O que farei na vida – o Emigrado
Astral após que fantasiada guerra,
Quando este Oiro por fim cair por terra,
Que ainda é Oiro, embora esverdinhado?
(De que Revolta ou que paÃs fadado?)
– Pobre lisonja, a gaze que me encerra...
Imaginária e pertinaz, desferra
Que força mágica o meu pasmo aguado?
A escada é suspeita e é perigosa:
Alastra-se uma nódoa duvidosa
Pela alcatifa – os corrimões partidos...
– Tapam com rodilhas o meu norte,
– As formigas cobriram minha Sorte,
– Morreram-me meninos nos sentidos...
Paris – 21 Janeiro 1916.
29/01/2005
O FANTASMA -Mário de Sá-Carneiro
Colocado por Anónimo na sábado, janeiro 29, 2005
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