12/10/2005

Candidaturas independentes vão mudar

Como foi possivel que estas situações acontecessem ? Só por negligência, ou compadrios e interesses pessoais de alguns...

As regras para apresentar candidaturas independentes às câmaras vão mudar. Depois da experiência destas eleições, PS e PSD estão dispostos a apertar o crivo e o assunto vai hoje ser levado a plenário pelo líder da bancada socialista, Alberto Martins. PS e PSD são categóricos quando afirmam que a existência de candidaturas independentes às câmaras "é um bem para a democracia" que é para continuar - existem desde 2001. Mas os maiores partidos admitem mudar a lei de forma a tornar mais exigentes os critérios de elegibilidade dos grupos de cidadãos. Frescos na memória estão os casos de Isaltino Morais, Avelino Ferreira Torres e Valentim Loureiro, candidatos a contas com a justiça, mas sobretudo o de Fátima Felgueiras, que regressou depois de dois anos no Brasil, em fuga à justiça. "Não se pode por em causa a lógica das candidaturas independentes porque apareceu um caso que não gostamos", afirma Marques Guedes (PSD). Também Alberto Martins defende a possibilidade de grupos de cidadãos se apresentarem "A democracia não são só partidos." Mas, partindo desta base, existe disponibilidade para alterar a lei. "Não me furto a fazer uma reflexão a frio sobre o regime de elegibilidades", afirma o líder da bancada do PSD ao DN. Enquanto o socialista também aceita "ajustamentos". Mas segundo Martins, esta matéria só estará na mesa a partir "do fim do ciclo eleitoral", ou seja, de Janeiro. Aí, o PS vai avançar com as discussões das leis eleitorais (autarquias e AR) e da revitalização das comissões parlamentares de inquérito, disse Martins ao DN. "A nossa disponibilidade existe, mas a bola está do lado do PS", acrescentou Guedes. Nos últimos dias Jorge Coelho (coordenador autárquico do PS) e o ex-secretário-geral do PSD Miguel Relvas, apontaram a necessidade de alterar a lei. Ontem, Macário Correia (PSD, Tavira) disse-se "humilhado por ter de sentar-se à mesma mesa com pessoas envolvidas em processos judiciais". E também Ribeiro e Castro (CDS) defendeu mudanças na lei eleitoral autárquica.

Martim Silva

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