17/10/2004

Parece mas não é!

A cena de sexo lambuzado de manteiga do filme "O Último Tango em Paris" parece boa demais para ser verdade - e é mesmo. O melhor sexo é aquele que acontece num quarto escuro na frente e centenas de pessoas. Mas o segundo melhor lugar para transar é no cinema. Na tela você pode assistir a gente bonita de doer transformando o simples ato de fazer encaixar pernas de tamanhos diferentes numa experiência incrivelmente erótica. Mas quão realistas são essas cenas? Pelo bem da pesquisa cientifica (e como desculpa para transar) eu tentei reproduzir algumas das cenas de sexo mais famosas de Hollywood. Será que a experiência foi Impacto Profundo ou Duro na Queda?


INSTINTO SELVAGEM No filme - Michael Douglas (metido numa camisetinha com gola V) da uns agarros na Sharon Stone enquanto sua amiga lésbica dança furi osamente. Michael e Sharon vão para a casa dela. Ele beija os peitos dela. Ela geme. Ele beija as partes dela. Ela tem um orgasmo. Ela rola por cima dele, desce para um oral legal, sobe de novo para um amasso e ele rola por cima dela para penetrá-la. Ele põe o dedo na boca dela. Ela geme. Ela estraçalha as costas dele com as unhas, rola por cima dele e da outro amasso. Ela pega um cachecol de seda debaixo do travesseiro e com ele amarra Michael a cabeceira da cama. Ela se inclina para trás, tem outro orgasmo e desmorona na cama. Eles se abraçam.

Na vida real - Como não conheço ninguém que se atreva a vestir uma camisetinha com gola V para ir a boate, tive que me contentar com meu ex. Dou uns amassos nele na boate. Vamos para a minha casa. Eu faço um café enquanto ele lê o caderno de esportes do jornal. Vamos para a cama e damos uns amassos. Ele para de repente e diz: "Você pintou as paredes desde a última vez em que vim aqui". Damos mais amassos. Rolo por cima dele e coloco suas mãos nos meus peitos. Não acontece nada. Eu sussurro: "Beije-os agora". Ele desce para pegar um copo d'água. Quando volta, estou conferindo minhas anotações. Digo a ele: "Agora vem o sexo oral". Ele beija minhas partes. Tosse. Eu desço para fazer um oral nele. Ele perde o controle. Meia hora mais tarde, tentamos de novo. Ele rola por cima e consegue me penetrar. No s dois rolamos. Ele põe o dedo na minha boca. Eu engasgo. Eu pego meu pijama velho debaixo do travesseiro. Amarro meu ex a cabeceira da cama com as mangas e me inclino para trás para tentar ter um orgasmo. Ele aperta os bicos dos meus peitos como se estivesse sintonizando um radio enquanto eu finjo que estou tendo um orgasmo e peço a Deus que me arrume um quebrador de gelo bem afiado.


O ÚLTIMO TANGO EM PARIS No filme - Ela entra no apartamento. Ele manda ela pegar a manteiga. Ela obedece, depois entra na sala, joga a manteiga nele e eles brigam. Ele a rrasta ela pelo chão, abaixa seu jeans, passa manteiga no traseiro dela e eles transam. Ele recita a passagem da Bíblia: "Igreja de bons cidadãos..." sem parar até que goza, e ela jura que jamais se atreveria a andar de bicicleta de novo.

Na vida real - Eu entro no apartamento do meu amante e encontro ele sentado no chão comendo sanduíches de queijo. "Vá pegar a manteiga", ele sussurra de um jeito sexy. Eu vou, ai entro na sala, jogo a manteiga nele e nós brigamos (de verdade, porque a manteiga bateu bem na cara dele). Eu espero que ele me arraste pelo chão. Ele começa a abrir meu jeans. Mal consigo respirar. Ajudo ele a abrir os botões e ele arranca o jeans. Dói. Ele passa manteiga no meu traseiro. É muito sexy - gordurosa e oleosa e escorregadia. Isso é bom, porque estou ficando nervosa só de pensar no que vem em seguida. Ele tira o short e tenta entrar por trás. Mas não! O dito cujo fica escorregando para fora por causa da manteiga. Ele ri, e bate seu instrumento p ara cima e para baixo, como um baterista enlouquecido. Eu me viro e lanço um olhar gelado. Ele se prepara de novo para penetrar, empurra o quadril para frente... e eu saio voando ate o outro canto da sala.
Desistimos e vamos para a cama para uma transada mais confortável - pela porta da frente.


AS TRAPALHADAS DE UM CONQUISTADOR No filme - Jeff Goldblum chega ao apartamento de Emma Thompson para uma transada a tarde. Eles dão uns amassos, tiram a roupa e vão para a cama. Ele engatinha por baixo do acolchoado, começa a fazer sexo oral nela e espirra. Ela joga o acolchoado pela janela. Eles transam na cama, rolam e caem sobre cereais, torrada e café, e acabam destruindo o quarto. Eles transam contra a parede e destroem quadros, quebram teclas do piano e quase acabam também com o closet, depois de transar dentro dele.

Na vida real - O amante chega ao meu apartamento para um pouco de sexo a tarde. Damos uns amassos e arrancamos nossas roupas. Ele vai para debaixo do acolchoado e da uma cuspida (ele leu minhas anotações errado). Eu impeço que ele jogue meu acolchoado super caro pela janela e, em vez disso, ele joga uns lencinhos. Ele me empurra para o chão. Dói. De maldade, eu esfrego umas torradas no cabelo dele. Ele me empurra contra a parede e deixa que uma moldura pesada se choque contra a minha cabeça. Jogo ele contra o armário e tento estrangulá-lo com uma meia-calca.
Ele espirra perfume nos meus olhos. Eu jogo as roupas dele pela janela. Ele berra. Nós terminamos nosso relacionamento.


NOVE E MEIA SEMANAS DE AMOR (cena da geladeira) No filme ; Recém saída do chuveiro e vestindo apenas uma camisola e meias, Kim Bassinger senta de olhos fechados em frente a geladeira enquanto Mickey Rourke lhe ali menta com tomatinhos, morangos, vinho, xarope contra tosse, macarrão, gelatina, leite, água Perrier e mel.

Na vida real - Esse é um ato sexual que requer um expert no assunto e, por isso, recrutei um cara dos Vigilantes do Peso. Durante o jantar ele parece entusiasmado com a idéia de recriar a cena. "Você achou muito excitante?", pergunto. "Não, mas aquela gelatina parecia linda." Mesmo assim, fomos para o apartame nto dele, onde eu tomei uma chuveirada. Eu pego emprestada um pijama dele (na verdade dois, que a mãe dele tinha costurado para fazer um), e me sento em frente da geladeira. Começa bem. De olhos fechados, eu experimento o adocicado da laranja, e então o picante da mostarda, creme de limão pinga sobre a minha língua, seguido de um pedaço lisinho de queijo cheddar. Mas depois de um tempo eu me sinto uma caixa de correio, sentada ali cega e de boca aberta. Que curioso! Abro um olho e vejo o rapaz mergulhando de cabeça num pote de sorvete. Quando estou indo embora, ele me segue, acenando com o pote de sorvete. "Volte! Só tem quatro por cen to de gordura!" Eu respondo: "Mas você, não!" E me mando.


PARA CONCLUIR: o cinema pode temperar sua vida sexual. Ele lhe dará inspiração para experimentar posições e técnicas novas que podem reavivar ate o mais estável relacionamento. Mas nunca será como na tela. No seu quarto, brancos se ralam, pernas ficam com caibras e nenhum de vocês dois pode se dar ao luxo de contar com um duble. O melhor do cinema acontece no próprio cinema. Compre um cachorro- quente na entrada, para servir de coadjuvante.
FAN

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