30/09/2006

Riacho das Velhas

Passo o tempo observando a redondeza
Vejo as pequenas casas de paredes brancas e lisas,
Bem grudadas umas nas outras.
As moças debruçadas nas janelas observam quem passa.
Às vezes alguém se intimida por está sendo observado
Por mocinhas tão belas e coradas.
As crianças soltam suas pipas no céu iluminado pelo dia,
Enquanto as velhas bordam nas almofadas desenhos diversos,
Bordam árvores, pessoas ou imagem de anjos.
Observo tudo aquilo admirado,
Como é que pode ter um lugar tão calmo?
Pego meu chapéu de couro surrado
Que já viajou comigo pelo sertão adentro.
E com ele caí e levantei nas estradas duras,
Andando sem rumo nas noites frias.
Dou uma volta pela cidade
Até que chego ao famoso riacho.
Ando, ando, sempre brincando com o relógio.
O tempo passa na pequena cidade
Como pedras que rolam no chão abandonado.

Lucielle Azevedo de Brito

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