teria de abrir um inquérito à entrada da Juventus na próxima Liga dos Campeões. Como Laudi assinou o relatório, ficou vinculado à sentença e pode ter violado o Artigo 26 do Regulamento Disciplinar da UEFA que, para prevenir conflitos de interesses, impede os membros dos corpos disciplinares de tomarem parte em processos que envolvam clubes da sua federação.

Mais informação na edição impressa de Record Autor: VÍTOR PINTO"

Obesidade

EUA: obesidade infantil estagnou após duas décadas de crescimento

Informação Médica Importante

Precauções contra a gripe aviária. Como essa grave ameaça reapareceu e vem causando muita preocupação na Inglaterra, o NHS vem a público esclarecer a população para tomar cuidados especiais com essa doença e reduzir os riscos de uma possível epidemia.

Os cuidados são os seguintes:

- Procure manter distância de homens galinha
- Amigos metido a galo
- Amigas peruas
- Aquele pessoal que solta a franga
- Evite a todo custo afogar o ganso; tal situação é de alto risco!
- Não acaricie a periquita dos outros. A esta altura dos acontecimentos é problema na certa.
- Poupe tocar ou manipular o seu pinto. Qualquer agrado agora pode ser fatal e espirrar por todos os lados.
- Não coma aquela galinha da vizinha; você não sabe por onde ela andou.
- E, principalmente, cuidado ao fazer amor: o vírus também se transmite de pinto para periquita!

2012: O ano em que perderemos contato

Desconheço o autor mas pareceu-me especulativamente interessante.

2012: O ano em que perderemos contato

Entre o final de agosto e os primeiros dias de setembro de 1859, grandes auroras boreais puderam ser vistas no céu de vários pontos do planeta. O belo espetáculo de luzes esverdeadas foi documentado nos EUA, em partes da Europa, Japão, Austrália e até mesmo no México (!). E o telégrafo deixou de funcionar em vários desses lugares. Não se sabia o que era, mas descobriram logo: era uma imensa tempestade solar - a maior já documentada. Foi quando se descobriu que elas podem ser belíssimas, mas comprometem os sistemas elétricos.

Em março de 1989, uma tempestade solar intensa afetou os canadenses da região de Quebec. A rede elétrica foi a pico e entrou em colapso. O blecaute durou nove horas e deixou sem energia mais de 6 milhões de pessoas. Na Bolsa de Valores de Toronto, quatro discos rígidos de computador pararam de funcionar um após o outro. O pregão congelou - nem o backup continuava de pé - enquanto a equipe de suporte técnico tentava em vão localizar o causador do mistério. Mais de 6 mil satélites saíram de suas órbitas.

O fato é que várias tentativas de prever com exatidão as tempestades solares falharam. Mas há um indício inegável: as manchas solares desaparecem da superfície do Sol alguns anos antes do acontecimento: é a tal calmaria antes da tempestade. E isso aconteceu em 2006. Mausumi Dikpati, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), prevê uma tempestade ainda maior do que a de 1989 (só perderá pra de 1859). E a data, segundo ele, é 2012.

EFEITOS

O primeiro equipamento a ser afetado será o sistema de GPS. Atravessar o Oceano Atlântico de veleiro, nessa época, não será uma boa idéia. Principalmente no hemisfério norte, é bem possível que a rede elétrica pare de funcionar aqui e ali. Esta será a primeira tempestade solar intensa que viveremos em plena era da Internet, das redes sem fio WiFi, do GPS de uso vasto. Somos totalmente eletrônicos, digitais. Mas, diferentemente da tecnologia do século 15, a do século 21 é susceptível aos humores da estrela mais próxima. HDs vão deixar de funcionar de uma hora para a outra sem que seus donos compreendam o motivo.

A tempestade começa na superfície do Sol, com um vento solar. É um vento rápido, forte, carregado de prótons e elétrons que são lançados no espaço. A carga afeta os vários planetas do Sistema Solar de forma diferente. O campo eletromagnético da Terra nos protege na maioria das vezes da radiação - mas, nos picos da tempestade, não há jeito que nos salve. Ela vem.

O primeiro resultado é o aquecimento da atmosfera. O ar esquenta, a atmosfera se dilata e abocanha um naco que antes pertencia ao espaço. O resultado prático é que satélites de órbita baixa, repentinamente, não estão mais em órbita e sim na atmosfera. Se bobear, alguns caem.

A radiação de prótons e íons que entram no planeta afeta os microchips. Eles param de funcionar. Sim, existem chips resistentes a este tipo de radiação - fundamentais para satélites ou naves espaciais. Mas aqueles encontrados dentro de nossos computadores não são assim.

Outra conseqüência da tempestade solar é que ela induz corrente - sim, surge energia elétrica do nada. Em Quebec, o que ocorreu foi isso. Ao encontrar as linhas elétricas, os elétrons se concentraram ali. Deu sobrecarga, o sistema parou. Naquela primeira vez em que uma tempestade assim foi documentada, em 1859, enquanto vários telégrafos paravam de funcionar, ao menos dois operadores descobriram, estupefatos, que podiam continuar sua conversa normalmente mesmo após desligarem suas baterias. A linha estava eletrificada.

Ha uma saída, claro: fazer suas casas como uma Gaiola de Faraday (pondo fios do telhado até o chão, enterrando-se metros abaixo da superfície). Serve para desviar a eletricidade estática e proteger seu interior. Não custa dizer que a idéia é simples, eficiente, mas é bom contratar um engenheiro para desenhá-la.

O SOL, ESTE DESCONHECIDO

Em setembro de 1994 foram detectadas fortes perturbações no campo magnético terrestre, com alterações importantes como a orientação migratória das aves e cetáceos e inclusive o funcionamento da aviação.

Em 1996, a sonda espacial Soho descobre que o Sol não apresenta vários, mas somente um campo magnético homogeneizado. Em 1997 aconteceram violentas tempestades magnéticas no Sol e em 1998 a NASA detectou a emissão de um potente fluxo de energia vindo do centro da galáxia; onda que ninguém soube explicar.

No dia 15 de agosto de 1999 aconteceu uma misteriosa explosão vindo do espaço e por causa disso algumas estrelas ficaram em eclipse durante horas. As radiações das ondas de radio, raios gama e raios X multiplicaram sua intensidade em 120%. Os astrônomos Richard Berendzen e Bob Hjellming, do Observatório Radio-astronômico do Novo México (EUA), qualificaram esse fenômeno como um enigma 'digno de uma investigação minuciosa'.

No dia 20 de janeiro de 2005, uma surpreendente tempestade solar alcançou a Terra com sua máxima radiação 15 minutos após as explosões. Normalmente, demorariam 2 horas para chegar aqui. Segundo Richard Mewaldt, do Califórnia Institute of Technology, foi a mais violenta e mais misteriosa dos últimos 50 anos.

Os cientistas acreditavam que as tempestades se formavam na coroa solar pelas ondas de choque associadas a erupções do plasma. Entretanto, neste caso parece ter-se originado estranhamente no interior do astro-Rei, segundo afirmou o professor Robert Lin, da Universidade da Califórnia.

Os astrônomos ficaram perplexos. O professor Lin - principal pesquisador do satélite Reuven Ramaty High Energy Solar Spectroscopic Imager (RHESSI) - expressou sua conclusão com uma frase muito simples: 'Isso significa que realmente não sabemos como o Sol funciona'.

Resumindo: O inusitado fenômeno de 20 de janeiro de 2005 acabou com os modelos de estudos da nossa ciência sobre o assunto.

E porque o Sol produziu uma atividade tão intensa e anômala neste momento? O pico máximo de atividade da nossa estrela - no seu ciclo principal de 11 anos - aconteceu no ano 2000. Em 2004 os físicos solares observaram uma ausência total das manchas, onde isso sempre anuncia a proximidade de alguma atividade no Sol. Essa atividade mínima só deveria ocorrer em 2006 (como ocorreu), alguns anos antes da máxima, prevista para 2010 ou 2012.

CALENDÁRIO MAIA

2012 ressurgiu com força total nas fofocas esotéricas por conta do fim do calendário Maia se dar exatamente neste ano. Coincidência? Talvez, mas o calendário deles (cuja origem se perdeu, mas que provavelmente remonta aos Olmecas) é bem resolvido, fechadinho, em Eras (que equivalem a 13 Baktuns). Segundo suas tradições, ao final de cada Era o mundo é destruído e recriado. A recriação do mundo na nossa Era atual se deu em 3114 a.C. e termina numa sexta, 21 de dezembro de 2012. Essa data, ao contrário da piada que diz que eles simplesmente se cansaram de escrever, não foi escolhida à toa. Nesse dia se dará um alinhamento astronômico muito raro, onde o Sol, no Solstício de inverno, que ocorrerá exatamente às 11:11 do horário universal (UTC), estará alinhado com o centro da nossa galáxia na Via Láctea. Isto marcará o final da Era correspondente ao 'Quinto Sol' e o começo de outro ciclo cósmico, chamado 'Sexto Sol'.

Segundo as profecias Maias, a causa física desse término é que o Sol receberia um raio oriundo do centro da galáxia e emitiria una imensa 'chama radioativa' que transmitiria a radiação à Terra e, conseqüentemente, a todo o sistema solar. Este evento acontece antes do começo de um novo ciclo cósmico. De acordo com eles, já ocorreram cinco ciclos de 5125 anos, completando uma série de 25.625 anos, período muito próximo ao da 'precessão dos equinócios', conhecido como 'Ano Platônico' ou 'Grande ano Egípcio', correspondente a um ciclo completo formado por 12 eras astrológicas (25.920 anos). Cada ciclo finaliza o prazo de uma humanidade (raça) na Terra - primeiro a destruição, seguida pela regeneração que traz o ciclo seguinte, o 'Sol'. No começo são feitas sincronizações da 'respiração' de todas as estrelas, planetas e seres.

No dia 11 de agosto de 3113 a.C. os Maias fixaram o nascimento do 'Quinto Sol' - A era atual - cujo final será em 2012. A era da água acabou com o dilúvio, a seguinte foi com uma chuva de fogo e a nossa - chamada de 'Era do Movimento' - chegará ao fim com violentos terremotos, erupções vulcânicas e furacões devastadores. A mitologia de várias culturas antigas fala de inundações catastróficas que aconteceram há uns 12.000 anos e de misteriosas chuvas de fogo, há cerca de 5000 anos, sendo que pesquisadores como Maurice Cotterell a associam a um grande cometa que cruzou a atmosfera terrestre.

A profecia Maia também descreve os 20 anos anteriores ao primeiro dia do 'Sexto Sol' com certo detalhe. Este ciclo menor, denominado Katum, já chegou a quase dois terços da sua duração total. Ele nos permite verificar até que ponto da atualidade foram cumpridas suas profecias e conseqüentemente, decidirmos se seus acertos merecem suficiente credibilidade. O último Katum - denominado por eles 'o tempo do não tempo' - teve início no ano de 1992 do nosso calendário, logo após a um eclipse do Sol que eles profetizaram para o dia 11 de julho de 1991 (e que aconteceu realmente). Segundo o Chilam Balam (livro sagrado Maia) após sete anos do início do último Katum (1999) começa uma era de escuridão e os desastres na terra (terremotos, furações e erupções vulcânicas) aumentariam consideravelmente.

O eclipse de 11 de agosto de 1999 de fato inaugurou um período de cataclismos naturais: No dia 7 desse mesmo mês houve um terremoto de 5.9° (escala Richer) na Grécia, com 218 mortos. Dia 8, inundações catastróficas na China com milhares de mortos. Dia 17, um terremoto de 7.4º na Turquia com 15.000 mortos. Dia 20, um terremoto de 7.6º em Taiwan, com 2.000 mortos. Dia 22, uma cadeia de terremotos entre 2º e 5.2º em todo o planeta. Um terremoto em Oaxaca (México), seguido de grandes incêndios devido a explosões de gás com mais de 100 mortos, e dia 10 de outubro as chuvas produziram 300 mortos e 500.000 afetados também no México.
Não se trata de uma lista exaustiva de catástrofes, são somente alguns fenômenos que aconteceram nos dois meses posteriores ao eclipse de agosto.
As profecias Maias também falam da aparição de um cometa com alta probabilidade de impacto com a terra.

History Channel - Profecias Maias (Parte 1 de 5)

Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5

Talvez os Maias tenham se enganado e não seja preciso muitas dores para o parto de uma nova civilização (ou nova mentalidade). Talvez não tenhamos mais catástrofes do que o normal pra um povo que destrói seu próprio ecossistema em nome de um 'desenvolvimento' (também conhecido como 'muito dinheiro para poucos'). Ainda assim, num mundo onde cada vez mais nossas relações são virtuais e dependentes de aparelhinhos eletrônicos (eu quero meu Iphone!) teremos de nos deparar com o perigo REAL de 'tudo' parar em 2012.

Exmos. Senhores Administradores do BES.

Desconheço quem seja o autor desta carta, mas concordo com ela!

"Exmos. Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.

Que tal?

Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.

Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe-se taxas de. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.

Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de crédito"-equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar

Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de conta".

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura de padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".

Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa de existência da padaria na esquina da rua".

A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".

Mas os senhores são insaciáveis.

A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/. Banco.

Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?

Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma."

Por que não nacionalizar? (GALP)

JN de 26 de Maio de 2008

Mário , Crespo, Jornalista
Se o mercado não consegue disciplinar os preços, os lucros nem o selvático prendar dos recursos empresariais com os vencimentos multimilionários dos executivos, então por que não nacionalizar os petróleos e tentar outros modelos? Quem proferiu este revolucionário comentário foi Maxine Waters, Democrata da Califórnia, durante o inquérito conduzido pelo Congresso, em Washington, às cinco maiores petrolíferas americanas. Face à escalada socialmente suicidária dos preços dos combustíveis, o órgão legislativo americano convocou os presidentes para saber que lucros tinham tido e que rendimentos é que pessoalmente cada um deles auferia. Os números revelados deixaram os senadores da Comissão de Energia e Comércio boquiabertos. Desde os 40 mil milhões de dólares de lucro da Exxon no ano passado, ao milhão de euros mensais do ordenado base do chefe Executivo da Conoco-Phillips, às cifras igualmente astronómicas da Chevron, da Shell e da BP América. Esta constatação do falhanço calamitoso do mecanismo comercial, quando encarada no caso português, ainda é mais gritante. Digam o que disserem, o que se está a passar aqui nada tem a ver com as leis de oferta e procura e tem tudo a ver com a ausência de mercado onde esses princípios pudessem funcionar.

Se na América há cinco grandes empresas que ainda forçam o mercado a ter preços diferentes, em Portugal há uma única que compra, refina, distribui e vende. É altura de fazer a pergunta de Maxine Waters, traduzindo-a para português corrente

- Se o país nada ganhou com a privatização da Galp e se estamos a ser destruídos como nação pela desalmada política de preços que a única refinadora nacional pratica, porquê insistir neste modelo? Enunciemos a mesma pergunta noutros termos

- Quem é que tem vindo sistematicamente a ganhar nestes nove anos de privatização da Galp, que alienaram um bem que já foi exclusivamente público? Os espanhóis da Iberdrola, os italianos da ENI e os parceiros da Amorim Energia certamente que sim. O consumidor português garantidamente que não. Perdeu ontem, perde hoje e vai perder mais amanhã. Mas levemos a questão mais longe houve algum ganho de eficiência ou produtividade real que se reflectisse no bem-estar nacional com esta alienação da petrolífera? A resposta é angustiantemente negativa. A dívida pública ainda lá está, maior do que nunca, e o preço dos combustíveis em Portugal é, de facto, o pior da Europa. Nesta fase já não interessa questionar se o que estamos a pagar em excesso na bomba se deve ao que os executivos da Galp ganham, ou se compram mal o petróleo que refinam ou se estão a distribuir dividendos a prestamistas que exigem aos executivos o seu constante "quinhão de carne" à custa do que já falta em casa de muitos portugueses. Nesta fase, é um desígnio nacional exigir ao Governo que as centenas de milhões de lucros declarados pela Galp Energia entrem na formação de preços ao consumidor. Se o modelo falhou, por que não nacionalizar como sugeriu a congressista Waters? Aqui nacionalizar não seria uma atitude ideológica.

Seria, antes, um recurso de sobrevivência, porque é um absurdo viver nesta ilusão de que temos um mercado aberto com um único fornecedor. Se o Governo de Sócrates insiste agora num purismo incongruente para o Serviço Nacional Saúde, correndo com os existentes players privados e bloqueando a entrada de novos agentes, por que é que mantém este anacronismo bizarro na distribuição de um bem que é tão essencial como o pão ou a água? Como alguém já disse, o melhor negócio do Mundo é uma petrolífera bem gerida, o segundo melhor é uma petrolífera mal gerida. Na verdade, o negócio dos petróleos em Portugal, pelas cotações, continua a ser bom. Só que o país está exangue. Há fome em Portugal e vai haver mais. O negócio, esse, vai de vento em popa para o Conselho de Administração da Galp, para os accionistas, para Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos. Mas para mais ninguém. A maioria de nós vive demasiado longe da fronteira espanhola para se poder ir lá abastecer.

Mário Crespo escreve no JN, semanalmente, às segundas-feiras

Muito bem! Enquanto o nosso Governo não nacionaliza a GALP, vamos nós boicotar a GALP.