22/05/2008

Portugal quer mais cautela com refinaria em Badajoz

Será só isto ou uma refinadora á porta pode estragar o negócio á "nossa" Galp ?
 

Jornal de Notícias
Guadiana não deve ser afectado por refinaria espanhola
Cinco organismos portugueses e a empresa do Alqueva consideram que a avaliação do impacte ambiental da construção de uma refinaria em Badajoz, na bacia do Guadiana, deve ponderar os efeitos, para Portugal, de riscos de acidentes industriais, consumo de água, contaminação dos recursos hídricos, poluição do ar e de consequências, nas praias algarvias, de eventuais derrames de crude.
 
Em causa está a construção de uma refinaria a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal (Elvas), e as futuras operações de trasfega de crude no porto mediterrânico de Huelva, que vai ser ligado àquela instalação por um oleoduto atravessando a Andaluzia.
 
A Refinaria Balboa, um investimento de 2500 milhões de euros controlado em 47% pelo Grupo Alfonso Gallardo e apoiada por grupos financeiros e industriais e pelo governo autónomo extremenho, deverá processar 110 mil barris de petróleo por dia (mais de 5,7 milhões de toneladas por ano de crude e outras matérias primas).
 
Na primeira consulta pública, a Agência Portuguesa do Ambiente considera que o estudo de impacte ambiental omite aspectos relacionados com eventuais efeitos transfronteiriços da contaminação de solos e recursos hídricos pelos resíduos da refinaria, recomenda melhor avaliação da qualidade do ar e considera necessário verificar riscos de acidentes industriais.
 
O Instituto da Água e a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo preocupam-se com os impactes potenciais dos efluentes da refinaria (carreando compostos químicos) e notam que deve ser avaliado o efeito do consumo de quatro hectómetros cúbicos de água por ano na quantidade e na qualidade da água do Guadiana, que abastece 200 mil alentejanos e pode reforçar o fornecimento ao Algarve. Também não devem ser postos em causa o empreendimento do Alqueva nem os projectos agrícolas e turísticos da região.
 
O Turismo de Portugal e a Empresa de Desenvolvimento e Infra--estruturas do Alqueva querem mais estudos na água e no território português, especialmente quanto a impactes nas praias algarvias e no estuário do Guadiana em caso de derrame no terminal de combustíveis entre Huelva e Palos de la Frontera. 

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