27/02/2008

chiste chega a ser corrosivo.

Voltaire.

Ben al Betif, digno chefe dos dervís, disse-lhes um dia: "Meus irmãos, muito conveniente é que useis com toda freqüência esta fórmula sagrada do nosso Alcorão: Em nome de Deus mui misericordioso, pois Deus usa de misericórdia e vós aprendereis a praticá-la com repetir freqüentemente os termos que recomendam uma virtude sem a qual poucos homens restariam sobre a terra. Mas, meus irmãos, abstende-vos de imitar esses temerários que a todo transe se jactam de trabalhar pela glória de Deus. Se um jovem imbecil sustenta uma tese sobre as categorias, tese presidida por um ignorante encasacado, não deixa de escrever em grossos caracteres no cabeçalho de sua tese: Ek Allah abron doxa: ad majorem Dei gloriam. Um bom muçulmano fez pintar o seu salão gravando em sua porta essa tolice; um saca carrega água para maior glória de Deus. É um costume ímpio, piedosamente posto em uso. Que diríeis de um pequeno tchauch que ao limpar a privada do nosso ilustre sultão gritasse: "Para maior glória do nosso invencível monarca"? Há certamente maior distância do sultão a Deus que do sultão ao pequeno tchauch.

 

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