07/12/2005

John Lennon (1940-1980)

disse certa vez que não gostava do culto à morte, mas "às pessoas que sobrevivem". Neste 8 de dezembro, 25 anos depois do brutal assassinato cometido por Mark David Chapman, seu legado utópico por um mundo mais digno - na proporção do fenômeno artístico - sobrevive pela urgência de soluções.

Seu hino pacifista Imagine tanto inspira o cantor ministro Gilberto Gil como o prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, que esta semana fez um discurso na ONU todo baseado na letra desta canção. Na data de sua morte, em dois estúdios (o da Sirius Satellite Radio, em Nova York e o lendário Abbey Road, em Londres), artistas como Paul Weller, Jammie Cullum, Dave Matthews e The Cure prestam tributo a ele interpretando suas canções ao vivo, em evento organizado pela Amnistia Internacional.

Personalidade importante na manutenção de seu legado, a viúva Yoko Ono estava com ele na porta do Edifício Dakota, no momento daqueles quatro tiros fatais que deixaram o mundo consternado. Chapman, no intento desesperado de ganhar fama, também justificou o acto radical dizendo-se traído pelo ídolo. Para ele, era incompatível alguém que propunha um mundo sem posses (na letra de Imagine) gozar de uma vida de riqueza e fama e morar num edifício de luxo como o Dakota. Tinha numa mão o revólver e na outra o livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, de onde tirou a inspiração para o crime.

"Mark Chapman não era apenas um maluco que matou meu pai por motivos pessoais. Sua morte interessava aos Estados Unidos, porque ele era perigoso para o governo americano", disse mais tarde Sean Lennon. Suas atitudes incomuns, ao lado de Yoko, de facto incomodavam a ordem estabelecida. Incomodavam tanto que foi fichado e tinha todos os seus actos monitorizados pelo FBI. Um dos mais famosos foi o Bed-in for Peace, quando ambos receberam a imprensa nus numa cama de casal, para protestar contra a Guerra do Vietnam. Ainda hoje seria um atestado de coragem.

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