- Amor... Vamos lá pra casa?
- Não. Vamos ficar por aqui. Olha como o pôr-do-sol está maravilhoso!
- Vamos querida! Quero lhe mostrar minha coleção de borboletas...
- Não! Vamos ver o arrebol. Como é lindo!
- Ahhn!
- Você também acha?
- Lindo e gostoso eu diria.
- A tarde caindo, os últimos raios solares iluminando e colorindo as nuvens...
- E a gente traçando um arrebol.
- Você não sabe o que é um arrebol, não é?
- Que é isso? Sou um arrebolista de primeira!
- Ah, é? Então me diz que hora ele costuma surgir?
- AÃ depende da fome.
- Fome? Ninguém come arrebol, seu maluco!
- Não come na sua casa, na minha é todo santo dia.
- Decerto vocês também fazem piquenique debaixo do arco-Ãris?
- Meu pai fazia, mas depois perdeu a graça.
- Por quê?
- Assim que ele pegou o pote de ouro, desanimou.
- Você tá me gozando...
- Vamos lá em casa que eu mostro o pote.
- E o ouro?
- O anão toma conta.
- Que anão?
- O zangado!
- O zangado?
- Ele é melhor. Antes era o Soneca, mas ele dormia no serviço.
- Não vai me dizer que a Branca de Neve vive na sua casa?
- Vivia, mas casou e mudou-se com um prÃncipe beijoqueiro.
- E uma rainha má não aparece por lá de vez em quando não?
- Só pra vender maças, mas é preciso saber escolher, porque algumas entalam na garganta.
- E como é que faz pra desentalar?
- O Gigante vira a gente de cabeça pra baixo e sacode.
- Que gigante, caramba?
- É o seguinte, no quintal lá de casa tem um pé de feijão enorme, e aÃ...
- Já sei, lá em cima tem um gigante!
- Gente boa, mas ronca muito. A menininha fica assustada com o barulho.
- Que menininha?
- Que passa pra lá e pra cá todo dia com seu chapeuzinho vermelho.
- Humm, e por acaso não tem nenhum lobo rondando por lá não...
- Tinha, mas um caçador o matou na horinha em que iria comer a avó da menininha.
- Não brinca!
- Verdade. O couro do bicho ta lá em casa. Um belo tapete.
- E esse tapete fica no seu quanto, não?
- Não. Fica tapando o buraco no meio da sala.
- Que buraco, pelo amor de Deus!
- Olha... Eu mesmo não vi, mas meu pai, que nunca mentiu, assistiu tudo...
- Hum...
- Um coelho entrou no buraco e uma garota foi atrás. Parece que ainda estão lá.
- E essa garota não seria uma tal de Alice, por acaso?
- Você conhece a moça? Quem sabe você não dá uma ajuda?
- Como?
- Vamos até minha casa e você chama por ela.
- No buraco?
- É!
- Tá bom, e se ela não sair?
- Neste caso, a gente vai pro meu quarto ver a coleção de borboletas!
Moral da estória: Não são as mulheres que são difÃceis, a cantada é que precisa ser inserida no contexto
rui xisto
29/01/2005
"Uma boa cantada"
Colocado por Anónimo na sábado, janeiro 29, 2005
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