23/01/2006

A saúde dentro de uma lata de atum

será que vale a pena ?

Não há nada melhor para o êxito de um alimento do que dizer que ele faz bem à saúde. Do vinho tinto ao chá verde, do azeite ao ananás, vários têm sido os produtos que nos últimos anos alargaram em milhões o seu número de consumidores em todo o mundo. Os peixes gordos foram também abrangidos por esta tendência, principalmente desde que se descobriu que os ácidos ómega-3, em que estes peixes são ricos, ajudam na prevenção de diversas doenças, sobretudo nas cardiovasculares.Com o peixe fresco a atingir preços cada vez mais elevados (sem contar com os oriundos da aquacultura), as conservas podem ser uma opção razoável para quem quer levar ómega-3 para a mesa sem se arruinar e sem ter a trabalheira que dá amanhar o pescado. Produtos 'gourmets'Outrora pujante, parece que a nossa indústria conserveira está com problemas em se adaptar à modernidade e, ao contrário do que, por exemplo, acontece em Espanha (nomeadamente na Galiza), não conseguiu colocar as suas conservas nas prateleiras das lojas gourmets, muitas vezes acompanhadas de receitas de chefes de cozinha famosos.Não deixa portanto de ser uma boa novidade saber que a Cofaco Açores, que detém marcas bem conhecidas como a Líder, Pitéu, Bom Petisco e a topo de gama Tenório, está a tentar alargar o seu mercado, apostando precisamente na divulgação dos benefícios que o atum que enlata ou enfrasca trazem para a saúde.Para isso, convidaram a Imprensa para um almoço no Hotel Villa Rica, em Lisboa, com pratos de conservas de atum, que foi antecedido por uma palestra do nutricionista João Breda sobre os benefícios do peixe. Menos calorias, menos gordura, menos colesterol, mais proteínas, mais ómega-3, mais vitaminas (A, D e as do grupo B) são as principais vantagens. Entre os efeitos positivos para a saúde, João Breda adiantou em primeiro lugar "a redução do risco de doença cardiovascular pelo decréscimo do nível de triglicéridos, a agregação plaquetária, redução da pressão arterial e benefício global de todo o sistema arterial". Aliás, a descoberta das vantagens dos peixes gordos (atum, sardinha, cavala e salmão, entre outros), para a saúde ficou conhecida como "O Paradoxo Esquimó", já que foi através do estudo dos seus hábitos alimentares, muito à base destes peixes, que os cientistas concluíram que se devia à riqueza do ómega-3 o facto de eles não terem doenças cardíacas.Ainda segundo o mesmo especialista, o atum em conserva reduz a formação de coágulos e de acidentes vasculares cerebrais, protege contra cancros, tem efeito terapêutico em doenças auto-imunes e muito mais. Até no combate à depressão, já que os ácidos gordos ómega-3 agem nos neurotransmissores cerebrais.Feitas a partir de atuns com menos de três quilos, todos pescados nos Açores (as fábricas da empresa são em Madalena do Pico, no Pico, e Rabo de Peixe, em São Miguel), as conservas vêm em azeite, óleo vegetal ou "ao natural", ou seja, em água. Todas devem ser bem escorridas depois de abertas. As melhores, e mais caras, são de filetes. Aliás, diz um responsável da Cofaco, se os portugueses encaram as conservas como uma solução de recurso, em Itália a empresa é líder do mercado gourmet com a marca Ás do Mar. Que é o nome de exportação do excelente Tenório.
Cimeira Internacional de GastronomiaPalacio Municipal de Congresos, Campo de Las Naciones, Madridwww.madridfusion.net
De 17 a 19 de Janeiro

Madrid Fusión

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