24/09/2005

Ministro defende "hospitalização domiciliária"

DE com Lusa
O Senhor ministro devia era ser informado, mais claramente do que se passa nos hospitais, tais como o de Almada. Exemplifiquemos :
- No dia 19/Set/05 entra um jovem B.S., com um braço partido ! no dia 23/set/05, resolve ir-se embora pois não chegava a sua vez de ser operado! Preencheu o documento hospitalar e saiu para ser operado num particular!
- No dia 20/Set/05 entra um idoso, E.C., com um cotovelo partido ! foi operado no dia 24/Set/05 !
Mais exemplos ? é só lá irem e perguntarem, qual a razão de haver medicos com dedicação exclusiva, que não tem disponibilidade para operarem !!!!

O ministro da Saúde, Correia de Campos, defendeu hoje a "hospitalização domiciliária" como forma de evitar frequentes deslocações ao hospital de doentes crónicos, que podem ser acompanhados em casa ou no lar de idosos. À margem de um encontro sobre "Gestão em Saúde", em Leça da Palmeira, Matosinhos, Correia de Campos considerou a assistência domiciliária uma "medida de alta economia", por evitar re-hospitalizações de doentes cujo quadro clínico recomenda que não façam constantes deslocações.Passando as equipas médicas a deslocar-se a casa do doente e não este ao hospital, libertam-se camas para pessoas que tenham episódios agudos de uma doença, realçou."É preciso que os hospitais se abram à comunidade. Se possível, que prestem apoio domiciliário a doentes que já acompanham. Que façam hospitalização domiciliária, evitando re-hospitalizações", afirmou o ministro.Correia de Campos afirmou também que "gostaria que os hospitais saíssem para falar com os centros de saúde e com os serviços comunitários de proximidade", procurando as melhores soluções para os seus utentes e optimizar os recursos existentes.

Cavaco Silva "estupefacto" com caso Fátima Felgueiras

Não é só ele ! todo o país e mesmo alguns, mas poucos, cidadãos de Felgueiras !!!!

DE com Lusa
O ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva manifestou-se hoje "estupefacto" com o caso do regresso a Portugal de Fátima Felgueiras, e a sua candidatura à Câmara de Felgueiras, considerando que "levanta problemas sérios no domínio da justiça". O caso Fátima Felgueiras "levanta problemas sérios no domínio da justiça" que "devem ser ponderados com rigor e tranquilidade", afirmou Cavaco Silva, questionado à entrada de um jantar da Universidade de Verão do Partido Popular Europeu sobre o "episódio" do regresso de Fátima Felgueiras a Portugal."É obvio que estou estupefacto, mas não direi mais nada sobre o assunto", acrescentou.Instado a especificar as razões da sua estupefacção, o ex-primeiro-ministro e antigo líder do PSD afirmou ter "interrogações semelhantes àquelas que tem um cidadão normal"."Um cidadão normal está estupefacto com o que está a acontecer em Portugal nesse domínio e, portanto, coloca interrogações. Eu não sou jurista e, portanto, tenho interrogações semelhantes àquelas que tem um cidadão normal", afirmou. Fátima Felgueiras regressou quarta-feira a Portugal proveniente do Brasil, para onde fugira em Maio de 2003 para escapar à prisão preventiva que lhe fora decretada pelo Tribunal da Relação de Guimarães, no âmbito do processo sobre o alegado desvio de fundos da Câmara de Felgueiras de que beneficiaria o PS local.A ex-autarca socialista viu o Tribunal de Felgueiras anular a prisão preventiva e substituir aquela medida de coação pelo termo de identidade e residência, tendo anunciado logo em seguida que se candidata à presidência da Câmara de Felgueiras como independente nas eleições de 9 de Outubro.O Ministério Público já anunciou que vai recorrer da decisão da juíza do Tribunal de Felgueiras.

Turbo professores no Superior chegam a dar aulas em seis universidades

Que tal ?!?!?!?!?!
Cerca de três mil docentes dão aulas em duas ou mais instituições de ensino superior. CRUP pronto a investigar. Cerca de 40 docentes do Ensino Superior dão aulas em quatro instituições, trezentos em três escolas. Mas as acumulações não se ficam por aqui: seis repartem o seu tempo lectivo por cinco escolas. Ainda assim, o recorde do tempo lectivo é batido por um docente que dá aulas em seis instituições, o que, segundo a legislação em vigor (ver próxima página), indicia excessivos tempos lectivos. Este docente dá aulas em regime de tempo integral na Universidade Lusófona, acumula com a categoria de professor associado nas universidades Autónoma, Lusíada e ainda dá aulas na Atlântica e no ISLA - para além de leccionar nos Pupilos do Exército.“Acho que este senhor é uma pessoa com capacidade excepcionais�, sublinha Jorge Carvalhal, presidente da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP). No seu entender “tudo o que seja acumular em mais que duas instituições é excessivo�. O problema, diz, reside no facto de não existir, “a nível central, qualquer controlo neste domínio - mas apenas o bom senso das instituições - para avaliar se existem acumulações para além do limite razoável�.Não há qualquer sistema legal de controlo de acumulação de serviço docente entre diferentes universidades privadas. Esse ponto do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo nunca chegou a ser regulamentado.Lopes da Silva, presidente do Conselho de Reitores, explica que neste momento é a Direcção - Geral do Ensino Superior que comunica às instituições os casos de acumulações irregulares e cabe aos senados das universidades abrirem processos disciplinares para averiguar a legalidade das situações. O que já aconteceu no passado.Este fenómeno das acumulações acaba por impedir a renovação dos quadros das instituições, barrando a entrada de muitos doutorados no desemprego no meio académico, sublinha Mário de Carvalho, reponsável pelo departamento de ensino superior do Sindicato de Professores do Norte.A lei prevê que os docentes que estejam em dedicação exclusiva em universidades públicas só possam dar aulas em instituições privadas “a título gracioso� e desde que haja “protocolo de colaboração entre as respectivas instituições� .No caso das acumulações entre estabelecimentos de ensino superior público, a legislação prevê que, desde que não estejam em regime de dedicação exclusiva, os docentes possam estar a tempo integral em duas instituições. Algumas destas situações surgem ao abrigo de protocolos assinados entre as duas instituições Há casos de responsáveis por universidades privadas que estão em regime de licença sem vencimento nas universidade públicas onde são professores catedráticos.2500 docentes acumulam em duas instituiçõesOs casos dos ‘turbo-professores’ que constam na lista de pessoal de cinco universidades encontram-se facilmente no Registo Biográfico de Docentes do Ensino Superior (REBIDES), que pode ser consultado na página do Observatório da Ciência e Ensino Superior (OCES) do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior.Há um caso de um professor que dá aulas nas universidades Internacional, Lusíada, Lusófona, Moderna de Lisboa e Dinensino de Lisboa. Outro docente universitário está com tempo integral na Universidade Católica, leccionando ainda no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa com um tempo de 40%, leccionando na Escola Superior de Enfermagem Artur Ravara e na Escola Superior de Enfermagem de S. Vicente de Paulo e Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich (ver lista página II). O universo dos docentes do ensino superior totaliza 33 958, 2500 dos quais dão aulas em duas ou mais instituições. Entre os docentes que estão em dedicação exclusiva existem 124 que surgem neste regime em duas escolas. Os dados dizem respeito a 31 de Dezembro de 2004.200 professores com tempos lectivos superiores a 100%Cerca de quinze professores têm uma soma dos tempos lectivos que atinge os 300%. Ao todo 214 docentes ultrapassam os 100% de tempo lectivo, de acordo com a base de dados sobre o corpo docente disponibilizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

As “facadas� entre mulheres

Um destes dias recebi um e-mail de uma jovem empresária de Hong Kong. “Confesso que é mais fácil trabalhar sob a alçada de um homem do que de uma mulher. A maioria das minhas amigas subscreve esta opinião. Que pensa sobre isto? Regra geral, é difícil lidar com gestoras: são sensíveis e emotivas e, além disso, dão demasiada importância aos detalhes. Peço-lhe, pois, que me dê alguns conselhos sobre como lidar com gestoras�.Muito sinceramente, considero este cri de coeur assaz humilhante. Julgava que o cliché “mulher-que-manda-é-insuportável� estava perfeitamente ultrapassado. Convenci-me de que o novo cliché aplicado às mulheres em cargos de chefia já não está preso à lógica hierárquica, antes coloca a tónica no estímulo e na inteligência emocional, transformando-as nos líderes ideais das empresas do futuro.A experiência diz-me - muito embora nunca tenha detectado o factor “estímulo� nas gestoras com quem trabalhei - que as mulheres em cargos de gestão de topo têm em comum, e a seu favor, três aspectos concretos. A saber, são mais eficientes do que os homens, empenham-se mais e não perdem tempo a guerrear-se nas reuniões.Resumindo, não tenho qualquer conselho a dar à minha leitora de Hong Kong, na medida em que esta matéria não constitui, para mim, um problema. Mas por coincidência, ou não, recebi na passada semana uma obra intitulada I Can’t Believe She Did That! Why Women Betray Other Women at Work, da lavra de Nan Mooney, que está prenhe de exemplos tenebrosos sobre o que as mulheres podem fazer umas às outras. A leitura acaba mesmo por ser sinistra, pois tudo tem o seu quê de verdadeiro.Segundo a autora, o principal handicap das mulheres é viverem divididas entre a vontade de se apoiar mutuamente e o aceso desejo de competir umas com as outras. Ora, estes sentimentos entram claramente em choque. Mais, o facto de as mulheres não tolerarem conflitos faz com que não enfrentem os problemas com frontalidade, refugiando-se em atitudes insidiosas e desleais. Mooney realça, aliás, algumas das “nebulosas� femininas: - Síndroma da “mulher-centro-das-atenções�. Se for a única mulher no departamento, logo, o centro das atenções, é possível que incorra nalguma amargura caso outra mulher entre em cena.- Rivalidade sexual. As mulheres detestam ter colegas mais elegantes, esbeltas ou sensuais a pavonear-se pelo escritório.- Equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. As mulheres em cargos de chefia podem mostrar-se intratáveis quando uma colega sai mais cedo para participar numa qualquer actividade da respectiva prole. Ou não têm filhos ou, tendo, sacrificaram-nos em prol do trabalho, pelo que não compreendem por que razão as outras mulheres devem ter a vida facilitada.- A intimidade que as mulheres criam, prontamente, entre si pode revelar-se uma fonte de conflitos. Esta intimidade floresce quando em pé de igualdade, podendo azedar no caso de favorecimento ou promoção de uma das partes.Mooney fez muito bem em escrever um livro sobre um assunto que nada tem de politicamente correcto. E procura, inclusive, minimizar o seu impacto, adoçando a mensagem num tom optimista: as mulheres, afirma, sempre se mostraram interessadas em resolver os problemas e em aprender com os mesmos.Pois bem, custa-me a acreditar. As raparigas, em pequenas, podem ser hediondas umas para as outras, por artes da insídia e da manipulação. E quando crescem, continuam a ser horrendas para as colegas de trabalho. Em suma, só podemos contar com uma imensa dose de malvadez tout court.A leitura do livro obrigou-me, contudo, a uma reanálise dos meus sentimentos e a conclusão a que cheguei foi, no mínimo, arrepiante. Verifiquei que o meu furor competitivo visa, antes de mais, as outras mulheres e não os homens. Felizmente que, por ora, não tenho concorrentes no FT - ou seja, não corro o risco de alvejar ninguém com a minha perfídia. Mas estou certa de que ficaria extremamente melindrada se o jornal convidasse outra mulher para escrever sobre o mesmo tema. É muito possível que cultivasse a sua amizade, caso se revelasse uma pessoa divertida e jovial, mas nunca deixaria de devorar a sua prosa na secreta esperança de a descobrir inútil.Neste rasgo de franqueza e negatividade, ocorrem-me outros cenários possíveis para fazer negra a vida de uma mulher com quem ou para quem se trabalha. O elevado nível de inteligência emocional das mulheres pode, aliás, tornar-se um entrave no local de trabalho. Há, inclusive, quem seja exemplar na leitura dos outros, detectando habilmente os seus pontos fracos e chegando, em última instância, a jogar ao ataque. Lembro-me, a propósito, de uma antiga colega, cuja avidez competitiva a levava a enaltecer os seus filhos em detrimento dos meus, gabando-lhes a inteligência e a sagacidade.O empenho e a exigência são outros aspectos a ter em conta. As mulheres com elevado grau de exigência pessoal são igualmente exigentes com os outros - em especial se os “outros� forem mulheres. A família é disso exemplo, basta lembrar que a maioria das mães é mais austera com as filhas. Acresce que grande parte das mulheres é particularmente sensível, pelo que o pior que podem apanhar pela frente é um chefe indeciso ou inseguro.Assim, para minha angústia, vejo-me obrigada a concordar com a leitora de Hong Kong. Posso, todavia, enunciar três aspectos que atenuam a minha triste conclusão. Primeiro, a dimensão da amostra. Ainda há umas quantas mulheres gestoras que fazem das generalizações estatísticas fontes altamente duvidosas. Segundo, embora acredite piamente em todos os tópicos negativos que escrevi, também respeito os aspectos positivos mencionados no início desta crónica.Por último, se me abstiver de quaisquer estereótipos e reflectir sobre como me relaciono com os colegas de trabalho, facilmente concluo que gosto de trabalhar com pessoas de ambos os sexos, sendo que mais com uns do que com outros.

Lucy Kellaway

Autoridade do Estado

A recente contestação dos militares veio colocar uma vez mais a autoridade do Estado em causa. Não é a primeira vez – infelizmente – que assistimos a degradação e afectação da autoridade do Estado; assistimos quase semanalmente quando vemos órgãos do Estado vergados aos grupos de pressão, quando vemos forças policiais impedidas de entrar em determinados bairros do país ou quando vemos entidades estruturantes do Estado de Direito a desrespeitar (grosseiramente) as leis nacionais.Mas afinal, no meio de tanto ruído e pouco esclarecimento, o que se passa nesta questão dos militares?A questão é simples: quer a Constituição, quer a Lei de Defesa Nacional – existindo outros diplomas também relevantes –embora prevejam o direito de expressão, reunião e manifestação, impõem restrições, uma vez que exigem que os militares: a) sejam apartidários; b) não tenham intervenção política, partidária ou sindical; c) observem uma conduta conforme a ética militar e respeitem a coesão e a disciplina das Forças Armadas. Dito de uma forma mais clara: os militares, desde que estejam desarmados e trajem civilmente sem ostentação de qualquer símbolo nacional ou das forças armadas, têm o direito de participar em qualquer manifestação legalmente convocada que não tenha natureza político-partidária ou sindical, desde que não sejam postas em risco a coesão e a disciplina das Forças Armadas.E isto por uma razão simples: as forças armadas são o garante da soberania e da unidade do Estado, regidas por princípios da hierarquia e de disciplina, uma vez que estamos perante uma relação de carácter essencialmente autoritária e unilateral. Por este motivo a prestação de serviço militar interfere na esfera da liberdade pessoal dos cidadãos que, neste sector, exercem a sua actividade profissional.Como é fácil de ver, as manifestações dos militares possuem clara natureza sindical, i.e., foram marcadas para defesa e promoção dos seus interesses socio-profissionais, sendo, consequentemente, ilegais.Pode então dizer-se que o Governo agiu juridicamente sem mácula e com coragem política. Perguntará o leitor: então não se discute se as reivindicações –oposição às alterações, aliás já promulgadas pelo Presidente da República, da idade da reforma, contagem do tempo de serviço e assistência médica – são justas ou não? A resposta é e será sempre a mesma, independentemente de terem ou não razão quanto aos pontos que reclamam. As fontes aplicáveis são claras e num Estado de Direito as leis são para cumprir.Os militares terão que optar por outras formas de reivindicação – para fazer valer os seus pontos de vista, pois também não podem viver amordaçados ou abdicar do contraditório, elemento indispensável para o progresso –, uma vez que os meios escolhidos se encontram à margem da lei.Só que este caso é apenas uma pequena aparência do problema; o problema está na efectiva e ampla degradação da autoridade do Estado. Um Estado que prefere patologicamente negociar em vez de impor é um Estado que não se dá ao respeito e quem não se dá ao respeito nunca é respeitado. Sou um acérrimo defensor do debate, do acordo, em suma do método da concertação, que tantas e tantas vezes leva a melhores e mais equilibradas soluções que com a adesão de todos se tornam mais eficazes, mas há valores e princípios que não se negoceiam. Não podemos confundir autoridade com autoritarismo.Quando aceitamos negociar valores e princípios estruturantes do Estado, afectamos as bases desse mesmo Estado. E esses valores não podem ir mudando conforme sejamos Governo ou oposição; têm de fazer parte do núcleo constante do exercício do poder e da acção política.Esse é o problema: o PS - talvez mais rigorosamente algum PS - quando estava na oposição, muitas vezes preferiu a demagogia e o populismo de massas, esquecendo que os ciclos do poder podem fazer com que a bomba lhes rebente nas mãos.Exactamente por isso é de uma total irresponsabilidade os comentários daqueles pequenos partidos de esquerda em prole da manifestação, não percebendo o que está em causa. Em matérias como esta, em que está em causa a autoridade do Estado, não pode haver querelas partidárias. É Portugal que está em jogo.É em nome dessa autoridade que espero sinceramente que as sanções legalmente previstas para os militares incumpridores sejam efectivamente aplicadas, pois perdoar ou transigir agora é o maior sinal de fraqueza que o Estado poderia dar.E isso seria um erro que nos deixaria reféns do futuro.

Luís Gonçalves da Silva

Contra o racionalismo

Martim Avillez Figueiredo

Manuel Maria Carrilho não merece conquistar um lugar na Câmara Municipal de Lisboa. Não é nada contra o filósofo e homem de muitas leituras. É contra o político, esse que, quase 16 anos volvidos sobre a queda do império racionalista, insiste na tese do pensamento único e do autoritarismo intelectual.Não vale sequer a pena lembrar o debate na SIC Notícias onde o político Carrilho mostrou ao país toda a sua arrogância. O que importa é recordar todos os perigos do racionalismo como forma de pensamento e modo de estar na sociedade.Para um racionalista, por exemplo, o passado pouco importa. O princípio que subscreve é o de aplicar uma tábua rasa sobre tudo o que conhece. E se o passado é irrelevante, a acumulação de experiências de nada vale para um racionalista quando confrontada com a sua mente brilhante – porque é disso que se trata: qualquer racionalista partilha a convicção de que as ideias que defende são as únicas que merecem ser aplicadas.E a história está recheada de exemplos de homens que, com poder nas mãos, alteraram tudo para que tudo se adequasse à sua forma de pensar. Numa frase, um racionalista classifica com zero valores o que o rodeia mas avalia com um 20 todas as soluções que encontra para os problemas.E comparar algumas figuras históricas do racionalismo com o político Carrilho seria injusto para a própria história – porque ao contrário do político Carrilho, essas figuras não assistiram à barbárie a que um mundo de soluções perfeitas conduz. Carrilho, o político, viu e, pelos vistos, insiste.Um exemplo? Carrilho foi o primeiro a chegar a esta campanha autárquica em Lisboa e, dos cinco candidatos, o único a não apresentar programa. Para um racionalista, é normal. Afinal, ele não precisa de antecipar a sua forma de decidir, já que só a ele importam as decisões que toma. Como a videovigilância em zonas perigosas – ideia que podia bem vir da cabeça de um neoconservador mais radical (já que também esses nasceram no seio do racionalismo).Podia também sublinhar-se a irresponsabilidade de dizer que, com ele, o túnel do Marquês não avançava um milímetro mais, mas basta perceber-lhe os tiques de absolutismo moral para entender que são homens assim que tornam a política perigosa.O voto para a Câmara de Lisboa, por isso mesmo, deveria fazer-se, em primeiro lugar, contra esta ideia de que uma cabeça pensa melhor do que o conjunto de todas as outras. E são várias as alternativas nestas eleições para quem acredita numa sociedade de livre interacção de ideias, um governo limitado, um mercado livre e uma dinâmica de mudança sem revolução.

Joaquim Pina Moura, o gestor político


A aproximação do actual presidente da Iberdrola Portugal, Joaquim Pina Moura, à segunda eléctrica espanhola remonta ao período em que tutelou a área da energia, durante o Governo de António Guterres. Foi nessa época que a Iberdrola entrou no capital da EDP e, mais tarde, na Galpenergia, em paralelo com os italianos da Eni, operação que chegou a ser alvo de um inquérito parlamentar.Apesar das fortes críticas que tem recebido da oposição por, enquanto deputado socialista e ex-ministro, procurar negociar com o actual Executivo, um reforço da Iberdrola no mercado nacional, Joaquim Pina Moura não recua.A Iberdrola foi um dos concorrentes que mais pressionou o Governo para anular o concurso para construção de novas centrais a gás natural, no qual recebeu metade da capacidade instalada solicitada.Está igualmente posicionada na corrida ao concurso para licenças eólicas, em parceria com a sua congénere espanhola Gamesa. Esta é, aliás, uma das áreas onde tem apostado forte no mercado nacional.Mas a grande ambição da Iberdrola, depois de ter fracassado a parceria com a EDP, onde ainda detém 5%, centra-se na Galpenergia.Joaquim Pina Moura quer que a Iberdrola seja parte activa no processo de reorganização empresarial que o Governo está a preparar há seis meses. Para tal, tem estabelecido contactos com diversos interessados na empresa, visando uma saída da Eni.

Santana Lopes pediu a reforma no dia em que cessou funções na Câmara de Lisboa.

Vai surgir um concurso, para premiar aquele que souber quantos dias é que Santana Lopes passou efectivamente na Assembleia da Republica!

"Mas mesmo como deputado não deverá escapar à nova lei que determina limitação às acumulações de vencimentos. O diploma que foi recentemente aprovado na Assembleia da República prevê que, a partir de 1 de Janeiro de 2006, os titulares de cargos políticos que estejam reformados passem a optar pela totalidade da sua remuneração mais um terço da pensão, ou pelo terço do salário mais o valor total da pensão. É, aliás, a único artigo da nova lei a que não se aplica um regime transitório. Assim sendo, mesmo ao pedir para já a reforma, o ex-autarca não foge a esta regra: quando Santana Lopes levantar a suspensão das suas funções como deputado, terá que optar - tal como todos os deputados que foram eleitos para a Assembleia da República em Fevereiro passado - pelo terço da reforma que já aufere ou então pelo terço da remuneração enquanto deputado."

António Vitorino -2

Escritório de Lamego, Costa e Vitorino conseguiu indemnização para um cliente que tinha sido recusada por Cavaco Silva !
Vitalino não responde,
Vitorino diz que não é nada com ele e Junqueiro engana-se...

António Vitorino -1

Desde que este Senhor, atravéz da sua empresa, ganhou o negocio da Galp, desapareceu da RTP-1, onde todos se recordam tinha um comentário - que servia de cotraponto a MRS - á segunda-feira. Da RPT - televisão publica não ouvimos um unico comentário ! Dele então nem vale a pena...

22/09/2005

o Poder -2

Do anarquista russo Mikhail Bakunin (1817-1876):

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana."

O Poder -1

"E, lembre-se, quando se tem uma concentração de poder em poucas mãos, freqüentemente homens com mentalidade de gangsters detêm o controle. A história provou isso. Todo o poder corrompe: o poder absoluto corrompe absolutamente."
Lord Acton, em carta ao Bispo M.Creighton, 1887

MONTECRISTO EDMUNDO

O meu vicio ...

No livro “O Conde de Monte-Cristo�, da autoria de Alexandre Dumas, o protagonista é Edmundo Dantes. Este nome – Edmundo – foi escolhido como nome comercial deste novo charuto cubano, da marca Montecristo, fundada em 1935.
Um formato muito do agrado dos novos fumadores, um cañonazo, um robusto mais encorpado, com Ring 52 e 13,5 cm de comprimento, que dá para 1 hora de prazer.
Totalmente enrolado à mão, possui um excelente tiro e fortaleza média-forte, mantendo a tradição do sabor do fumo Montecristo, da madeira e das especiarias, e um picante sempre em crescendo. A capa é madura e bastante lisa.
Comprimento – 5 ½� - 135mm
Diâmetro – Ring 52 - 20,64mm
Preço: 212.50 EUR Cx 25
Disponível também em:
Caixa de 3 – 25.50€

Carros ingleses com caixas pretas para reduzir sinistralidade

À semelhança do que acontece nos aviões, o governo britânico estuda a possibilidade de equipar os veículos automóveis com caixas pretas. O objectivo é registar informações e ajudar nas investigações de acidentes para adoptar medidas que os possam evitar. De acordo com o jornal britânico The Daily Telegraph a iniciativa faz parte de um esforço do governo para, até 2010, reduzir em 40 por cento o número de vítimas dos acidentes de trânsito. O mesmo artigo anuncia que, para incentivar a aquisição destes dispositivos, as autoridades ponderam a hipótese de proporcionar regalias fiscais, como redução de impostos e descontos em taxas de seguro, aos compradores. Recorde-se que estamos a falar de um dos países mais seguros do mundo em termos de circulação rodoviária, onde os níveis de sinistralidade são bastante inferiores ao que acontece, por exemplo, em Portugal.

18/09/2005

Irán amenaza con “radicalizarse� si el problema nuclear es elevado al Consejo de Seguridad

“Si tratan este asunto de un modo político y no técnico, el clima se va a radicalizar�. Irán ha subido el tono de sus críticas y ha amenazado con un aumento de las tensiones si el Consejo de Seguridad de la ONU decide intervenir –con posibles sanciones– en el conflicto en torno a su programa nuclear, tal como lo ha pedido EE UU. El presidente iraní, presente en la Asamblea de Naciones Unidas, ha culpado a Washington de la crisis.

Multa de 6.000 euros por apalear a un burro

É como em Portugal !
"Multa de 6.000 euros por apalear a un burro hasta la muerte
La Consejería de Medio Ambiente de la Xunta de Galicia, a través de la Dirección General de Conservación de la Naturaleza, ha impuesto una multa de 6.000 euros a una vecina de Neda (A Coruña) por cometer una infracción administrativa muy grave al maltratar de forma cruel e injustificada a un burro de su propiedad. "

Muere el copiloto británico Michael Park en el rally de Gran Bretaña

" La dirección del rally de Gran Bretaña ha suspendido definitivamente las pruebas tras la muerte hoy del británico Michael Park, copiloto del estonio Markko Martin, como consecuencia de un accidente en la última jornada de rally.
Park, de 39 años, acompañaba al estonio Marrko Martin, quien no resultó herido en el accidente ocurrido durante el rally del Sur de Gales. Al parecer, el vehículo de Martin se estrelló contra un árbol. El copiloto británico tenía una larga experiencia detrás y había trabajado con los ex campeones Richard Burns y Colin McRae."

Aumenta un 25% la superficie quemada por incendios forestalesDesde enero hasta el pasado 11 de septiembre, han ardido 153.285 hectáreas EFE

Em Espanha, também anda mal, mas não tanto !

"DATOS RESPECTO AL MISMO PERIODO DE 2004
Un pinar alcarreño arde pasto de las llamas.

MADRID.- Los últimos datos de Medio Ambiente sobre la superficie quemada en lo que llevamos de año es alarmante. Exactamente, 153.285 hectáreas de superficie forestal han sido devastadas por el fuego, lo que supone un aumento del 26,5% respecto al mismo periodo de 2004. El más trágico fue el ocurrido en Guadalajara, donde murieron 11 trabajadores de la extinción de incendios.
La superficie quemada este año supera los registros de los últimos 10 años, excepto los del año 2000, un ejercicio en el que ardieron -durante el mismo periodo- más de 161.647 hectáreas forestales.
Aunque las hectáreas arrasadas por el fuego fueron aquel año superiores a las del actual, el número de fuegos, tanto de conatos (aquellos en los que arde menos de una hectárea) como de incendios fue muy inferior.
Durante el presente año se han registrado 15.111 conatos, unos 4.000 más que los que de media se produjeron durante los últimos 10 años, y el número de incendios supera ya los 8.000, unos 1.500 más que la media del último decenio.
Los datos, que recopilan información hasta el 11 de septiembre, reflejan que la superficie arbolada que se ha perdido en los incendios de este año se eleva a 66.054 hectáreas. El fuego ha arrasado además 82.269 hectáreas de superficie de matorral y monte abierto, y la superficie de pastos y dehesas afectada se eleva a 4.601 hectáreas.
Los datos reflejan que la superficie arbolada arrasada por el fuego (66.054 hectáreas) este año es la más alta de los últimos 10 y duplica la media del decenio (31.097 hectáreas).
El mayor número de siniestros (63,24%) se ha producido en el noroeste peninsular (en las comunidades de Galicia, Asturias, Cantabria y País Vasco, y en las provincias de León y Zamora).
En el Mediterráneo (que incluye todas las comunidades costeras con este mar) se ha registrado el 12,69% de los incendios y en las comunidades interiores se han producido el 23,57% de los siniestros, aunque entre estos figura el de Guadalajara con el trágico balance de 11 personas fallecidas.
Por superficie arbolada, las comunidades más afectadas han sido también las del noroeste peninsular, donde se localizan el 42,60% de las hectáreas quemadas; en las comunidades interiores el 40,72%; en las del Mediterráneo el 12,94%, y en Canarias el 3,74%."

Extrema-direita acusa Governo de ceder ao "lobby gay"

Porque será ? Tem algo a ver com o que se constou antes das eleições, para a assembleia da republica, sobre um candidato.... e que eu, e todos os que quisemos, li na imprensa brasileira, sobre ele, e depois "foi abafado" ?
Esse lobby já existe há muitos anos, pois não é por acaso que estão regularmente em lugares publicos, e nas grandes empresas, em que os lugares da confiança são destinados a membros desse grupo.

"O Partido Nacional Renovador (PNR) acusou ontem o Governo de estar a "abafar" os nomes envolvidos no escândalo da Casa Pia, cedendo ao "lobby gay". Segundo o presidente do partido, José Pinto Coelho, "está a crescer em Portugal um lobby homossexual organizado com uma agenda política concreta". A acusação foi feita durante uma manifestação "contra a adopção de crianças por casais homossexuais, contra a pedofilia e contra o lobby gay", que reuniu cerca de 200 pessoas no alto do Parque Eduardo VII, em Lisboa..."

Tecnologia entra em campo 'com ajuda' da arbitragem

Os "golos fantasma" (a par da lei do fora-de-jogo) são uma das questões mais polémicas no universo do futebol. Discussões sobre se bola ultrapassou ou não a linha de golo são recorrentes e a contestação dos prejudicados levou mesmo a FIFA, organismo que tutela o futebol mundial, a "pensar" na "bola inteligente", para ajudar os árbitros a avaliar situações duvidosas.Joseph Blatter, presidente da FIFA, anunciou que a experiência vai ocorrer no Mundial de sub-17, que começou ontem no Peru, e em caso de ser bem sucedida a tecnologia será aplicada no Mundial 2006 "Vamos definitivamente usar a tecnologia na Alemanha, se a experiência funcionar no Peru. A tecnologia também será usada nas linhas laterais para mostrar se a bola saiu de campo."Com o recurso à tecnologia que permite averiguar se o esférico passa ou não totalmente a linha de golo, este organismo procura acabar com as polémicas decisões das equipas de arbitragem que beneficiam uns e castigam outros. Ainda no fim-de-semana passado, tanto em Portugal (Boavista-Paços de Ferreira) como em Espanha (Real Madrid-Celta de Vigo), os encontros foram decididos por lances em que essa questão foi suscitada.Na época passada, os adeptos encarnados "crucificaram" o árbitro Olegário Benquerença depois de este não ter validado um "pesudo-golo" a Petit. O caso tomou proporções escandalosas porque o Benfica perdeu frente ao FC Porto (1-0) e ainda hoje se discute o lance. Proliferaram, então, algumas demonstrações científicas, e outras rudimentares, que validavam o golo ou davam razão a Benquerença, mas não houve consenso.A FIFA está, assim, determinada em dar um ajuda tecnológica aos "humanos donos do apito". A inovação tecnológica, será usada em todos os jogos do Mundial de Sub-17, à excepção daqueles que forem disputados na cidade de Iquitos, já que o estádio não foi preparado com a devida antecedência. A experiência será posteriormente avaliada numa reunião em Outubro, em Zurique, e se for considerada viável, o uso da tecnologia será votado na próxima reunião anual do International Board, antes ainda do Mundial da Alemanha. A FIFA procura, desta forma, minimizar os erros da arbitragem, que no último mundial na Coreia /Japão, deram muito que falar. A Adidas, a responsável pelo fabrico das bolas do Mundial, desenvolveu um sistema de "bola inteligente" em que chips electrónicos introduzidos nas bolas enviam um sinal a uma braçadeira ou ponto electrónico usado pelo árbitro quando esta cruzar a linha de baliza e as linhas laterais. Mas, como afirmou Urs Linsi, secretário geral da FIFA, "o árbitro está no comando, ele é o chefe no relvado e isso não vai mudar. A bola será apenas uma ajuda".

EUA acusados de planear uma invasão da Venezuela

Ou o homem passou-se... ou isto é muito grave !

Hugo Chávez diz ter provas da existência do 'plano Balboa' e prepara resposta

O Presidente venezuelano acusou os EUA de terem preparado um plano para invadir o seu país. Numa entrevista ao programa Nightline, da cadeia de televisão norte-americana ABC, Hugo Chávez mostrou-se disponível para apresentar provas da existência do "plano Balboa", não querendo contudo revelar a origem da informação. A acusação surge um dia após o seu polémico discurso nas Nações Unidas, em Nova Iorque, no qual disse que a sede da organização devia abandonar os EUA - país que mais tarde apelidou de "terrorista".

Paulo Morais lança novas acusações.

Se isto é verdade....
O vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, considera "estranha" a "dependência" da construção civil por parte da autarquia de Viana do Castelo, que diz representar mais de 60 por cento do orçamento camarário.

(Ao fim e ao cabo) A Confiança

Vicente Jorge Silva

Como a escolha entre o desgastado Schroeder e a frágil sra. Merkel é tudo menos entusiasmante, há o risco de não sair uma maioria de governo das eleições alemães (a não ser que a CDU e o SPD reconsiderem a recusa de uma "grande coligação"). Ora, uma crise política na Alemanha implica o agravamento da situação económica e social interna e do estado comatoso da União Europeia, para não falar dos efeitos corrosivos que terá em França, onde as divisões e rivalidades no seio das grandes famílias políticas nunca foram tão agrestes como hoje. Dividida está, aliás, a direita alemã por causa do imposto único preconizado pelo putativo ministro das Finanças da sra. Merkel, Paul Kirchhof, que se tornou o involuntário protagonista das polémicas eleitorais. Eis um sintoma do afunilamento caricatural do debate político não só alemão como europeu, quando estão em jogo questões tão decisivas e estruturais como o modelo económico e o estado social dos último meio século. Vê-se a árvore, mas evita-se ver a floresta. O clima de incerteza ameaça por isso perdurar, mesmo que o bloco conservador acabe por conquistar a maioria na Alemanha. Entretanto, vai-se generalizando e aprofundando a crise de confiança dos cidadãos nas instituições democráticas. Um recente estudo mundial da Gallup para a BBC revela que uma grande maioria dos inquiridos não considera ser governada pela vontade popular. Ora, é sobretudo dessa crise de confiança que também padecemos em Portugal, enquanto se corre o risco de transformar as eleições presidenciais numa tábua de salvação entregue a homens providenciais. Usa-se e abusa-se da infantilização do eleitorado, como parece ser o segredo da estratégia do "tabu" de Cavaco Silva - que porventura ainda acabaremos por ver anunciar a sua candidatura a 24 horas do início da campanha para que o efeito da aparição se torne ainda mais miraculoso.

Não basta ser. É preciso parecer!

helena sacadura cabral

Acompanhar os acontecimentos da vida política brasileira dá algumas vertigens, mas tem a vantagem de ajudar a perceber melhor aquela terra e a compreender, também, alguns episódios da nossa. Devo confessar que sou fã de Diogo Mainardi, colunista da revista Veja e colaborador do programa televisivo Manhattan Connection, que, entre nós, é exibido pelo GNT, na madrugada das segundas-feiras. O humor cáustico deste jornalista é imbatível na análise da sociedade carioca e, em particular, na actuação de Luís Inácio da Silva, o metalúrgico que chegou a Presidente da República. A sua palavra é temida e respeitada pela frontalidade com que a usa e a independência com que aborda os temas de que se ocupa. As linhas que se seguem foram buscar informação aos seus escritos. Não há grandes dúvidas que os mais desfavorecidos e a esquerda intelectual depositaram em Lula da Silva todas as suas esperanças. Este, por seu lado, soube rodear-se de uma equipa económica responsável, que prosseguiu e melhorou o caminho que Fernando Henrique Cardoso havia iniciado.Assim, apesar de politicamente arrasado, o país consegue, na área económica e financeira, atravessar um período de crescimento e solidez. Só que, como várias vezes tenho referido nesta coluna, a economia submete-se mais à política do que o contrário, e esta, pesem embora toda as ilusões que atrás referi, dificilmente irá, nos tempos mais próximos, recuperar a moral agora perdida.De facto, o Partido dos Trabalhadores, o PT, como é conhecido, prometeu basear toda a sua actuação na transparência e na ética, defendendo que a res publica tinha de ser respeitada, numa clara alusão crítica ao modo como os outros partidos se comportavam.Ora depois do escândalo do mensalão, do qual Lula tenta, por todos os meios ao seu alcance, livrar-se, o mundo acaba de conhecer uma nova saga, agora familiar, igualmente deplorável, sobretudo por parte de quem tinha a pretensão de dar o exemplo!De facto, já eram conhecidas algumas extravagâncias da primeira dama, cujos gastos a imprensa não se cansava de criticar. Neste momento é a vez de serem publicitadas as proezas dos seus cinco filhos. O mais novo, Luís Cláudio, não se livra de ser recordado por ter utilizado um avião das Forças Aéreas Brasileiras, as FAB, para levar um grupo de amigos até ao Palácio da Alvorada, com tudo pago, mas não por ele...O irmão mais velho, Marcos Cláudio, que integrava o departamento de marketing do Sindicato dos Metalúrgicos, é casado com Carla Ariane, que recebia uma avença da prefeitura petista de Mauá, neste momento objecto de acusação de desvio de dinheiro.Um outro filho, Sandro Luís, recebia do PT um salário de 1522 reais para não comparecer no emprego, importância, aliás, aproximada da que recebia Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do Partido, para não comparecer como professor em Goiás.Outro dos rebentos, Fábio Luís, associou-se à Telemar, empresa que foi posteriormente acusada de favorecimento político. Perante tal libelo, Lula limitou-se a declarar que "não tinha de se meter nos negócios do filho". Esquecendo, claro, que essas operações envolviam o erário público.Por outro lado, Jacó Bittar - pai dos dois sócios de Fábio Luís -, era conselheiro da empresa Petros, por sua vez sócia da Telemar. O que poderá configurar, na prática, que Bittar terá comprado a firma dos seus filhos e do filho do Presidente, com dinheiro dos contribuintes.Lula parece, afinal, não se distinguir dos restantes políticos - quando se sentem acossados -, ao qualificar de "baixaria" as reportagens feitas sobre os filhos, numa clara demonstração de que não distingue o que é certo do que é errado. E não percebe que quem exerce um cargo como o seu não pode considerar-se um cidadão qualquer. Nem, tão-pouco, a sua família. Por outras palavras, a vida privada da figura que encarna o país é praticamente inexistente. Quem o não entender fará melhor em não trilhar tal caminho, que limita não só a vida dos próprios como a daqueles que lhe estão próximos, por mais injusto que isso seja. Em política, hoje, como no tempo de César, não basta "ser". É, também, preciso "parecer".

aumento da idade da reforma na função pública

O DN online, na pagina principal, tem uma sondagem que faz esta pergunta:
"Concorda com o aumento da idade da reforma na função pública?
Sim
Não "
E qual é o interesse disto ? É que depois publicam os resultados a demonstrar que os portugueses não concordam com o aumento, e porquê ? porque os funcionários publicos passaram palavra uns aos outros e estão a votar em massa no não !
Mexam-se e votem, mas em consciência !!!

A Justiça - Uma situação pré-insurreccional

Na semana passada, um dirigente sindical da PSP disse coisas inimagináveis sobre um ex e o actual primeiro-ministro. Porque isto acontece ? Porque a justiça em Portugal deixou de funcionar, por interesse proprio e não sei mais o quê....

José Sócrates (Empregos para os amigos )

José Sócrates preocupa-se em colocar os amigos. Fica-lhe bem esses sentimentos ! Só tem um senão. É no aparelho do Estado que ele os coloca e não numa empresa privada (sua) !
Hoje, em Portugal, o que está a resultar é ser amigo do primeiro-ministro, porque tal significa um emprego ou uma nomeação, como diz Marques Mendes e com razão. Só que Marques Mendes não tem moral para falar disso pois foi um dos que mais empregos arranjou para os amigos quando era governante. Mas vamos então ás ultimas nomeações dos amigos do José Sócrates :
- Guilherme d'Oliveira Martins para presidente do Tribunal de Contas.
- Armando Vara, Fernando Gomes e Murteira Nabo para administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da GALP, respectivamente.
- António Vitorino para representante do Estado nas negociações entre a GALP e a empresa italiana ENI.
- A ex-assessora do primeiro-ministro Maria Rui como conselheira em Bruxelas.

Eu continuamnete venho-me referindo que este presidente da republica (pois além de militante socialista, nunca deixou de apoiar implicitamente ou explicitamente as medidas de António Guterres - que deixou o país como todos sabem - e agora as de José Sócrates) que temos é um dos piores que alguma vez passaram pela presidencia. E se duvidas houvesse , neste caso é mais uma, pois todos sabem que para que estes casos sucedam o presidente tem que autorizar !

17/09/2005

DEIXE UM TESTEMUNHO PARA AS GERAÇÕES DO FUTURO

Para mais informações contacte :
Programme KEO, 15 rue de l´ Ecole de Médecine, 75006 Paris – France
Tel. : 33 (0)1 44 32 19 00 – Fax : 33 (0)1 40 46 05 07
www.keo.org - eko@keo.org
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Contacto em Portugal:
Célio Gonçalo Marques – celiomarques@mail.pt
DEIXE UM TESTEMUNHO PARA
AS GERAÇÕES DO FUTURO
KEO FOI ESCOLHIDO PELA UNESCO COMO O "PROJECTO DO SÉCULO XXI"
O KEO convida todas as pessoas a participarem neste projecto. A participação é gratuita.
O KEO não tem fins religiosos, comerciais ou políticos.
KEO é um satélite que será lançado no espaço no final de 2007/08 Voltará à Terra dentro de
50.000 anos. Levará consigo as mensagens que escrevermos para os nossos futuros
descendentes: cada pessoa na Terra é convi dada a enviar a sua mensagem (limite de 4
páginas ou 6.000 caracteres). Todas as mensagens serão embarcadas a bordo do
satélite, sem qualquer forma de censura.
Este conjunto de mensagens constituirá uma dádiva arqueológica destinada aos nossos futuros des cendentes. As ditas mensagens serão tornadas anónimas e acessíveis a todas as pessoas após o lançamento do KEO no espaço, que se irá verificar no final de 2007/08. Este projecto permitirá percepcionar a humanidade sob uma nova luz, de forma a construirmos um mundo mais humano.
Cada um é convidado a participar, para enriquecer o projecto KEO com as suas alegrias, as suas esperanças, as suas revoltas, os seus sonhos, etc.. Pode enviar a sua mensagem
para: KEO, BP 100, 75262 Paris Cedex 06 - França (por favor indique a sua data de nascimento, sexo, nacionalidade e o país de onde está enviar a sua mensagem) ou melhor ainda, através da Internet em www.keo.org

A Netcabo e as suas prestações de serviços.

Como funciona a Netcabo é uma incognita, provavelmente até para os colaboradores dela.
Como prestam o serviço Wi-Fi, resolvi aderir a ele, até porque tenho o serviço TVCabo e Netcabo. Então, depois de me inscrever no dia 12/Set./05, no site da netcabo, o serviço responde em automático este texto: "Estimado(a) Cliente,O seu pedido de adesão ao serviço PT Wi-Fi foi efectuado com sucesso. No prazo de 72 horas úteis irá receber um novo e-mail com as indicações necessárias para configurar o seu serviço PT Wi-Fi. Estamos sempre ao seu dispor para qualquer esclarecimento adicional através de um simples reply a este e-mail ou através do nosso Serviço de Apoio ao Cliente NetCabo: 707 288 488 onde solicitamos que indique a referência atribuída neste e-mail.Com os melhores cumprimentos,Direcção de MarketingTV Cabo "
Como respeito o que me dizem, aguardei....até que no dia 17/Set./05 resolvo perguntar o que se passa. Nova resposta do serviço automático: igual a anterior. Finalmente resolvem responder informando que o sistema está activado desde o dia 13/Set./05 !?!?!?!? E a cereja no cimo do bolo! a opção que eu escolhi e está descrita no email da netcabo, que me retornaram, não é aquela - que o operador com quem falei - que escolhi mas sim outra !!!!!!!!!! Finalmente demoraram oito minutos de uma vez e sete de outra a atender-me .... (a primeira era engano de local , enganei-me na opção ?!?!?!) da segunda vez o operador depois disto tufo fez-me estar ao telefone 37 minutos !!!! Como sabem, agora estas chamadas são cobradas !!!!

15/09/2005

Portugal, que presente?

já quase um lugar comum as pessoas queixarem-se do estado em que nos colocaram e de serem cada vez menos e mais ténues as hipóteses de melhorarmos. Convirá, contudo, saber, de que é que se fala quando nos queixamos, e o que não queremos como solução.Com os centros de poder praticamente inexistentes, tanto económicos como políticos, e com o que nos resta de política doméstica disseminada por capelinhas, passou a não ser possível dar às pessoas sequer a tal noção de Estado. Deixou mesmo de ser de Estado que os políticos falam quando se queixam da falta do seu sentido. Mas o Estado é o que é, não o que interesses se esforçam que ele seja.Como diz Oliveira Martins, os portugueses, em consequência da sua descendência comum, têm uma única afinidade etnogénica que se foi sedimentando ao longo dos nossos quase 900 anos de vida. Qualquer que tenha sido a sua origem latinos, celtas, lusitanos, moçárabes. Esta nossa característica, sendo comum à totalidade da população, faz com que sejamos um corpo social homogéneo, independentemente das nossas origens. E este corpo social é comum ao seu espaço. Curiosamente este fenómeno é semelhante ao do País Basco, da Galiza e de Aragão, em Espanha; da Irlanda e Escócia, na Inglaterra; da Provença e da Bretanha, em França; e da Finlândia e das províncias bálticas, na Rússia. Estas individualidades étnicas apareçam no seio de nações politicamente unificadas há séculos, mas nelas permanecem com as suas identidade, religião e alma nacionais.Acontece existir um estranho mal a consumir-nos, ultimamente, bem espelhado na nossa imprensa diária. Deveremos ser o único país civilizado onde, com frequência, há quem faça a apologia do fim. Que defenda que será menor, e antimoderno, todo aquele que ousar achar que o fim não é inevitável e que considere vital continuar. Existe quem se esforce por acabar com uma coisa que, por definição, não tem fim.Os irlandeses dizem mal de Inglaterra, mas é por se acharem com direito a recuperar a tal independência. Os catalães dizem o que dizem de Espanha, mas por acharem que a Catalunha, e as Baleares, terão pouco ou nada a ver com o domínio castelhano. A Alemanha, num movimento natural de unificar o seu espaço tradicional, gastou o que tinha, o que não tinha e o que nos vem buscar aos bolsos com este seu projecto.Há dias, alguém achava que estariam esgotadas as nossas hipóteses como País soberano. E isto não só é dito com aquela certeza granítica dos limitados, como é logo passado um labéu de irrecuperáveis alienados aos que não vislumbrem nesta "evidência" a solução única para que se continue. Só que não dizem como, nem à custa de quê.Está na moda dizer mal de Portugal e achar que tudo e todos são melhores do que nós. Ora, o que me parece é que isso só pode ser a opinião de quem não deveria ter opinião, por muito incorrecto que isto possa parecer. Pode, e deve-se, achar o que muito bem se entenda para melhorar a condição da comunidade, incluindo dizendo mal e exagerando nas maleitas. Mas daí a achar que, para esses males, a solução é dar por terminada a função de Portugal e ousar admitir que a sua existência se coloca em termos de ter ou não viabilidade, vai a distância que separa o arrojo da traição, da estupidez, da incompetência.Soube-se há dias que a Associação de Livreiros se queixou do Estado achar irrelevante o risco de ir parar às mãos de multinacionais o mercado dos livros escolares por se prever que a fiscalização deixe de existir com a nova legislação. Este actual Estado baseou-se ainda num estudo espanhol para saber o que se passaria com as águas em Portugal, de que resultou o acordo de Albufeira, responsável por grande parte da seca que nos assola. Mas, irrelevantes, são os decisores. Não o País.No caso da TVI, pelo mesmo lado, que representa metade (50%) das nossas licenças de televisão privadas e o maior share de audiência nacional, passar para mãos espanholas é uma fraqueza inconcebível e imperdoável do Estado. Apesar de se tratarem de empresas cotadas na bolsa. Coisa que para os actuais decisores é totalmente indiferente, como foi indiferente com a Portugal Telecom, que se encontra igualmente cotada, não só na Euronext como em Nova Iorque, e teve que esperar seis meses para que uma miríade de autoridades acabasse por aprovar, afinal, por unanimidade e incondicionalmente, a alienação de alguns media. Exactamente no mesmo dia em que, em tempo recorde, era dada uma opção de licença de TV ao grupo Prisa, cujas ligações aos socialistas são conhecidas. Pelo que nada impede de presumir que um golpe mediático se repita em Portugal. Nessa altura não faltarão empresários em bicha indiana a correr para Belém clamando por aquilo a que chamam nacionalismo.O sentido de Estado de que muitos se queixam que não existe, começa logo pelo sentido que não faz aquilo que os donos do Estado julgam ser o seu sentido. Ou seja, o sentido que o actual poder dá às coisas do Estado, é confundir o serviço com a posse. Não fazer diferença entre o respeito pelos limites da legitimidade e a dignidade indispensável para o Estado ser Estado, é provocar que a regra seja, não haver regras. E se o Estado soçobrasse, seria por esta razão, não por outra.

Éjoão de mendia

O Brasil pós-crise será mais forte

Num domingo de manhã, em São Paulo, vagabundeei pela excelente Feira de Antiguidades que nesse dia da semana se realiza na Avenida Paulista, junto ao MASP. Detive-me um tempão numa das bancas, à espera que a vendedora me atendesse. Impaciente, afastei-me. Ela, notando a desistência, dirigiu-se-me então, naquele jeito coloquial tão brasileiro que desarma qualquer um «Então vai sumir?». «Mais um pouco e sumia com duas peças no bolso». Resposta pronta da senhora: «Não diga que é político, político é que rouba».No Brasil, a ideia do povo é associar político a ladrão, numa generalização abusiva, decerto, mas não isenta de saber popular. E, neste tempo de escândalo em torno de algumas práticas do PT e do governo do PT, não dá para explicar ao comum do cidadão brasileiro que nem todo o político é desonesto. O brasileiro comum esperava tudo do governo actual e do partido que é sua espinha dorsal que fosse uma espécie de santo milagreiro, Robin dos Bosques ou mesmo pudesse governar mal e não respeitar assim tanto promessas eleitorais. Mas nunca escândalo de corrupção ou de uso ilegal de fundos públicos.O eleitorado maioritário do PT e de Lula (as classes média, média baixa e pobre) votou a pensar na mudança. Não apenas em termos de satisfação das suas necessidades básicas, mas também na mudança de práticas e de ética governativas. «Eles podiam fazer tudo, menos isto», dizia-me um empregado de café. E, depois, réstia de esperança a alimentar o sonho de ontem «O Lula não sabe, não podia saber disto tudo».Notei, em quase todos os brasileiros com quem fui falando, um misto de raiva, tristeza, decepção e dor. E, no entanto...E, no entanto, algo de positivo me pareceu evidente nesta crise brasileira a pujança do país e os indícios de estabilidade da democracia. As comissões parlamentares de inquérito e a justiça funcionam, a imprensa vigia e noticia, a economia funciona. Apesar de todos os problemas políticos, o ruído da política não interferiu na normalidade da vida económica. Uma herança do bom trabalho do governo do Presidente anterior, Fernando Henrique Cardoso - que tão criticado e torpedeado fora pelo Partido dos Trabalhadores - e do realismo do Presidente Lula e dos seus colaboradores, ao não perturbarem com medidas insensatas e ideológicas o bom rumo da situação financeira e do investimento. Mesmo quando uma parte da oposição levantou a questão do possível «impeachment» do Presidente, os agentes económicos logo a forçaram a esquecer a hipótese, em nome da normalidade. A demonstração da capacidade das instituições em abordar e resolver a crise é factor interno e externo da maturidade da democracia brasileira, logo projecta para o futuro a solidez do Brasil, enquanto potência económica e política emergente - algo que os empresários e mesmo uma parte da oposição rapidamente entenderam.Por outro lado, eles perceberam também que mais útil é, às forças que se situam no campo oposto ao do actual poder, chegar às próximas eleições com um PT e um Presidente fragilizados, mas não humilhados. A menos que algo de muito grave se prove, em relação ao Presidente - e não é este o caso, por agora - Lula é um símbolo do Brasil pobre (o Brasil maioritário), o primeiro operário chegado ao poder, e derrubar esse símbolo poderia ter consequências verdadeiramente funestas para o país e a estabilidade social. E há ainda mais tendo-se provado alguma coisa e havendo indícios de muita outra, nada está definitivamente apurado. Como sempre, nestes casos mediatizados, tende-se a ver condenados onde há suspeitos, com os media a realizarem o papel, positivo, de denunciadores de erros, e, negativo, de criação de réus onde apenas há presumíveis culpados. Mas, e a crise tornou isso claro, a imprensa brasileira funciona com pujança, qualidade e total liberdade. Afinal, todo o Brasil terá aprendido algo com esta crise. Apesar do desencanto e das ideias feitas sobre os políticos, o povo brasileiro amadureceu, em relação às políticas e aos políticos. E estes terão entendido que a democracia amadureceu também e tornou os cidadãos e as instituições mais vigilantes. O balanço final da crise só pode ser positivo.

por Njosé manuel barroso

"apetite voraz pelo controlo do Estado"

"Governo revela um "apetite voraz pelo controlo do Estado", acusa Marques Guedes, do PSD
Arrogância, falta de sentido de Estado, apropriação de empresas e órgãos independentes, confusão entre partido e Estado - as nomeações feitas pelo Executivo para órgãos estatais e instituições públicas conseguiram pôr ontem toda a oposição parlamentar a falar a uma voz. O motivo imediato foi a recente indicação do socialista Guilherme d'Oliveira Martins para a presidência do Tribunal de Contas (TC). Mas não só as intervenções de PSD, PCP, CDS e BE traduziram-se num verdadeiro "desfilar" de casos, da Caixa Geral de Depósitos à Galp, do deputado António Vitorino a uma ex-assessora do primeiro-ministro. Um dos ataques mais contundentes veio da bancada do PSD, pela voz do líder parlamentar, Marques Guedes, que acusou o Executivo socialista de estar a evidenciar um "apetite voraz para o controlo do Estado, saneando todos quantos encontra pela frente, para nos seus lugares colocar os que lhe são mais fiéis". Exemplo disso, disse o dirigente social-democrata, foi a nomeação de Oliveira Martins. Lembrando que ao TC cabe a fiscalização da actividade financeira do Governo, Marques Guedes defendeu que a escolha deste dirigente socialista "é uma machadada fatal na credibilidade das finanças públicas". Ressalvando que não está em causa a competência de Oliveira Martins, o líder parlamentar do PSD apontou as acusações para José Sócrates um primeiro-ministro que "perdeu a noção das coisas e se mostra deslumbrado pelo poder". Marques Guedes criticou também o líder do Executivo por se permitir "criar expressamente uma vaga na representação de Portugal em Bruxelas" para colocar uma colaboradora "que por razões pessoais queria deixar o País". Uma referência à ex-assessora de imprensa de Sócrates Maria Rui, contra- tada para o cargo de conse- lheira na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER). Na sequência desta intervenção foi a vez de o líder parlamentar do PCP lançar outro "caso" para o debate. Citando uma notícia avançada ontem pelo Jornal de Negócios, Bernardino Soares questionou a contratação do deputado socialista António Vitorino para representante do Estado nas negociações com a empresa italiana ENI, no âmbito do "processo de privatização" da Galp. Bernardino Soares anunciou que o PCP vai levar o caso à Comissão de Ética, dado que o estatuto dos deputados proíbe relações contratuais entre o Estado (ou entidades tuteladas pelo Governo) e deputados ou empresas em que estes detenham uma "participação relevante". Também o CDS acusou o Executivo de "ultrapassar todas as marcas" no que respeita a nomeações partidárias. Galp, Caixa Geral de Depósitos, �guas de Portugal, TAP, RTP e PT foram os casos apontadas por Pires de Lima, como exemplos de empresas de que o Governo se tenta "apropriar", em muitos casos substituindo administrações com "bons desempenhos" por "boys políticos". Criticando igualmente a nomeação de Oliveira Martins, Pires de Lima deixou uma pergunta "em Portugal vale tudo desde que se seja amigo de Sócrates?" A resposta às críticas foi dada pelo líder parlamentar socialista. Alberto Martins acusou Marques Guedes de "défice de cultura democrática", por defender que "alguém, por ser ou estar próximo de um partido, é incapaz de exercer funções públicas com imparcialidade".FORÇAS ARMADAS. "

A América

"O povo norte-americano vai-se dando conta de que o Estado está cada vez menos disponível para garantir o seu bem-estar e segurança. Quando os atingidos são, sobretudo, os pobre e negros, como aconteceu em Nova Orleães, essa indisponibilidade transforma-se em repugnante indiferença".

Boaventura Sousa Santos, "Visão", 15-09-2005