18/09/2005

Tecnologia entra em campo 'com ajuda' da arbitragem

Os "golos fantasma" (a par da lei do fora-de-jogo) são uma das questões mais polémicas no universo do futebol. Discussões sobre se bola ultrapassou ou não a linha de golo são recorrentes e a contestação dos prejudicados levou mesmo a FIFA, organismo que tutela o futebol mundial, a "pensar" na "bola inteligente", para ajudar os árbitros a avaliar situações duvidosas.Joseph Blatter, presidente da FIFA, anunciou que a experiência vai ocorrer no Mundial de sub-17, que começou ontem no Peru, e em caso de ser bem sucedida a tecnologia será aplicada no Mundial 2006 "Vamos definitivamente usar a tecnologia na Alemanha, se a experiência funcionar no Peru. A tecnologia também será usada nas linhas laterais para mostrar se a bola saiu de campo."Com o recurso à tecnologia que permite averiguar se o esférico passa ou não totalmente a linha de golo, este organismo procura acabar com as polémicas decisões das equipas de arbitragem que beneficiam uns e castigam outros. Ainda no fim-de-semana passado, tanto em Portugal (Boavista-Paços de Ferreira) como em Espanha (Real Madrid-Celta de Vigo), os encontros foram decididos por lances em que essa questão foi suscitada.Na época passada, os adeptos encarnados "crucificaram" o árbitro Olegário Benquerença depois de este não ter validado um "pesudo-golo" a Petit. O caso tomou proporções escandalosas porque o Benfica perdeu frente ao FC Porto (1-0) e ainda hoje se discute o lance. Proliferaram, então, algumas demonstrações científicas, e outras rudimentares, que validavam o golo ou davam razão a Benquerença, mas não houve consenso.A FIFA está, assim, determinada em dar um ajuda tecnológica aos "humanos donos do apito". A inovação tecnológica, será usada em todos os jogos do Mundial de Sub-17, à excepção daqueles que forem disputados na cidade de Iquitos, já que o estádio não foi preparado com a devida antecedência. A experiência será posteriormente avaliada numa reunião em Outubro, em Zurique, e se for considerada viável, o uso da tecnologia será votado na próxima reunião anual do International Board, antes ainda do Mundial da Alemanha. A FIFA procura, desta forma, minimizar os erros da arbitragem, que no último mundial na Coreia /Japão, deram muito que falar. A Adidas, a responsável pelo fabrico das bolas do Mundial, desenvolveu um sistema de "bola inteligente" em que chips electrónicos introduzidos nas bolas enviam um sinal a uma braçadeira ou ponto electrónico usado pelo árbitro quando esta cruzar a linha de baliza e as linhas laterais. Mas, como afirmou Urs Linsi, secretário geral da FIFA, "o árbitro está no comando, ele é o chefe no relvado e isso não vai mudar. A bola será apenas uma ajuda".

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