26/10/2005

Licenciados para que ?

Antonio Gaspar
É de todos sabido, que um dos factores que mais concorre para o aumento da produtividade de uma empresa e de um pai­s, ao nivel de formaçao e qualificao profissional de todos aqueles que, directamente ou indirectamente, participam no processo produtivo. O case study irlandes, do qual todos gostam de falar, mais nao foi que uma aposta muito forte na reforma da poli­tica fiscal e na reestruturaçao de todo o sistema de ensino, tendente a uma maior qualificaçao dos seus cidadaos e por esta via, conseguir acrecimos de produtividade muito importantes. Se observarmos as estati­sticas do ensino em Portugal ao longo dos ultimos trinta anos, verificamos que existiu uma evoluçao muito positiva em materia das competencias academicas mas, não obstante, ainda nos encontramos longe de atingir patamares que certamente estarão ao nosso alcance. Verifica-se ainda que o abandono escolar e muito precoce; que muitos dos nossos jovens nao concluem o ensino secundario e daqueles que entram nas universidades, muitos sao os que tambem nao concluem. Com estes registos, podera ficar comprometido o desenvolvimento do pai­s a prazo. Tudo o que acabei de dizer, pode nao andar muito longe e ate ter alguma ligaçao com uma constataçao que ultimamente os mais atentos e sensibilizados para o mercado de trabalho de jovens licenciados, tem verificado. Todos os anos as universidades formam uns milhares de jovens recem-licenciados, que muito naturalmente procuram o seu primeiro emprego. Pelo lado da oferta, este ciclo e conhecido. E entao o que se passa? Uma grande parte das empresas, especialmente na area dos serviços, procura recem-licenciados para cujas posiçoes nao sao exigidas competencias que nao ultrapassem aquelas adquiridas ao longo do ensino secundario. Esta postura enferma por dois erros estrategicos clamorosos. Em primeiro lugar, as empresas sabem que a motivação e factor determinante no bom desempenho de um colaborador; entao que motivação poderá ter um jovem recem-licenciado quando tem a consciencia de que esta a exercer uma funçao muito aquem das suas competencias? O que acontece? O colaborador vai andar desmotivado, a sua produtividade e menor comparada com outro menos habilitado academicamente e à primeira oportunidade sai da empresa. Em segundo lugar, a preocupaçao das empresas deve centrar-se na captaçao de jovens recem-licenciados com elevado potencial e motiva-los com desafios ao nivel da sua formaçao, de molde a poderem precaver o futuro da empresa com novos talentos, que sejam portadores de inovaço, de novas ideias e sobretudo de novas metodologias que ajudem a empresa a sobreviver no futuro.Tudo o que acabo de referir, e facilmente comprovado por qualquer empresa especialista no recrutamento e selecçao de pessoal. As empresas, fruto da muita procura, oferecem posiçoes nao consonantes com as legitimas expectativas dos jovens recem-licenciados e alguns, a prazo, vão aceitando.É bom que os empregadores reflictam sobre esta materia. Pois apesar de uma das componentes da produtividade assentar na qualificaçao profissional, a sua curva (da produtividade) serao tanto marginalmente de inclinaçao negativa, quanto maior for a insistencia neste posicionamento face a oferta.Perante este conjunto de circunstancias e normal e faz todo o sentido que um jovem recem-licenciado, coloque a questao do porque de ter concluído uma licenciatura?Seria um outro erro ainda maior, se os ofertantes no mercado de trabalho fizessem tabua rasa da inteligencia dos jovens. E que os nossos recem-licenciados, sabem para onde querem ir, o que querem para o seu projecto profissional e como la chegar. Pode demorar mais tempo por inepcia ou falha estrategica dos empregadores, mas eles irao la chegar. Quem subestimar a sua inteligencia, corre o sao risco de se atrasar e quiça, desaparecer no tempo que marca toda a dinamica da vida empresarial. Os jovens recem-licenciados so querem que os respeitem.

1 comentário:

Anónimo disse...

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