03/12/2008

Despudor

A história do BPP é indecorosa. Importa ter em mente que o namoro, noivado e casamento entre Vítor Constâncio e o governo Sócrates tem sido fecundo. Aliás, fecundíssimo. Não há memória de intervenção pública do governador do Banco de Portugal que não seja consonante e concertada com as conveniências do governo PS. E não há, neste âmbito, medida do governo PS que não ampare e acarinhe os interesses das grandes dinastias financeiras.
Não é o bem estar da sociedade o que preocupa Sócrates. Nem são os mais de 2 milhões de pessoas vítimas de pobreza o que lhe tira o sono. O desassossego de Sócrates brota quando não pode fazer grande coisa para auxiliar a manutenção e a ampliação dos detentores das venerandas fortunas. Excluir a hipótese da criação de um imposto sobre os altos rendimentos ou recusar a ideia de uma estratégia de desmantelamento do off-shore da Madeira, para Sócrates é coisa fácil. O complicado mesmo é quando se tem que explicar aos portugueses porque é que o Estado tem que avançar para salvar da falência um banco desinteressante e marginal como o BPP.
Por Natasha Nunes

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