20/03/2008

Processo de Bolonha

"Tudo ainda não passou de mera “operação de cosmética”
O processo de aplicação de Bolonha nas universidades portuguesas poderá não passar da “mera operação de cosmética”, caso as universidades não alterem rapidamente os métodos de ensino nas salas de aula. O alerta, em tom urgente, é lançado pelo secretário executivo da Associação Portuguesa de Ensino Superior (APES), Miguel Copeto, para quem a maior parte das universidades reduziu apenas a duração dos cursos e deixou para segundas núpcias a pretendida mudança de paradigma no processo de ensino. “As formações foram encurtadas, mas o método de ensino – que no fundo era o que importava mudar – continua igual, também porque aos professores não foi dada qualquer formação”, acusa aquele responsável."
No caso de maiores de 23 anos é um processo, mas tipo kafkiano, pois o conteudo programático é o mesmo de dia e, o tempo de aulas é praticamente metade. Num processo de aprendizagem vocacionado para adultos - que trabalham, durante o dia - com metade das aulas e as condições proprias de quem trabalha durante o dia, a força de vontade de estudar - à noite - não é suficiente, pois todas as materias são dadas "a correr". Nas aulas, quem fixou no preciso instante, em que o professor falou, fixou, quem não teve oportunidade de o fazer, já não há volta a dar, pois o professor não volta a trás. Nem mesmo para quem chega atrasado ás aulas, pois as acessibilidades e as horas a que se consegue chegar, bem como as poucas vontades de muitos empresários em disponibilizar tempo para que os seus empregados estudem, são já de si poucas. Os meios de apoio são praticamente inexistentes.
Portanto é de louvar todos aqueles que contra :
A má vontade de patrões e Administradores de empresas, na disponibilização de tempo, e outras formas de apoio;
A acessibilidade de meios de transporte aos locais das faculdades;
Os professores que não tem capacidade pedagogica;
As propinas caras, então as privadas...;
A desorganização de algumas no que concerne aos cursos nocturnos, com trapalhadas de salas de aulas, falta de apoio ao aluno nocturno;
etc.
São heróis os que acreditaram que, esta alteração lhes traria possibilidades de adquirir conhecimento pessoal e profissional, e dariam uma melhor prestação de serviços ao País, por via das suas empresas, e outros meios da sociedade em que participassem. Mas os senhores feudais do Ministério da Educação, acolitados pelos reitores, das universidades publicas e privadas, não estão nisso interessados...basta ver a forma acintosa como alguns falam dos novos cursos...
Este país será sempre miserável, pois a miséria mental de alguns que ocupam lugares de poder é muita. Faz-me sempre lembrar a estória daquele ex-bastonário da Ordem dos Médicos, que afirmou em dado momento:
- Uma consulta por menos de 5 contos, em Portugal ? Nem pensar !

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